Raupp Fala da Cooper. Técnico-Científica Russo-Brasileira
Olá leitor!
Segue abaixo uma entrevista com o Ministro Marco Antônio
Raupp do MCTI publicada hoje (20/03) no site do jornal “Diário de Rússia” dando
destaque a Cooperação Técnico-Científica Russo-Brasileira.
Duda Falcão
TECNOLOGIA
Ministro da Ciência Fala da Cooperação
Técnico-Científica Russo-Brasileira
Marco Antonio Raupp: “Com o Ciência sem Fronteiras,
podemos mandar
estudantes para a Rússia e receber especialistas russos
no Brasil”
20/03/2013 - 11h55
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, matemático
e professor Marco Antonio Raupp, gaúcho de Cachoeira do Sul, foi diretor do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Parque Tecnológico de São
José dos Campos, e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), assim como da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Nesta entrevista exclusiva concedida a Gabriella Lange,
da Voz da Rússia, o Ministro Raupp fala das áreas de cooperação
técnico-científica entre a Rússia e o Brasil, bem como das políticas nacionais
de incentivo à inovação tecnológica e à formação de profissionais capacitados.
Ministro Marco Antonio Raupp concedeu em Brasília entrevista exclusiva à Voz da Rússia |
Voz da Rússia – A partir da visita da Presidenta Dilma Rousseff a
Moscou em dezembro de 2012, o relacionamento bilateral Brasil-Rússia tem
mostrado aquecimento em várias áreas. Em fevereiro de 2013, além da Reunião da
Comissão de Alto Nível dos dois países, realizada em Brasília com a presença do
Primeiro-Ministro Dmitri Medvedev, com a assinatura de alguns acordos,
ocorreram também dois eventos da maior importância – o Encontro Empresarial
Bahia-Rússia, em Salvador, e a reunião do Comitê Agrário Brasil-Rússia, ainda
em Brasília. Na área da Ciência, Tecnologia e Inovação – lembrando que o Senhor
esteve em Moscou em novembro passado –, também pode ser sentido um crescimento
nas relações entre os dois países?
Marco Antonio Raupp – Sim, nós temos um histórico de cooperação, mas eu
tenho a impressão de que ela poderia ser muito maior. Acho que a novidade que
aconteceu foi o acordo do programa Ciência sem Fronteiras, com o qual nós
podemos mandar estudantes para lá e também receber especialistas russos aqui no
Brasil. Isto é um passo muito importante, porque define um instrumento para
financiar a cooperação e cria condições para a gente atuar e incrementar as
atividades. Fui a Moscou ainda como presidente da Agência Espacial Brasileira,
para manter um contato com a Roscosmos e dizer que nós queríamos aprofundar as
relações. Isto foi feito. José Raimundo Coelho, que me substituiu no cargo, tem
mantido contatos lá. No entanto, não temos ainda encontrado um caminho concreto
de cooperação, apesar de termos uma boa tradição de cooperação com a Rússia.
Por exemplo, quando tivemos aquele acidente com a Base de Alcântara, o DCTA
(Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), que é responsável pela
base, contratou empresas russas para fazer toda a avaliação do acidente, e isso
ajudou na reorientação do programa. Agora, o DCTA tem um programa de
desenvolvimento de lançadores de pequeno e médio porte, e tem procurado
parcerias internacionais na Europa e na Rússia. Mas acho que mesmo aí ainda
estamos devendo. A cooperação com a Rússia é uma área que poderia evoluir
bastante.
VR – Antes de ser nomeado Ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação, e ainda como presidente da Agência Espacial Brasileira
(AEB), o senhor esteve na Rússia em missão chefiada pelo Vice-Presidente Michel
Temer, para participar da 5.ª Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de
Cooperação. E, na volta, a delegação brasileira trouxe um acordo de cooperação
com a Rússia na área espacial. Esse acordo evoluiu? Como anda a cooperação
entre os dois países na área?
MAR – Assinamos um memorando para fazer funcionar aqui no
Brasil o sistema Glonass de localização (sistema russo de navegação global por
satélite). Foi implementada uma estação que vai servir para calibrar o sistema
na Universidade de Brasília (UnB), e também na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Isso é o início de uma colaboração interessante, porque
essas duas estações servem para calibrar o sistema, para que ele possa ser
explorado comercialmente. Então, a Agência Espacial, a UnB e a UFRGS estão
nessa função. O que falta agora para utilizar esse sistema amplamente são as
empresas, porque há um interesse comercial. A própria Agência Espacial Russa
tem que ter a iniciativa de fazer acordos com empresas brasileiras para
explorar o uso desse sistema no Brasil. É claro que a AEB vai ajudar, mas o
acordo tem que ser feito com as empresas.
