Especialistas Aprovam Projeto Sirius
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (01/02) no site do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que especialista
aprovaram o Projeto Sirius, novo acelerador brasileiro de Luz Síncroton.
Duda Falcão
Especialistas Aprovam Projeto Sirius
Ascom do CNPEM
01/02/2013 - 15:24
Foto: Ascom do CNPEM
Integrantes de comitê em visita ao LNLS |
A equipe de
pesquisadores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas
(SP), responsável pelo projeto conceitual de Sirius, a nova fonte síncrotron
brasileira, submeteu os parâmetros da nova máquina à avaliação de um grupo de
especialistas em física de aceleradores do Brasil e do exterior. O projeto foi
considerado “ambicioso”, “consistente” e “muito viável”.
A fonte, com 3,0 giga elétron-volts (GeV) de energia e
muito mais brilho que a atual, de segunda geração, abrirá novos horizontes para
as técnicas de caracterização de materiais. Permitirá, por exemplo, o uso de
raios X com micro e nano focalização.
“Sirius será um competidor sério no mercado mundial de
síncrotrons”, afirmou Robert Hettel, do Stanford Synchrotron Radiation
Laboratory. Os visitantes afirmaram, ainda, que imaginar o impacto de um
síncrotron de terceira geração na comunidade de pesquisa do Brasil e da América
do Sul os deixava “altamente empolgados”. Das 45 fontes síncrotrons em operação
no mundo, 15 são de terceira geração.
A avaliação desses especialistas – todos integrantes do
Machine Advisory Committee (MAC), um espécie de comitê consultivo do projeto – é crucial para referendar ou redirecionar as
escolhas tecnológicas do LNLS.
Além de Hettel, estiveram em Campinas Helmut Wiedmann, também de Stanford;
Mikael Eriksson, do MAX-4,
o novo síncrotron da Suécia; e Nelson Velho de Castro Faria, professor emérito
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Adaptações
No primeiro MAC Meeting, em junho do ano passado, eles
desafiaram a equipe responsável pelo projeto Sirius a rever algumas
especificações da rede de magnetos para reduzir a emitância da fonte de luz de
1.8 nm.rad. para menos de 1 nm rad., aumentando o seu brilho. Em pouco mais de
um mês, depois de analisar várias redes e avaliar custos financeiros e impactos
no projeto executivo, a equipe chegou a uma proposta de emitância de 0.28 nm
rad., o que torna Sirius uma máquina única, com a menor emitância natural
dentre os síncrotrons no mundo, próxima à de MAX-4, também em fase de
construção.
O novo parâmetro de emitância exigiu mudanças na rede de
ímãs no anel de armazenamento de elétrons – o número de dipolos, sextupolos e
quadrupolos saltou de 460 para 700 – e na circunferência do anel, que cresceu
de 480 metros para 518 metros. Exigiu também o redesenho da câmara de vácuo, a
substituição do aço inoxidável por cobre e o domínio da tecnologia de deposição
de uma liga NEG (non-evaporable gatter) desenvolvida pela Organização Europeia
para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês).
A rapidez, o entusiasmo e a competência com que a equipe
do LNLS redirecionou o projeto foram elogiadas pelo comitê, que avaliou que “O
time já está adiantado no desenho final”. A instância aprovou a utilização de
imãs de campo magnético intenso de 2 T nas linhas de dipolo, endossou o uso de
amplificadores de estado sólido para restaurar a energia do feixe de elétrons e
fez uma série de recomendações relacionadas ao sistema de vácuo, de controle,
entre outros, que, desta vez, não exigirão mudanças radicais no projeto.
Os integrantes do grupo aplaudiram o gerenciamento do
projeto e apoiaram a ideia do LNLS de buscar parceiros entre as empresas
brasileiras para o desenvolvimento de vários dos componentes da nova máquina. O
valor do projeto, estimado em R$ 650 milhões, foi considerado “compatível” com
o de outros projetos da mesma escala.
Sirius vai proporcionar a competitividade do Brasil em
áreas estratégicas de pesquisa como nanociências, biologia molecular estrutural
– base para o desenvolvimento de fármacos –, materiais avançados e energias
alternativas. Os vencedores do Nobel de Química em 2009 usaram um acelerador
dessa categoria para desvendar a estrutura molecular do ribossoma, organela
celular que catalisa a tradução do código genético para proteínas.
Outra Avaliação
O LNLS fez coincidir o encontro dos especialistas do MAC
com a reunião de seu Comitê Científico (Scientific Advisory Committee – SAC),
que visita o laboratório a cada dois anos para acompanhar as atividades
regulares de operação do síncrotron atual. Sua pauta, nesta ocasião, incluía
também o projeto Sirius. Os resultados foram muito positivos: o comitê
científico aprovou as especificações técnicas das primeiras 13 linhas de luz da
nova fonte, projetada para abrigar um total de 40 linhas em sua capacidade
máxima.
“Os dois encontros foram uma ótima oportunidade para
discutir o projeto e altamente estimulantes para o conjunto da equipe”, disse o
diretor do LNLS, Antonio José Roque da Silva.
Estiveram em Campinas os seguintes membros do Comitê
Científico do LNLS: Galo Soler Illa, da Comissão Nacional de Energia Atômica da
Argentina; José Riveros Nigra, da Universidade de São Paulo (USP); Massimo
Altarelli, do European XFEL Project Team, da Alemanha; Nicholas Bernard
Brookes, do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), na França; Thomas
Earnest, do Shangai Synchrotron Radiation Facility; Volker Saile, do Karlsruhe
Institute of Technology; William Stirling, do ESRF; Rosangela Itri, do Instituto
de Física da USP; e Qun Shen, do Brookhaven National Laboratory (BNL), nos
Estados Unidos.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
Esse projeto irá projetar uma vez mais a pesquisa no Brasil, da mesma forma que o a maquina UVX fez na dedaca de 80-90! Otimo para o Brasil.
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