Desatino Alada: Cansado de falácias e sabujices, editor do BS convida quem queira participar para tentar defender esse atraso!

Prezados entusiastas do BS,

Diante da apatia, do conformismo e da sabujice que reinam no Brasil quando se trata de factóides sobre programas e atividades estatais espaciais, o Brazilian Space se vê compelido, mais uma vez, a se apresentar e desmentir aqueles que insistem em propagar informações falsas e desonestas para a incauta e ultrapacata sociedade brasileira, bem como para boa parte do mainstream da comunicação e da divulgação científica do país.

Imagem gerada por IA pela redação do BS, a partir do texto da matéria.

Já fizemos isso antes, inúmeras vezes, e quase sempre sozinhos, dentre tantos outros exemplos, quando:

  • Há muitos anos, alertamos sobre o erro que era a criação da Alcântara Cyclone Space (ACS), (veja aqui);
  • A Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Força Aérea Brasileira (FAB) quiseram empurrar goela abaixo o trambolho espacial SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação) como sendo o suprassumo da solução para o provimento de internet civil em áreas remotas do país (veja aqui);
  • A AEB insistiu em uma campanha de desinformação, alegando que o desenvolvimento do SGDC contou com transferência tecnológica (veja aqui);
  • Questionamos os dados superestimados do potencial econômico do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para inflar os números do potencial de mercado do centro (veja aqui);
  • Denunciamos a publicação, pela AEB e pela FAB, ao arrepio da lei, do primeiro edital para seleção de empresas para operação em Alcântara, sem amparo legal na Lei de Licitações (veja aqui);
  • Desmentimos o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e o Ministérios da Ciência, Tenologia e Inovações quando sucitaram que a nossa informação que o satélite Amazonia-1 estava girando ("dando cambalhotas = tumbling (em inglês) após o seu lançamento era "fake news"! (veja aqui);
  • Desmentimos a FAB quando esta afirmou que o contrato de aquisição dos motores S50 com a Avibras previa apenas 6 unidades, quando, na verdade, foram 8 motores (veja aqui);
  • Mais recentemente, expusemos a adulteração da Lei Geral do Espaço, transformada na Lei Militar do Espaço (veja aqui);
  • Questionamos o projeto de lei para a criação do "Desatino Alada" (veja aqui).

Esses são os assuntos mais evidentes em que o BS foi uma rara e contundente voz, dizendo: "Nós queríamos que eles soubessem que nós sabíamos que eles estavam mentindo" e que registraríamos isso, por posicionamento escrito e falado, para que toda a sociedade — ainda que indiferente, conivente ou apática — soubesse e não pudesse, no futuro, alegar que "ninguém disse nada".

Em muitas dessas campanhas, os senhores da ilusão (os misters F, D, M, etc.) recuaram diante da nossa obstinação em rebater de frente (de forma nua e crua) as falácias propagadas, e pararam de tentar emplacar, por exemplo. que houve transferência tecnológica no projeto de desenvolvimento do SGDC (o que houve foi transferência de conhecimento, ou seja, capacitação de pessoal), como pode ser visto nas nossas publicações.

Em outros casos, os artesãos da desinformação insistiram e continuam insistindo, lançando desinformação para todos os lados. Contando com a complacência e a sabujice de muitos que têm apego, servidão e interesses junto ao poder, emplacaram e aprovaram a famigerada Lei Militar do Espaço e, agora, a lei que permite a criação da Alada, mesmo diante da nossa contraposição aos diversos factóides, tal como a absurda afirmação da Alada como "a Embraer do espaço" ("·--· ··- - ·- --·- ··- · ·--··- ·-· ·· ··- -·-·--", Jorge Amado em Morse, para não chocar o leitor mais puritano).

Para o pobre Brasil, sem nenhuma surpresa para nós, na base do "tratoraço", o projeto que cria a Alada foi aprovado na Câmara dos Deputados, com audiências públicas que contaram apenas com a participação dos interessados no projeto e sem nenhuma participação popular. Agora, segue para o Senado para mais uma rodada de fingimento legislativo e aprovação.

Eis que, após publicarmos diversos vídeos alertando sobre mais essa empreitada nebulosa, surge em um dos nossos últimos vídeos um cidadão para comentar, solicitando-nos a "buscar na FAB informações coerentes a respeito dos reais motivos que obrigam o uso de uma empresa pública. Muito mais que o raciocínio simplório de uma empresa a mais, a FAB lhe informará sobre o ganho econômico e o ganho estratégico de não ser bloqueada por interesses estrangeiros no desenvolvimento de veículos duais."

Diante de tal sugestão, cansado de pantomimas, respondi:

"Caro --------,

Para você, o raciocínio é simplório, mas creio que o termo seja ÓBVIO!
Debato isso com qualquer um da FAB — e com você — na hora e no dia que se dispuser.
Os argumentos da FAB não se sustentam economicamente, exceto pelo viés de monopolização estatal de diversos segmentos que poderiam ser explorados em parcerias público-privadas ou de gestão privada.
Solução (Old Space, anacrônica e desenvolvimentista) boa para a FAB, mas péssima para o desenvolvimento do MERCADO espacial no Brasil.
Aguardo sua resposta e de alguém da FAB que você indique ao convite feito.
Obrigado pela participação!
Atenciosamente,
Rui Botelho
Editor do BS"

Assim, está lançado o convite público para quem quiser defender a Alada no BS em programa ao vivo, sem cortes, sem intervalos e sem limite de tempo (como nos primeiros e saudosos Jungle Fight do MMA).

Rui Botelho

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