VR – Como ex-diretor geral do INPE, Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais, e ex-presidente da AEB, Agência Espacial Brasileira, e
da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o senhor considera
que o Brasil já está em condições de avançar na pesquisa espacial? Qual a
contribuição que o país tem prestado a essa pesquisa?
MAR – Nós avançamos bastante na área de satélites. Já
desenvolvemos pequenos satélites para fazer o monitoramento de bacias
hidrográficas, que usamos até hoje, e agora desenvolvemos outros. Temos também
com a China uma parceria de longo prazo de desenvolvimento conjunto de
satélites de observação da Terra, e estamos agora em vias de lançar o quarto
satélite nessa cooperação. Na área de satélites de telecomunicações, nós
criamos uma empresa, Visiona, que vai ser a contratante principal desse projeto
de desenvolver um satélite para comunicações oficiais no Brasil, para o Governo
usar no programa de banda larga nacional e para o uso das Forças Armadas. Nesse
programa, a Visiona já fez um “request for information”, que, no fundo, se
trata de ver quais empresas teriam interesse em ser fornecedoras desse
programa. E uma empresa russa foi mencionada na reunião com o Vice-Presidente
Michel Temer, e foi classificada. Agora, ela está em condições de fazer um
“request for proposals”, ou seja, fazer uma proposta para participar do
fornecimento, o que é promissor, já que a Rússia tem uma belíssima experiência
com satélites de comunicações. Se eles ofertarem preços competitivos, teremos
uma grande chance de incrementar significativamente a cooperação nessa área.
VR – Em artigo publicado em janeiro deste ano, o senhor
destacou que, para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentado e
competitividade econômica global, o Brasil não pode abrir mão das contribuições
do conhecimento científico e tecnológico. E citou exemplos bem-sucedidos da
aliança entre pesquisa e produção econômica no país, como o caso da Embraer,
que se beneficia dos trabalhos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e
do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), ou da Petrobras, que se vale de seu
centro de pesquisa e de diversas universidades públicas. Quais são os
instrumentos no âmbito do seu Ministério para ampliar a base científica e
estimular o desenvolvimento de novas tecnologias que respondam às necessidades
de outros setores econômicos?
MAR – No que se refere à base científica, nós já temos
instrumentos tradicionais. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, que é quem financia essas instituições que fazem parte do sistema
brasileiro de geração de conhecimento científico – isso que nós chamamos de
base científica – e faz a preparação dos recursos humanos qualificados na área,
é operado tanto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico quanto pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Agora, com
relação às empresas – e esse é o grande desafio que nós temos –, é preciso
estimulá-las a fazerem P&D [pesquisa e desenvolvimento], ou seja,
investirem em inovação.Acabamos de lançar em 14 de março, no Palácio do Planalto,
um grande plano chamado Inova Empresa, que tem por objetivos, por um lado,
financiar projetos de inovação dentro das empresas, desenvolver suas estruturas
para fazer P&D, e, por outro, estimular a cooperação das empresas e dos
institutos tecnológicos. Existe um montante significativo para ser ofertado
para essa cooperação tecnológica e de inovação entre essas empresas e
institutos, ou então para as empresas fazerem, elas próprias, seus projetos de
inovação. Nosso grande desafio é que, durante muito tempo, a pesquisa
tecnológica ficou muito restrita aos institutos e às universidades, e queremos
que as empresas também participem desses esforços, através dos quais elas
estarão se habilitando para a competição global.
VR – O Programa Ciência Sem Fronteiras tem rendido
inúmeros elogios ao Brasil na comunidade internacional, por expandir aos
estudantes brasileiros as possibilidades de realizar seus estudos fora do país.
Quais são as áreas de ensino mais procuradas pelos estudantes brasileiros no
exterior? Como a Rússia, que tem excelência reconhecida nas ciências exatas,
participa no programa de formação de jovens brasileiros?
