Apagão de Mão de Obra Põe em Risco Projetos do DCTA
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada de hoje (30/03) do jornal “O VALE”, destacando que apagão de
Mão de Obra põe em risco projetos do Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial (DCTA).
Duda Falcão
REGIÃO
Apagão de Mão de
Obra Põe
em Risco Projetos do DCTA
Caso não haja reposição contínua de pessoal nos
próximos
sete anos, instituição pode chegar a 2020 com 890
servidores
Chico Pereira
São José dos Campos
March 30, 2013 -
04:26
Foto: Arquivo O VALE
Estudo elaborado pelo DCTA
(Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) aponta que, se não houver
reposição contínua de pessoal nos próximos sete anos, a instituição pode chegar
a 2020 com apenas 890 servidores na área de ciência e tecnologia, o que
comprometerá projetos importantes do setor espacial e de outras áreas e ensino.
O trabalho revela que, nos
próximos sete anos, 44% dos servidores da carreira de ciência e tecnologia da
instituição estarão em situação de pré-aposentadoria ou em condições de
aposentar.
Atualmente, o DCTA possui
2.382 cargos distribuídos nos diversos institutos de pesquisa da instituição.
Em 1994, ficou estabelecido
por decreto federal que a lotação autorizada de servidores para o DCTA é de
3.422 cargos. Então, o déficit atual é de 1.039 servidores em relação ao
efetivo autorizado pelo governo.
Criação
- Recentemente, foi autorizado
pelo governo a criação de 880 novos cargos que, segundo a direção do DCTA,
repõe o déficit de funcionários até 2015.
No entanto, ainda é preciso
que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorize a abertura de
novos concursos.
Em nota, a direção do DCTA
informa que "trabalha junto ao Ministério do Planejamento para conseguir o
provimento desses novos cargos que foram criados, de forma que não haja
descontinuidade de atividades e projetos a partir das aposentadorias de
pessoal."
No momento, a instituição
realiza seleção para preenchimento de 241 vagas na carreira de ciência e tecnologia e trabalha com a possibilidade de conseguir autorização para a
contratação de mais 120.
O DCTA reconhece, porém, que
não será tarefa fácil. Em 2010, no último concurso realizado, o governo não
autorizou contratação.
Meta
- Pelo estudo, a meta seria
chegar a 2020 com 5.420 servidores na área de C&T.
As negociações para a ampliação do efetivo continuam, mas, para o período
2015-2020, será necessário aguardar uma decisão da nova gestão do governo.
O vice-diretor do DCTA,
major-brigadeiro-do-ar Alvani Adão da Silva, disse em nota que
"deficiências de pessoal sempre têm potencial de comprometer o andamento
de projetos, não apenas aqueles ligados ao setor espacial, mas todas as
atividades desenvolvidas pela instituição, como ensaios em voo, certificação e
ensino, entre outras".
Sindicato Defende Mais Agilidade na Reposição
O SindCT ( Sindicato Nacional
dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor
Aeroespacial) avalia que é preciso mais velocidade na reposição de pessoal no
DCTA.
Segundo o presidente da
entidade, Ivanil Barbos a, o estudo da instituição sobre o quadro de
funcionários mostra que no ano passado já havia a necessidade de contratação de
pelo menos 600 servidores. "A criação dos novos cargos autorizada este ano
pelo governo não cobre o déficit."
Ivanil afirmou que a evolução
das contratações não se dá na mesma velocidade em que ocorrem as
aposentadorias.
"Muitos setores do DCTA
enfrentam falta de pessoal, como o IFI (Instituto de Fomento Industrial), que é
responsável pelas certificações", disse.
Esvaziamento
- Segundo o dirigente, há
setores nos institutos do DCTA que já possuem apenas um ou dois servidores.
O SindCT vai realizar ao longo
deste ano campanha pela valorização da carreira de Ciência & Tecnologia.
Há cerca de dez dias, o Fórum
Permanente de Ciência e Tecnologia, que reúne os sindicatos do segmento, se
reuniu com a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal para tratar do
tema.
