Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre é Apresentado na China
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (22/04) no site da
“Agência FAPESP”, destacando que o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre
(BESM, na sigla em inglês) foi apresentado na China.
Duda Falcão
Especiais
Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre
é Apresentado na
China
Por Heitor Shimizu, de Beijing
22/04/2014
(Foto: H.Shimizu)
Paulo Nobre, pesquisador do CPTEC-Inpe,
destaca a
importância de gerar modelos próprios
para as particularidades do Brasil e de
estimular
uma nova geração de cientistas climáticos.
|
Agência
FAPESP – O Modelo
Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês) foi apresentado a
pesquisadores chineses no Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing, realizado
na semana passada na Peking University.
Segundo
Paulo Nobre, coordenador geral do BESM e da Rede Brasileira de Pesquisa sobre
Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), em vez de usar outros modelos
existentes, como os norte-americanos ou os europeus, a proposta de desenvolver
o BESM é ter uma ferramenta que possa auxiliar nas pesquisas sobre fatores da
realidade brasileira, como queimadas ou o desmatamento na Floresta Amazônica.
“Com o BESM,
poderemos produzir cenários para futuras mudanças ambientais e ser capazes de
representar processos importantes para o Brasil, mas que poderiam ser
considerados secundários em outros modelos. Outra vantagem é a integração com
grandes programas de pesquisa, como o BIOTA-FAPESP e o LBA [Experimento de
Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia]”, disse Nobre.
“Outros
pontos positivos são poder formar uma nova geração de cientistas capazes de
produzir modelos do clima, da atmosfera, dos oceanos, da superfície e químicos,
além do próprio avanço da ciência climática e de poder colaborar com países com
interesses semelhantes”, disse Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE).
O BESM é um
eixo estruturante da pesquisa em mudanças climáticas no Brasil e oferece
subsídios para o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais
(PFPMCG),
para a Rede Clima e para o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças
Climáticas (INCT-MC).
O BESM roda
em um supercomputador, o Tupã, adquirido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia
e Inovação (MCTI) e pela FAPESP, e instalado na unidade do INPE em Cachoeira
Paulista (SP).
Segundo
Nobre, ainda que os princípios físicos básicos que regulam os efeitos da
concentração de dióxido de carbono na atmosfera sejam conhecidos desde o século
19, o conhecimento necessário para prever os efeitos detalhados do acúmulo de
gases que causam o efeito estufa na atmosfera é insuficiente.
“Diferentemente
de outras mudanças severas, seja de natureza local ou regional, que a
humanidade enfrentou no passado – como a peste negra na Europa durante a Idade
Média ou o perigo do inverno nuclear durante a Guerra Fria –, as mudanças
climáticas globais representam o maior desafio já vivido pelo homem, uma vez
que exigem não apenas uma compreensão profunda das leis físicas da natureza em
um nível ainda não atingido, mas também o processamento de uma quantidade sem
precedentes de dados e de cobertura do sistema terrestre e da sociedade”,
disse.
Para lidar
com tamanho desafio, pesquisadores têm criado modelos matemáticos para
descrever o funcionamento aproximado do sistema terrestre, em níveis de
complexidade cada vez maiores, em uma tentativa de prever as causas e as
consequências do acúmulo de gases estufa na atmosfera, na biosfera e nos
oceanos, explicou Nobre.
“O BESM é
uma forma de incorporar conhecimento sobre as florestas e os oceanos tropicais
no quebra-cabeça das mudanças climáticas globais”, disse Nobre.
Fonte: Site da Agência FAPESP
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