Brasil Disputa Campeonato de Futebol de Robôs na Ásia
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (09/06) no site do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destacando uma interessante notícia de que em ano de Copa do Mundo o Brasil também disputará campeonato de futebol de robôs na Ásia.
Duda Falcão
Brasil Disputa Campeonato de Futebol de Robôs na Ásia
09/06/2010 - 08:30
Equipe Brasileira de Robôs que Disputa a Competição - Divulgação/FEI
O futebol do Brasil também pretende alcançar este ano vitória na área de tecnologia. Estudantes de Porto Alegre (RS) e de São Paulo se preparam para mais uma edição do RoboCup 2010. O evento é uma espécie de Copa do Mundo dos robôs e se realiza de 19 a 25 deste mês, em Singapura.
A competição é considerada a maior e mais importante plataforma de pesquisa em robótica e vai reunir mais de 400 equipes de 40 países.
Entre os brasileiros participantes, estão alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI), de São Paulo. As equipes estão inscritas na categoria Small Size (que utiliza pequenos robôs de 15 cm de altura), também conhecida como F-180.
O grupo da FEI é formado por nove alunos dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e de mestrado. Os universitários levam para a disputa sete robôs (cinco jogadores, sendo um goleiro, mais dois reservas). Cada robô tem cinco motores e quatro rodas, além de quatro baterias de 7,4 volts.
Futebol
Na partida, atletas e treinadores são substituídos pelas máquinas. O jogo ocorre num campo com 17,5 metros quadrados, onde os robôs são comandados por um programa executado em tempo real no computador. Duas câmeras, instaladas a uma altura de quase quatro metros, captam as imagens da partida e enviam ao computador, que controla os robôs via radiofreqüência.
“São robôs automáticos que jogam sem a interferência humana, nós somos meros espectadores. É praticamente igual ao futebol que conhecemos, tendo a partida duração de dois tempos de cinco minutos. O juiz também é automático, neste caso uma pessoa apenas aperta os botões para indicar o que ocorreu”, conta o coordenador do projeto Futebol de Robôs da FEI, Flávio Tonidandel.
Os Atletas Foram Tecnicamente Reforçados para a Competição - Divulgação/FEI
Algumas regras são mais rígidas. “O atacante não pode entrar na área do adversário porque senão é falta ou pênalti. Isso é só para evitar que um robô fique obstruindo o outro”, acrescenta o professor, que já acumula experiência em competições com robôs há quase sete anos.
Novas Tecnologias
A competição internacional se realiza há mais de 10 anos e envolve a participação de robôs inteligentes de uma forma geral; entre as modalidades, estão as categorias: resgate, colaboração e ambiente de simulação. Em 2009, a equipe da FEI ficou entre as 12 melhores colocadas no torneio realizado na Áustria. A expectativa é de ter desempenho superior nesta edição.
A parte eletrônica utiliza a tecnologia FPGA, um microcontrolador que garante mais flexibilidade aos robôs. Outra novidade está na parte mecânica, que ganhou motores mais potentes, de 50 watts. Os estudantes da FEI também fizeram modificações no software de Inteligência Artificial para garantir melhor defesa e tomada de decisões mais rápidas.
“Então, para esse ano temos um sistema de eletrônica mais apurado, detalhado; que dá uma capacidade de programação maior. A parte mecânica está mais estruturada, robusta e forte. Os nossos robôs antes eram mais lentos e quebravam peças facilmente ao serem atingidos com chutes muito fortes. Agora eles agüentam mais partidas de futebol”, garante Tonidandel.
A equipe da FEI já se prepara para competir na categoria bípedes (humanóide) da RoboCup. A expectativa é aprender nessa edição para competir em 2011. “A dificuldade é maior. Deixar o robô em pé como ser humano. Cada um enxerga a bola de um ângulo diferente e eles precisam conversar em campo e tomar decisões”, esclarece o professor.
A primeira demonstração humanóide deve ocorrer no Brasil, ainda neste ano, de 23 a 28 de outubro, dentro das programações da Competição Brasileira e da Latino-Americana de Robótica, na sede da instituição.
Reforço Curricular
De acordo com o instrutor da FEI, a participação no mundial trouxe como resultado o grande aprendizado. As competições serviram de motivação para os alunos e para estimular o desenvolvimento da robótica móvel no País; diante dos avanços obtidos nas áreas de mecânica, eletrônica e inteligência artificial.
“É preciso trabalhar a parte de cooperação, movimentação e visão dos robôs. As equipes ainda trocam ideias, ciência e tecnologia. Lá fora, em nível de tecnologia, houve grande avanço e investimentos (em especial nos Estados Unidos e na Ásia) e nós também chegamos num nível que começamos a competir bem”, avalia Tonidandel.
Para os alunos envolvidos na RoboCup, a experiência é um reforço curricular. Os estudantes da FEI dedicam 20 horas por semana para o projeto, em período diferenciado ao do curso. Alguns participantes, como o paulista José Ângelo Gurzoni, de 29 anos, puderam acompanhar a evolução dos conhecimentos adquiridos desde início das competições, também realizadas no Brasil desde 2003.
Hoje, Gurzoni faz mestrado em inteligência artificial na FEI e trabalha com softwares e sistema de computação no departamento de tecnologia do Banco Mundial. Para ele, a universidade é a fundação, mas o conhecimento prático faz a diferença. “Neste sentido aprendi muito, principalmente porque usamos e desenvolvemos softwares dentro do laboratório com uma complexidade bem maior do que normalmente é administrado em sala de aula”, conta.
Fonte: Site do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)
Comentário: Interessante matéria que demonstra que existem profissionais mesmo em formação capazes de desenvolver a ciência da robótica no Brasil e sinceramente é difícil de entender o porquê essa ciência ainda não buscou uma interatividade com o Programa Espacial Brasileiro. Na contramão do que se faz no mundo atualmente, no Brasil essa ciência (entre outras) ainda (pela informação que o blog dispõe) não contribuiu em nada com PEB, apesar das inúmeras oportunidades que podem ser criadas visando essa interatividade tão importante tanto para o programa espacial quanto para a própria robótica. Em grande parte isso acontece por conta da falta de visão dos “Cabecinhas de Panetone” e dos “Burrocratas” que militam no governo e nos bastidores do próprio programa espacial e em outros setores de que para que o setor de ciência e tecnologia se torne sustentável e produtivo o mesmo tem de ser coordenado em harmonia e não separadamente, buscando assim a interatividade entre o conhecimento de diversas ciências atuando em conjunto em prol do desenvolvimento do país. Um grande exemplo da falta de visão dessa gente é a não aprovação do projeto da primeira sonda lunar brasileira em cooperação com os russos (Missão ISHTAR), missão essa que envolveria o esforço de ciências como Astronomia, Astrobiologia, Astrofísica, Nanotecnologia, Química, Biologia e obviamente Robótica, já que a mesma previa não só um orbitador com diversos nanosatélites desenvolvidos por universidades brasileiras, como também um pequeno robô móvel a ser colocado na superfície da Lua. Atualmente essa mesma equipe de pesquisadores da “Missão ISHTAR” está tentando incluir no novo PNAE uma outra missão para um asteróide próximo da Terra que talvez seja até mais significativa tecnologicamente e cientificamente e que já foi abordada aqui no blog, ou seja, a “Missão ASTER”, que em nossa opinião pela mentalidade reinante tem poucas chance de ser aprovada. No entanto, segundo informações colhidas pelo blog junto a um desses pesquisadores os mesmos estarão indo à luta com todas as armas disponíveis, pois o único ser que morre de véspera é o pobre coitado do peru.
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