INPE Fará Aporte em Laboratório de Satélite
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada hoje (17/06) no site do jornal “Valor Econômico” destacando que
o governo fará um investimento de R$ 185 milhões até 2017 na infraestrutura do Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Duda Falcão
EMPRESAS
INPE Faz Aporte em
Laboratório de Satélite
Virgínia
Silveira
Valor Econômico
17/06/2013
O Laboratório de Integração e Testes do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) começa este ano a ser
preparado para integrar, testar e montar o Satélite Geoestacionário de Defesa e
Comunicações Estratégicas, de seis toneladas, o que dispensará a necessidade de
contratação desses serviços de empresas do exterior. O laboratório é o único
desse gênero na América do Sul, atualmente, e está capacitado para realizar
operações de até duas toneladas.
Para triplicar sua atual capacidade, o
laboratório receberá investimento de R$ 185 milhões até 2017, disse o chefe da
unidade, Geilson Loureiro. O pontapé inicial já foi dado com a liberação de
recursos pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para a primeira fase
da ampliação, que demandará investimento de R$ 45 milhões. Desse montante, R$
10 milhões serão aplicados neste ano e R$ 35 milhões em 2014.
O laboratório poderá atender às demandas de
satélites brasileiros de maior porte, como o geoestacionário, projetos futuros
de um satélite meteorológico e outro de radar, e também prover serviços
relativos a satélites comerciais em todo o mundo.
Loureiro tem a expectativa de que o
laboratório possa ajudar a atender a demanda por serviços de qualificação de
produtos espaciais da empresa francesa Intespace.
Controlada pelas gigantes EADS Astrium (87%)
e Thales Alenia Space (13%), a Intespace prestou consultoria ao INPE na
concepção de seu laboratório, na década de 80, e continua na parceria, segundo
Loureiro.
O programa espacial da Argentina também tem
sido um usuário frequente das instalações do laboratório do INPE. No ano
passado, o satélite de telecomunicações Arsat-1 realizou uma campanha de testes
no laboratório brasileiro, durante oito meses. Foi a primeira experiência dessa
unidade com um satélite de telecomunicações e o quarto satélite argentino que
passou pelo laboratório.
A estrutura de um laboratório como o do INPE
é considerada essencial para que se consiga projetar, fabricar e integrar um
satélite. Por meio de suas salas limpas e equipamentos é possível simular as
condições reais de vibração, aceleração e choque durante o lançamento de um
equipamento, assim como as condições de temperatura e vácuo presentes no
ambiente espacial.
O projeto de expansão do laboratório
contempla a compra de um vibrador de maior porte, para simular a vibração do
satélite durante o lançamento, e de uma nova câmara para medir parâmetros de
antenas em campo próximo (distância entre a antena transmissora e a receptora).
A atual câmara mede interferência em campos distantes.
O laboratório também precisará de uma nova
área de integração e testes com pé direito mais elevado, de 18 metros, para
abrigar satélites de maior porte. A área atual é de 8 metros. "Com essa
nova facilidade teremos capacidade para testar até quatro cargas úteis ao mesmo
tempo", disse Loureiro.
Com os novos investimentos, segundo
Loureiro, a unidade reforça a sua posição no restrito clube de laboratórios de
testes aeroespaciais e de defesa existentes no mundo, ao lado da Alemanha, da
França, dos Estados Unidos, do Japão, da China, da Rússia e da Índia. A Coreia,
o Casaquistão e a Argentina também estão desenvolvendo laboratórios similares,
mas de menor porte e somente para atender a projetos espaciais.
O programa espacial responde por um terço
das demandas de serviços do laboratório do INPE, na área de montagem,
integração e testes de satélites e seus subsistemas. A mesma proporção é
dedicada ao atendimento dos projetos internos do INPE e do Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial, e o restante atende à indústria, que gera
uma receita entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões por ano para o INPE.
Disponível em apenas 13 países, a câmara
blindada anecóica do laboratório tem capacidade para fazer testes de
compatibilidade e interferência eletromagnética em componentes
eletroeletrônicos, assim como em veículos de grande porte, como caminhões,
ônibus, carros militares de combate e satélites. A câmara anecóica é uma sala
projetada para conter reflexões, tanto de ondas sonoras quanto
eletromagnéticas, além de ter isolamento de ruídos externos.
O laboratório atende às indústrias dos
setores automobilístico, de telecomunicações, informática e hospitalar, nas
áreas de certificação e qualificação de novos produtos. A Embraer e suas
fornecedoras também são clientes, para realizar testes de qualificação em
equipamentos de comunicação instalados nas aeronaves.
Sem a infraestrutura que existe hoje no
laboratório do INPE, muitas empresas teriam que recorrer a unidades de outros
países. A expansão do laboratório integra a lista de projetos estruturantes do
governo federal, dentro da estratégia nacional de ciência, tecnologia e
inovação, disse Loureiro.
Fonte: Jornal
Valor Econômico - 17/06/2013 - Via NOTIMP da FAB
Comentário:
Bom, bom, muito bom mesmo, isto é, se os recursos forem liberados dentro do
cronograma previsto até 2017 para que não haja atrasos. Realmente transformar o
LIT num laboratório capaz de testar e montar satélites de seis toneladas é um
extraordinário avanço, mas permita-me ficar com um pé atrás, pois a experiência
de décadas demonstra que independente da legenda partidária (não existem partidos
no Brasil e sim legendas) o Programa Espacial Brasileiro é sempre prejudicado
pela visão política vigente.
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