MAR – O Ciência sem Fronteiras está focado nas áreas de
ciências naturais e engenharias, porque se detecta que, para o desenvolvimento
do país, e especialmente para o desenvolvimento sustentado, é absolutamente
necessário que tenhamos competência nessas áreas. Precisávamos fazer um esforço
extra, e esse esforço extra se chama Ciência sem Fronteiras. Estamos mandando
estudantes para estudar no exterior, em vários níveis. O estudante pode fazer
seus cursos, ou parte de seus cursos de engenharia lá fora, ou mesmo sua
pós-graduação. Este sistema financia isso, e não só para estudantes
universitários, como também para especialistas que trabalham em empresas, que
podem fazer estágios no exterior também pelo Ciência sem Fronteiras. O programa
financia 101 mil bolsas, sendo que o governo financia 75% dessas bolsas, e
várias empresas e associações empresariais que aderiram ao projeto financiam as
outras 25%. Então, trata-se de outra grande linha de cooperação entre o governo
e o empresariado para estimular essas áreas tecnológicas. Além disso, o Ciência
sem Fronteiras também cria condições para atrairmos especialistas, cientistas e
engenheiros para o Brasil. Então, quando nós assinamos um convênio com a
Rússia, por exemplo, nós queremos estimular as duas coisas: a ida de estudantes
para lá, e a vinda de especialistas russos para trabalharem em empresas ou
órgãos do Governo brasileiro. Engenharia, ciências biológicas e ciências da
saúde são as áreas em que há o maior número de alunos no Ciência sem
Fronteiras, daqui para o exterior. No sentido inverso, não há bolsas para
alunos estrangeiros no Brasil. Na Rússia, até agora, há apenas um aluno de doutorado
brasileiro pelo programa. Ele é da área espacial, e está em Moscou, no Joint
Institute for High Temperatures of the RAS. Foi em outubro do ano passado, e
deve voltar em setembro de 2015. Porém, com o acordo Brasil-Rússia firmado
recentemente no âmbito do Ciência sem Fronteiras, há a expectativa de que em
breve esse número aumente. Há que se mencionar aí a dificuldade que existe em
relação à questão da língua. A representação no Governo das universidades
russas, com quem nós assinamos o convênio, é uma organização que cuida da
alocação dos estudantes brasileiros nas universidades de lá. Junto com o
Governo e com o Ministério da Educação, eles estão preocupados em contribuir de
alguma forma para que os estudantes brasileiros tenham um período de preparação
da língua russa. Fora isso, as bolsas do Ciência sem Fronteiras cobrem não só
as anuidades escolares como também o custo de estada, alimentação e
seguro-saúde nos outros países – é uma bolsa completa.
VR – O senhor pode citar alguns outros exemplos de
resultados concretos obtidos pelos acordos de cooperação científica e
tecnológica que o Brasil tem com a Rússia? Quais avanços foram alcançados neste
sentido com a última visita do Primeiro-Ministro Dmitri Medvedev ao Brasil?
MAR – Há uma proposta especial que eu fiz nessa comissão.
Nos arredores de Moscou existe um grande parque tecnológico [Skolkovo], onde se
estimula a articulação de empresas e bases tecnológicas. Eu sugeri, e acredito
muito que isso possa dar uma contribuição significativa para as nossas
relações, que fizéssemos um diálogo entre empresas que estão em parques
tecnológicos aqui no Brasil e lá na Rússia. São pequenas empresas que têm
negócios em tecnologia. Então, se criarmos condições para que elas possam se
reunir e discutir seus projetos e suas ideias, estaremos criando possibilidades
de cooperação direta ao nível de planos de negócios entre essas empresas russas
e brasileiras. Acredito que estimular esse diálogo é estimular a parceria
econômica e comercial. E essa confluência de ideias, capitais e esforços é
muito importante para o setor de inovações tecnológicas na competição global.
Estou propondo isso, e espero que um dia possamos realizar.
VR – O Governo Federal anunciou recentemente a criação
da Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que será
implementada por meio do MCTI, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do
Ministério da Educação (MEC). Quais os objetivos e o alcance desta iniciativa,
e como ela será financiada?
MAR – Dentro do plano Inova Empresa, foi criada essa
associação, chamada Embrapii, que terá um papel importante. O objetivo do Inova
Empresa é estimular as empresas a fazerem P&D ou trabalharem em projetos
comuns com as instituições existentes de P&D. A Embrapii vai ser justamente
um catalisador dessa articulação. Ela vai ser proativa no sentido de detectar
uma demanda industrial e estimular os institutos a atenderem à demanda de
infraestrutura existente no Brasil – infraestrutura laboratorial e de
capacitação em pesquisa. O Inova Empresa terá uma verba de 32,9 bilhões de
reais para os próximos dois anos (2013 e 2014), e a Embrapii terá um bilhão de
reais para se constituir, no mesmo período. Mais do que isso, esses recursos da
Embrapii servirão também para financiar empresas, porque quando a empresa
contratar um instituto credenciado pela Embrapii para fazer projetos de
pesquisa, a empresa pagará um terço do projeto; o instituto, um terço também; e
a Embrapii pagará o terço restante. É um modelo de financiamento do risco, do
risco de inovação na empresa. Ou seja, o Governo irá participar desse
financiamento com as empresas e com os institutos de pesquisa.
VR – Como o senhor avalia a situação atual do Brasil em
relação ao fenômeno da evasão de cérebros? O que deve ser feito para incentivar
a permanência dos grandes nomes da ciência no Brasil?
