Pesquisadores Brasileiros Vão Estudar Fusão Nuclear
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (14/03) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que pesquisadores brasileiros vão estudar
Fusão Nuclear.
Duda Falcão
Energia
Pesquisadores Brasileiros Vão
Estudar Fusão Nuclear
Com informações da Agência USP
14/03/2013
[Imagem: Bruno Coppi]
Itália e Rússia estão construindo um reator de fusão nuclear mais simples do que o ITER, enquanto alguns cientistas continuam sonhando com a fusão nuclear a frio. |
Energia Nuclear do Futuro
Apesar
do argumento largamente utilizado de que a energia nuclear é segura,
pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, estão começando um
esforço para desenvolver tecnologias, cuidados e procedimentos para a utilização
segura da energia gerada pelos reatores nucleares.
O Japão anunciou que irá abandonar a energia nuclear até 2040,
enquanto a Alemanha vai fechar todas as suas usinas nucleares até 2022.
Relatórios internacionais mostram que 23 usinas e 74 reatores nucleares correm risco de serem
atingidos por tsunamis em todo o mundo.
Por
isso, o grupo do Centro de Proteção Ambiental para uso da Energia Nuclear
também irá acompanhar os estudos internacionais sobre uma técnica de produção
de eletricidade mais promissora e totalmente limpa: a fusão nuclear.
Os
pesquisadores brasileiros estão particularmente interessados na fusão nuclear
induzida por laser.
A
técnica de fusão nuclear, que pode servir de alternativa ao atual processo de
fissão utilizado nas usinas nucleares, ganhou impulso com a utilização de raios
lasers de alta potência.
"Até
a década de 1950, tentou-se a fusão por meio de confinamento magnético, o que
apresentava grandes dificuldades. O laser facilitou a aplicação do processo, o
qual é testado em grandes laboratórios nos Estados Unidos, Rússia e
China," explica o professor José Eduardo Martinho Hornos, responsável pelo
novo centro de pesquisas.
Por
meio dessa técnica, um laser de alta potência emite 192 feixes sobre uma esfera
de deutério-trítio, material derivado do lítio, promovendo fusão nuclear e a
geração de energia.
"O
processo é mais robusto e semelhante ao modo com que o Sol e as outras estrelas
produzem energia", diz Hornos. "O material utilizado é abundante na
natureza e a técnica não gera resíduos de combustível usado".
Segundo
o professor, a utilização comercial da fusão induzida por laser ainda levará
algumas décadas. "As pesquisas envolvem equipamentos complexos e de
grandes dimensões. Nos Estados Unidos, por exemplo, o orçamento anual para as
pesquisas nessa área é de US$ 5 bilhões."
O
Brasil já está desenvolvendo lasers de alta potência, necessários para o
emprego dessa técnica, no Centro Tecnológico da Marinha e no Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O Instituto de Física da USP também
realiza pesquisas em fusão nuclear.
Energia Nuclear do Passado
Enquanto
a energia nuclear do futuro não vem, os pesquisadores precisam encontrar
melhores soluções para aquela que parece ser a energia nuclear do passado,
usada nos reatores nucleares de fissão e que atualmente são preocupação para a
população de todo o mundo.
"Para
cada fonte de energia é necessário verificar formas de controle e os possíveis
danos ambientais que podem ser causados," aponta o professor.
Os
cientistas desenvolveram o projeto teórico de um repositório de combustível
nuclear usado, a fim estudar questões relacionadas à energia termonuclear e resíduos,
e que poderá servir no futuro para orientar a construção de instalações
destinadas à armazenagem dos rejeitos no Brasil.
De
acordo com o professor, apesar da quantidade de resíduos existentes atualmente
no País ser reduzida, ela tende a aumentar nas próximas décadas. "Na usina
Angra II, no Rio de Janeiro, por exemplo, que tem capacidade de gerar 1
Gigawatt de energia, o volume de combustível usado todo ano é da ordem de
poucos metros cúbicos", afirma.
"Embora
hoje a energia nuclear seja utilizada principalmente para controlar a
sazonalidade das usinas hidrelétricas, o crescimento da economia aumentará a
demanda por outras fontes energéticas, o que deve receber a devida atenção da
sociedade desde já," destaca Hornos.
Por
isso o grupo continuará pesquisando o armazenamento de resíduos e também os
problemas ligados à segurança nuclear.
Além
do desenvolvimento de procedimentos de segurança, o Centro também realizará um
trabalho educativo junto à população. "Serão ações que visam desenvolver
uma cultura de atenção ao uso de materiais radioativos, seja na produção de
energia ou em aplicações médicas", acrescenta Hornos.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Comentário: Grande notícia para o Brasil. Vale dizer que no setor espacial o Brasil já desenvolve pesquisas no Instituto de Estudos Avançados (IEAv) do DCTA na área de propulsão nuclear, através do "Projeto TERRA" que está sendo desenvolvido pelo grupo do Dr. Lamartine Nogueira Frutuoso Guimarães e que em breve, se Deus quiser, trarei para o blog uma entrevista com o mesmo.
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