Est. Aponta Que Resistência das Flors. Trops. Pode Ser Maior
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (14/03) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando
que estudo do instituto em colaboração com diversas universidades e
organizações do Reino Unido sugere que a floresta pode ser mais resiliente (resistente) às
mudanças climáticas induzidas pelo aumento das emissões de CO2 do
que apontam alguns estudos anteriores.
Duda Falcão
Resiliência das Florestas Tropicais
às Mudanças Climáticas Pode
Ser Maior, Diz Estudo
Quinta-feira, 14 de Março de 2013
Artigo publicado nesta semana na Nature Geoscience sugere que a
floresta pode ser mais resiliente às mudanças climáticas induzidas pelo aumento
das emissões de CO2 do que sugerem alguns estudos anteriores. No
entanto, ainda permanecem incertezas significativas na forma como a limitação
de nutrientes e a aclimatação podem afetar a floresta em um mundo em aquecimento.
O estudo tem como coautores os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) José Marengo e Carlos Nobre e é resultado de uma colaboração
entre o Instituto o Reino Unido (Universidade de Oxford, UK Met Office, Center
for Ecology and Hydrology e Universidade de Exeter, entre outras).
As alterações de estoques de carbono das florestas
tropicais, em resposta às mudanças do clima e à composição atmosférica ainda
são incertas. Entretanto, a avaliação do potencial de perda futura de carbono é
importante para balizar a eficácia dos programas de redução de emissões por
desmatamento e degradação.
O artigo "Simulated
resilience of tropical rainforests to CO2-induced climate
change" (Resiliência simulada das florestas
tropicais às mudanças climáticas induzidas pela emissão de CO2)
relata a utilização de simulações com 22 modelos climáticos e ecológicos e a
descoberta de que apenas uma delas apresenta projeção de perda de biomassa
pelas florestas tropicais no final do século 21. Foram analisadas as três
principais regiões de floresta tropical: as Américas (América Central e a Bacia
Amazônica), África e Ásia.
“Os resultados sugerem que a possibilidade de haver um
colapso da floresta amazônica no futuro, devido ao aumento de CO2 é
menor do que o anteriormente demonstrado”, afirma José Marengo. “De fato, as
florestas poderiam perder parte do estoque de carbono, mas isso não levaria a
um processo de colapso ou savanização, ou seja, a floresta amazônica mostraria
resiliência às mudanças climáticas”.
As florestas tropicais armazenam aproximadamente 470
bilhões de toneladas de carbono em sua biomassa e solo, são responsáveis por
cerca de um terço da produtividade primária terrestre global, regulam a
meteorologia local e abrigam uma enorme biodiversidade.
Análises anteriores têm investigado a potencial
vulnerabilidade das florestas tropicais em relação às alterações climáticas.
Alguns, com base em projeções futuras pelo modelo climático HadCM3 EM 2000, por
exemplo, sugerem que a mudança climática induzida por ações humanas poderia
causar perdas catastróficas de cobertura florestal e de biomassa em toda a
Amazônia.
“Estes resultados ainda apresentam incertezas, pois ainda
que os modelos climáticos e ecológicos utilizados sejam de última geração,
representando melhor a interação vegetação-atmosfera, existem processos ainda
não bem conhecidos que podem não estar bem representados nos modelos, como a
assimilação de nutrientes, por exemplo”, explica o pesquisador.
Marengo ressalva também que é preciso cautela na
abordagem da questão da Amazônia. “Um desmatamento crescente, ou aumento da
concentração de gases de efeito estufa pode afetar, sim a floresta no futuro.
Por isso, é indispensável se pensar em medidas de mitigação (redução do
desflorestamento e das emissões) para não se criar um ambiente favorável à
potencial perda da floresta amazônica”.
Fonte:
Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
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