E-mails Revelam Diverg. em Programa de Bolsas do Governo
Segue abaixo uma
matéria publicado hoje (20/06) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando
que E-mails revelam divergências em programa de bolsas do Governo Federal.
Duda Falcão
CIÊNCIA
E-mails Revelam Divergências em
Programa de Bolsas do Governo Federal
TAI NALON
DE BRASÍLIA
20/06/2013 - 03h27
Uma troca de e-mails entre os presidentes das duas
principais entidades de fomento à pesquisa do governo federal em abril passado
revela troca de acusações sobre fragilidades no Ciência sem Fronteiras,
programa de bolsas de estudo no exterior.
A Folha teve acesso a correspondências entre o
presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), Glaucius Oliva, e o da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior), Jorge Guimarães, mostrando divergências na condução
do programa, acusações de inflar números e ameaças de sabotagem.
A reportagem apurou que o clima beligerante entre os órgãos
continua. Os dirigentes negam haver crise no programa (leia abaixo).
A veracidade dos e-mails, que chegaram à reportagem por
meio de correspondência apócrifa, foi atestada pelos dois dirigentes. Eles,
porém, não quiseram se manifestar sobre a troca de acusações.
Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras tem como objetivo
enviar 101 mil bolsistas para o exterior até 2015. A meta é considerada
irrealista, reservadamente, por envolvidos em sua execução.
A Folha apurou que foi aventada, em reunião
com o ministro Aloizio Mercadante (Educação), a possibilidade de fundir as
agências para cuidar do problema. A opção foi descartada por ora.
OS E-MAILS
A correspondência começou em 6 de abril com a discussão
sobre mandados de segurança contra o CNPq, impetrados por pelo menos 60
estudantes que pediam acesso às bolsas no exterior.
Editoria de Arte/Folhapress
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Segundo Oliva, os candidatos são de áreas de humanas,
consideradas como "baixa prioridade" para o Ciência sem Fronteiras
--o programa se concentra nas áreas de exatas e tecnologia.
A informação foi levada à cúpula do programa, que trocou
acusações.
Jorge Guimarães, presidente da Capes, escreve que está
"preocupado" com a falta de uniformidade nos procedimentos das duas
agências quanto à concessão das bolsas e que "está pensando" em
sugerir que o ministro Aloizio Mercadante deixe o Ciência sem Fronteiras só nas
mãos do CNPq. "Tem sido muito difícil esse dia a dia."
Segundo Guimarães, uma das grandes diferenças entre as
agências é o conceito de bolsa concedida. "Só consideramos concedida a
bolsa quando o bolsista recebe a passagem e confirma o voo."
Oliva discorda. "Você acha que deveríamos contabilizar
os estudantes somente quando eles emitirem a passagem? Neste caso jamais
teríamos chegado ao final de 2012 com as 22 mil bolsas concedidas."
Oliva também considera "inaceitável" centralizar
o Ciência sem Fronteiras no CNPq, agência que ele dirige.
"Espero que esse assunto (...) seja encerrado aqui.
Aliás, levá-lo ao ministro Mercadante seria um golpe inaceitável e injusto,
comigo e com o CNPq, pois é evidente que o ministro não aceitará e vai
simplesmente vir para cima de mim, pessoalmente, me responsabilizando por não
cuidar do Ciência sem Fronteiras como deveria."
No fim de abril, a Folha revelou que o programa incluía em sua
contabilidade bolsistas regulares da Capes, mas o governo negou tratar-se de
uma maquiagem.
OUTRO LADO
Apesar de atestar o conteúdo dos e-mails, tanto Glaucius
Oliva, do CNPq, quanto Jorge Guimarães, da Capes, afirmam que não há crise no
gerenciamento do Ciência sem Fronteiras.
"O sucesso nacional e internacional do programa, como
atestado pela esmagadora maioria dos bolsistas contemplados e pelos parceiros
universitários no exterior, demonstra que estamos no caminho certo na gestão do
programa", diz Oliva, que recebeu o apoio de Guimarães.
Eles dizem que "são amigos próximos há 20 anos" e
que se tratam com "total franqueza e transparência". Os dois se
recusaram a comentar o que chamaram de "ilações" expostas pelos
e-mails.
"Não há qualquer chance de haver jogo de empurra entre
as agências", disse Oliva.
Fonte: Site do Jornal
Folha de São Paulo - 20/06/2013
Comentário:
Pois é, está ai o imbróglio entre o CAPES e o CNPq sobre esse programa Ciências
sem Fronteiras que segundo o governo é um sucesso. Gostaria de agradecer ao
leitor paulista José Ildefonso pelo envio dessa notícia.
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