Raio-X
do DCTA
Instituição
O DCTA foi criado em 1946 e
concentra institutos de pesquisa e ensino considerados estratégicos para o país
Conhecidos
Entre os institutos mais
conhecidos estão o ITA, o IAE, IEAv e IFI, entre outros
Área
de Atuação
Aeronáutica e espaço, pesquisa
aplicada, certificação, metrologia, ensino, ensaios em voo e grupamento de
infraestrutura e apoio
Missão
Ampliar o conhecimento e
desenvolver soluções científico-tecnológicas para fortalecer o poder
aeroespacial, contribuir para a soberania nacional, e para o progresso da
sociedade brasileira por meio de ensino, pesquisa, desenvolvimento, inovação e
serviços especializados no campo aeroespacial
Espaço
Um dos principais programas é
o desenvolvimento do VLS (Veículo Lançador de Satélite) e VLM (Veículo Lançador
de Micro-satélites)
Centro
O DCTA também administra dois
centros de lançamento. Em Alcântara (MA) e Barreira do Inferno, em Natal (RN)
Motor
Conquista importante do DCTA
foi o projeto do motor à álcool, desenvolvido nos anos de 1970
Fonte: Site do Jornal
“O VALE” - 30/03/2013
Comentário: Pois é leitor, essa é mais uma matéria sobre esse assunto. Entretanto para onde você olhar no PEB existem problemas, e esse á apenas um deles que vem se juntar a falta de recursos financeiros adequados e contínuos, a falta de investimento em infra-estrutura adequada, a falta de uma política de estado por parte do governo, o falta de compromisso com os projetos em curso, decisões estapafúrdias como a criação da ACS, a mentira deslavada publicada na mídia sobre as atividades no programa que não condizem com a realidade, e outros que dariam para escrever um jornal. Mas enfim, essa é a luta que entramos e esperamos contar com vocês. Aproveitamos para agradecer ao leitor anônimo que enviou essa notícia, porém pedimos por gentileza aos leitores que quando colaborarem enviando notícias que se identifiquem.
Mais uma meia verdade. O DCTA tem funcionários suficentes para suas atribuições. Entretanto, em grande parte estão desviados de suas funções de origem, principalmente em áreas administrativas. Além disso, um contingente considerável se recusa a trabalhar escudando-se na "estabilidade" que na verdade é impunidade. O DCTA precisa, antes do ingresso de novos funcionários, resolver o que fazer com o atual entulho profissional. Caso contrário os novos contratados seguirão o mesmo caminho dos atuais.
ResponderExcluirOlá Heisenberg!
ResponderExcluirEsse é um outro problema que tem chegado a mim através de alguns profissionais ligados ao PEB que também precisa ser resolvido, mas a meu ver é de fácil solução se houver atitude e seriedade por parte do governo, já que existem caminhos para solucionar isso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Creio que seja maior prioriedade agora encontrarem voluntários para ajudarem na Copa do que repor pessoas em institutos estratégicos para o país. Acho que deveriamos ser um pouquinho mais tecnocratas como é o governo da China, só para contrabalançar um pouco a falta de atenção para areas de tecnologias sensíveis no Brasil.
ResponderExcluirDecididamente, quando alguém resolve colocar o "dedo na ferida", vale a pena explorar um pouco mais o assunto.
ResponderExcluirReparem no artigo o trecho: "Em 1994, ficou estabelecido por decreto federal que a lotação autorizada de servidores para o DCTA é de 3.422 cargos".
Então, são esses e outros "entulhos" legislativos que fazem parte do sistema legalista imposto na nossa constituição que inviabilizam uma administração séria do que quer que seja nesse país. O número de cargos é definido, não por necessidade ou demanda natural, e sim por uma lei infame dessas.
Desses desvios de rumo, para piorar ainda mais as coisas, surgem "sindicatos" que só servem para fomentar o corporativismo e uma também infame estabilidade por meios legislativos que só serve para ajudar a manter o tal "entulho profissional" (nome muito apropriado) de pessoas que trabalham apenas pelo salário no fim do mês e uma "aposentadoria diferenciada", o que é mais infame ainda.
Um país onde parlamentares são julgados, condenados e ainda assim podem assumir cargos no poder legislativo como se nada tivesse acontecido.
Um país onde parlamentares podem se manifestar publicamente como racistas e homofóbicos e ainda assim assumirem presidência de uma comissão para tratar justamente dessas causas.
Um país que com a maior tranquilidade enterra bilhões de reais de uma economia combalida em estádios de futebol megalômanos, enquanto não tem nem ferrovias nem portos capazes de escoar uma produção recorde de grãos.
Um país que tem várias centrais de produção de energia elétrica (inclusive eólicas que não são baratas), que no entanto não podem escoar a sua produção por simples falta de planejamento e investimento corretos nas redes de distribuição.
Um país cujas forças armadas são sucateadas a anos e que mal consegue manter as atividades mais básicas de treinamento e segurança do nosso território.
Como se pode ver, falta muito para chegar a ter um PEB forte. Muitas reformas serão necessárias antes que se possa sequer sonhar com isso.
Att.