MAR – É um problema sério, mas não tanto quanto já foi
em outras épocas. Nos anos 1990, o Brasil passou por uma fase em que tivemos
que fazer um grande esforço para resolver problemas de equilíbrio macroeconômico,
inflação, etc., e o nível das atividades econômicas caiu muito. E, quando as
atividades econômicas em geral de um país não se desenvolvem de modo adequado,
nós perdemos a capacidade de contratar recursos humanos qualificados. Então,
muitos dos recursos humanos que nós formamos aqui vão embora do país em busca
de oportunidades. Mas eu entendo que a partir dos anos 2000 nós começamos a
criar oportunidades para esse pessoal ficar aqui, tanto é que está havendo uma
insuficiência da mão de obra qualificada. Isso é uma característica dos tempos
atuais aqui no Brasil, e por isso é que a gente faz o Ciência sem Fronteiras:
para estimular as áreas onde há deficiência. Eu tenho plena consciência de que,
formando esses jovens no exterior, eles terão oportunidades aqui, mantido o
atual nível de velocidade no desenvolvimento econômico do país. Nós inclusive
criamos no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia um portal que estimula o
aproveitamento desses egressos do Ciência sem Fronteiras que voltam ao Brasil.
É um mecanismo de alocação, para indicar empresas, universidades e centros de
pesquisa onde eles podem trabalhar, no Brasil inteiro. Então, nós não só temos
a expectativa de que essas pessoas serão aproveitadas no país, e de que
teremos, ao invés de um “brain drain”, um “brain in”. Mas também somos
proativos nesse processo, corremos atrás para fazer com que esses recursos
humanos voltem e contribuam para o desenvolvimento do país.
VR – O Brasil, assim como a Rússia, tem amplas reservas
de recursos naturais. Estrategicamente, como o senhor avalia a importância do
fortalecimento da ciência feita no país, diante das perspectivas ambientais de
escassez e conflito internacional nas próximas décadas?
MAR – A meu ver, ciência, tecnologia e pesquisa são
vitais para que usemos bem esses recursos naturais, em todos os sentidos. Para
início de conversa, para que nós não destruamos esse patrimônio que são os
recursos naturais. Muitas vezes tivemos desenvolvimentos predatórios. No Brasil
temos exemplos no passado em que não aproveitamos os recursos da melhor maneira
possível, e acabamos tendo que lidar com a escassez deles. A madeira chamada
pau-brasil, que deu nome ao nosso país, e que foi o primeiro recurso natural a
ser explorado nessas terras, era tirada daqui e levada para a Europa, até que
foi exaurida. Hoje não há mais pau-brasil no Brasil. Temos que ter cuidado para
usar esses recursos de forma sustentada. Por exemplo, não podemos explorar os
recursos da biodiversidade amazônica como nós exploramos o pau-brasil; temos
que explorá-los de uma maneira consistente com a sua conservação – e é
perfeitamente possível fazer isso com ciência. Conhecendo esses sistemas da
biodiversidade e intervindo de forma organizada e planejada, é possível
explorar comercialmente a floresta, com sustentabilidade: tira-se uma árvore,
plantam-se duas ou três. Existem empresas que se tornaram grandes sucessos
econômicos, como a Natura (empresa de cosméticos), por exemplo, que explora
recursos da biodiversidade amazônica de forma sustentada. Ela extrai princípios
ativos de árvores e frutos da Amazônia sem destruí-los. Pelo contrário, ela
atua no sentido da preservação. Em nível governamental, temos políticas
ambientais como o Código Florestal, que permite a exploração da agropecuária
mantendo um certo nível de florestas, por exemplo.
VR – Quais são as perspectivas que o senhor tem, no
geral, para a cooperação técnico-científica com a Rússia nos próximos dez anos?
MAR – Acho que, com todos os BRICS, o Brasil só vai
incrementar essas relações científicas, porque são países que têm o mesmo tipo
de interesse, estão na mesma posição no contexto global. Então, necessariamente
eles terão que cooperar muito entre si. E eles têm um equilíbrio de interesses
econômicos comuns que dão sustentabilidade a uma relação científica e
tecnológica permanente. Às vezes, quando existe divergência e desequilíbrio
entre a força dos interesses de um e de outro, desequilibram-se também todas as
possibilidades de cooperação científica. Passa-se a ter dominância de um sobre
o outro. Mas aqui não há essa dominância: o relacionamento entre as partes está
equilibrado. Acredito que isso vai garantir que, durante muito tempo, tenhamos
que utilizar a cooperação com a Rússia, com a Índia, com a China e com a África
do Sul.
Fonte: Site do Jornal “Diário da Rússia” - 20/03/2013 -
http://www.diariodarussia.com.br
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