Decisão Sobre Satélite com Argentinos Sai Até Julho
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada hoje (21/03) no site do jornal “Valor Econômico” destacando que
segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo
Coelho, o projeto do Satélite Brasileiro-Argentino
Sabia-MAR terá uma decisão sobre a sua continuação ou não até julho desse ano.
Duda Falcão
Tecnologia
Decisão Sobre
Satélite com
Argentinos Sai Até Julho
Por Daniel Rittner
De Brasília
21/03/2013 às 00h00
O projeto Sabiá-Mar, um satélite de
observação oceanográfica que representa a maior parceria entre Brasil e Argentina
na área espacial, receberá um veredito nos próximos meses. Ele patina desde
2007 e precisa de uma definição até julho, segundo o presidente da Agência
Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho. Uma comissão bilateral mista
prepara um relatório conclusivo sobre as soluções técnicas que poderão ser
adotadas no projeto e suas necessidades orçamentárias. "Não vamos mais nos
estender. Chegaremos a um ponto, ainda neste ano, em que ou o deslanchamos ou o
paramos definitivamente", resumiu Coelho.
O Sabiá-Mar, com lançamento previsto para
2019 nos planos da AEB, ampliará a capacidade dos dois países de levantar
informações sobre a região sul do Oceano Atlântico. Isso permitirá observar a
cor das águas marinhas, monitorar a exploração petrolífera, gerenciar as zonas
costeiras e contribuir com a atividade pesqueira, entre outras aplicações.
Algumas questões já estão, segundo Coelho,
praticamente definidas: os recursos para tirar o projeto serão divididos
igualmente entre os dois países e não haverá a necessidade de criar uma empresa
nacional, como a que foi constituída por Brasil e Ucrânia, para lançar o
foguete Cyclone-4. O governo brasileiro faz questão de usar no projeto a
plataforma multimissão desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE).
Coelho demonstra entusiasmo pelo satélite
conjunto e diz que ele pode até atenuar disputas dentro do Mercosul. "A
cooperação científica atua como facilitadora da aproximação entre os dois
países. É muito mais fácil usar, como instrumento de aproximação, áreas em que
não existe grande conflito de interesses."
Para ele, o projeto pode ajudar na
integração das cadeias produtivas, com o fornecimento de materiais por
indústrias brasileiras e argentinas. Coelho faz, no entanto, uma ressalva
importante: "A gente não pode se dar ao luxo de ficar fazendo satélites
sem conversar com os usuários, para ver qual é o interesse deles." Ou
seja, antes de seguir adiante com o projeto, é preciso ter certeza de que
haverá uso das informações produzidas. São potenciais usuários do Sabiá-Mar o
próprio INPE, agências de monitoramento ambiental e empresas privadas.
Outro projeto listado entre as prioridades
do programa espacial é o satélite geoestacionário de defesa e comunicações
estratégicas. Ele dará um sistema de comunicação mais seguro e independente ao
governo, na área militar, e acesso das populações residentes em áreas remotas à
internet de banda larga. O lançamento está previsto para 2014, mas se trata de
"um desafio muito grande", diz Coelho.
As empresas interessadas em atuar como
fornecedoras de equipamentos do satélite têm até meados de abril para entregar
suas propostas à Visiona, uma joint venture entre a Embraer e a Telebrás, que
foi contratada pela AEB para fazer o gerenciamento dos futuros contratos.
O projeto já tem investimento aprovado de R$
720 milhões. De acordo com Coelho, há cláusulas que exigem a "criação de
oportunidades de absorção de tecnologia" às instituições brasileiras. Isso
significa que a empresa que oferecer mais oportunidades ganhará pontos na
seleção das propostas. "É o que denominamos absorção de conhecimento, o
que acontece quando equipes brasileiras vão trabalhar junto com as
estrangeiras, sem necessariamente tratar-se de cláusula de transferência de
tecnologia. A transferência exige um processo mais complicado, exige que a
empresa candidata a receber essa tecnologia esteja preparada para isso e possa
usá-la assim que ela estiver disponível. Estamos preparando as nossas empresas
para que possam se valer desse conhecimento em negócios futuros." (DR)
Fonte: Jornal
Valor Econômico - 21/03/2013 - Via NOTIMP da FAB
Comentário:
Bom leitor, em primeiro lugar deixe-me fazer uma correção no texto que é uma
tremenda de uma mentira que tem se repetido em diversas matérias na mídia. É preciso
que fique claro que esse projeto não patina desde 2007 como citado na matéria,
já que na realidade ele é um projeto que remota ao governo de Fernando Henrique
Cardoso. Na época, exatamente no dia 10/11/1998 o ex-presidente da AEB, Luiz Gylvan Meira Filho e o representante da
CONAE argentina, o Sr. Conrado Franco Varotto, assinaram em Buenos Aires o
acordo (veja aqui o acordo) que estabelecia o programa de desenvolvimento conjunto
do satélite SABIA3 (como era chamado esse satélite na época) e desde
então o programa teve conversas e mais conversas (principalmente durante os dois
governos LULA), mudou de nome, de objetivo e não saiu do papel, tornando-se
assim uma das maiores novelas do PEB (agora em novembro de 2013 completará 15
anos da assinatura do acordo). Bom dito isso, deixe-me procurar entender: Quer
dizer então que as duas reuniões técnicas entre pesquisadores da AEB, do INPE e
da CONAE realizadas em Brasília e em Buenos Aires ocorreram sem a devida garantia
de compromisso do Governo DILMA ROUSSEFF? Se é assim, eu gostaria de perguntar ao Sr. José
Raimundo Coelho se no caso do Governo não confirmar o apoio ao projeto como
fica os gastos com as passagens, hospedagens e alimentação desses técnicos
durante a realização dessas reuniões? Quem vai pagar essa conta? O povo
brasileiro? Pois é leitor, veja você como são conduzidas as coisas na esfera
pública, onde não existe qualquer responsabilidade com os recursos públicos e
onde a Festa do Interior faz parte do dia-a-dia dessa gente. Lamentável!
Em um país onde mentir,roubar,enganar,disfarçar,manipular,mascarar,empurrar com a barriga é algo praticamente cultural esperar o que no trato da coisa pública,é isso ai mesmo!.
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirTens razão amigo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Olá Duda!
ResponderExcluirAcredito que a resposta para o projeto Sabia-Mar é um reflexo do projeto CRBRS-3 onde os componentes utilizados em ambos projetos apresentam problemas... E que segundo a própria engenharia da ETE, "..não pode garantir a confiabilidade adequada para se obter o sucesso da missão.."
Noticia do sindicato
http://www.sindct.org.br/index.php?q=node/2898
Olá Anônimo!
ResponderExcluirVeja bem em minha opinião são coisas distintas. O CBERS-3 é um projeto em andamento em fase final, onde erros foram cometidos levando a situação em que ele se encontra no momento. Já o SABIA-MAR é um satélite que nunca saiu do papel, e onde horas, dias, meses foram gastos durante anos para não resultar em nada, a não ser em gastos públicos. Quanto a essa notícia do SindCT, a mesma é originária do jornal "O VALE" e eu já postei no blog anteriormente.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)