Brasileiros Caçam Estrelas Gêmeas do Sol Por Análise de Cor
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria
publicada no jornal Folha de São Paulo dia (24/04) e postada no site do
“Jornal da Ciência” da SBPC, destacando que um quarteto de pesquisadores
brasileiros caçam Estrelas Gêmeas do Sol por análise de cor.
Duda Falcão
Notícias
Brasileiros Caçam Estrelas Gêmeas
do Sol Por Análise de Cor
Técnica simples pode ajudar a encontrar objetos que
contenham sistemas planetários similares aos nossos
Por
Salvador Nogueira
24/04/2014
Jornal Folha de São Paulo
Um quarteto de pesquisadores brasileiros desenvolveu um
protocolo para a busca de estrelas gêmeas do Sol, iniciando a caça por uma
propriedade simples: a cor. O trabalho, que pode ter implicações importantes
para a compreensão de como se formam sistemas planetários semelhantes ao nosso,
resultou na detecção de cinco prováveis gêmeas solares, além de outras cinco
que poderiam se enquadrar na categoria.
Faz sentido separar estrelas pela cor. Embora sejam todas
bolas de gás hidrogênio compactadas pela gravidade, seu tamanho e temperatura
ditam características denunciadas pelas cores. Dentre aquelas que estão em fase
de atividade normal (fundindo átomos de hidrogênio em seu núcleo), as menores e
mais frias tendem ao vermelho; as maiores e mais quentes caem para o azul. O
Sol, no meio do caminho, tem a familiar cor amarelada.
Então, há tempos se sabe que cor e luminosidade podem
indicar similaridade entre estrelas. Mas quão úteis seriam esses parâmetros
básicos para achar astros praticamente idênticos ao Sol? Essa foi uma das
premissas que o trabalho de Gustavo Porto de Mello, da UFRJ, e colegas se
propôs a verificar.
Eles partiram do catálogo Hipparcos -elaborado pelo
satélite europeu de mesmo nome-, que contém cerca de 2,5 milhões de estrelas
num raio de cerca de 500 anos-luz (cada ano-luz tem cerca de 9,5 trilhões de
km). A ideia era se concentrar em astros mais próximos, a até aproximadamente
160 anos-luz de distância. Para a primeira peneirada eles usaram basicamente a
cor -e com isso chegaram a 133 candidatas parecidas com o Sol.
"O índice de similaridade de cor se mostrou muito
bem-sucedido", afirma Mello.
Há muitos parâmetros diferentes que podem flutuar em
estrelas. A quantidade de metais pesados, a idade, a temperatura e o nível de
atividade são alguns deles. Para verificá-los, é preciso analisar seu espectro,
ou seja, o padrão luminoso que se forma quando a luz é separada em suas cores.
A análise dos espectros das candidatas revelou dez
estrelas que poderiam ser tidas como gêmeas do Sol. Quatro delas se destacaram:
HD 98649, HD 118598, HD 150248 e HD 164595. "Essas quatro têm parâmetros
evolutivos e atmosféricos indistinguíveis dos solares."
MIL E UMA UTILIDADES
As gêmeas solares são importantes por uma razão prática.
Como os telescópios em terra não podem ser apontados para o Sol, elas fornecem
uma referência de calibragem importante para os instrumentos no céu noturno.
Contudo, o grupo da UFRJ e do Observatório Nacional
sugere que buscas por planetas sejam conduzidas nesses astros, para entender se
existe uma relação entre a arquitetura dos sistemas planetários e as
características mais sutis de suas estrelas-mãe.
Outra aplicação seria ter objetos que merecessem
observações focadas na procura por sinais artificiais de possíveis civilizações
alienígenas. Os resultados do grupo foram publicados na revista
"Astronomy&Astrophysics".
Fonte: Jornal Folha de São Paulo via Site do Jornal da Ciência
de 24/04/2014
Comentário: Pois é leitor, enquanto caminhamos a passos
largos para o buraco com o nosso pífio programa espacial, na Área Astronômica a
pequena e ativa Comunidade de Astrônomos do país caminha a passos largos na sua
busca pelo reconhecimento internacional e pelas descobertas inerentes a sua
área. Extraordinário trabalho que vem sendo realizado por esses pesquisadores
há mais de uma década com grandes resultados, mesmo com esse e outros desastrosos
governos fazendo de tudo para atrapalhar. Olha aí a motivação que tanto falamos.
Onde será que está a dos profissionais do PEB?
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