IAE Completou Qualificação em Solo do SARA Suborbital
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota publicada hoje (13/06) no site do
“Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)” informando que o IAE completou a
qualificação em solo do "Subsistema de Recuperação do SARA Suborbital".
Duda Falcão
IAE Realiza
Qualificação em Solo do
Subsistema de
Recuperação do Sara Suborbital
Campo Montenegro,
13/06/2012
Nesta terça-feira, dia 5 de junho, completou-se a
qualificação em solo do Subsistema de Recuperação do Sara Suborbital com a
realização com sucesso de mais um ensaio de abertura dinâmica dos pára-quedas.
A campanha final de qualificação em solo iniciou-se em
dezembro de 2011, quando ocorreu a qualificação propriamente dita, após o que,
estes resultados foram confirmados com mais três ensaios: em março, no final de
maio e no início de junho. Nestes ensaios, toda a dinâmica de extração dos
pára-quedas foi simulada.
O gerente do Sara, Dr. Luís Loures, ressaltou a
importância do ensaio: “- Foi a campanha final de um longo processo de
desenvolvimento que se iniciou há quatro anos, com os ensaios de todos os
materiais selecionados para o subsistema, passando depois por dois ensaios
distintos de extração estática, um ensaio de extração dinâmica sem atuadores,
um ensaio dos atuadores de separação e, finalmente, com uma campanha de ensaios
de extração dinâmica completos”.
Durante o processo de desenvolvimento, os constantes
ensaios não só confirmaram os valores de resistência dos diferentes materiais,
como também levaram paulatinamente a uma melhor compreensão do processo de
abertura do conjunto de pára-quedas, além de provocarem mudanças de projeto
como resultado dos conhecimentos adquiridos através dos ensaios.“- Certamente
este foi o subsistema mais difícil de desenvolver, pois o projeto inicial do
conjunto foi apenas o início da história, que acabaria sendo contada à medida
que acontecia”, afirmou o Doutor Loures.
Segundo o
Engenheiro Claudinei José de Castro, coordenador dos ensaios, foi um longo
processo: “- Nós tivemos que desenvolver novos ensaios para o sistema. Tivemos
que imaginar formas de ensaio inéditas que pudessem reproduzir a abertura do
subsistema da maneira mais real possível e que pudessem ser facilmente repetidas.
Ao mesmo tempo, ao longo dos ensaios, o sistema era constantemente reprojetado
e retestado, com erros e acertos, até se pudesse confirmar que ele estava apto
para realizar a sua função”.
Uma característica do projeto foi o descarte de atuadores
de separação pirotécnicos em prol de componentes pneumáticos e elétricos, o que
constituiu uma inovação em relação ao “design” clássico deste tipo de conjunto.
Segundo Loures, isso ocorreu pela constatação de que o subsistema só iria
convergir com um número elevado de ensaios, o que levaria a custos proibitivos
com o uso de pirotécnicos, além de exigir uma logística considerável devido às
medidas de segurança necessárias.
Pelo mesmo motivo, foi descartado também o ensaio de
lançamento por helicópteros: de alto custo, poucas repetições, logística
complicada e com capacidade de análise limitada devido à dificuldade de se
acompanhar a situação de abertura em voo. “- O ensaio de lançamento de
helicóptero é apenas outro ensaio funcional, pois não reproduz a situação real
de vôo suborbital, sendo assim, optamos por fazer um grande número de outros
ensaios funcionais em ambiente controlado, de maneira a que cada ensaio pudesse
fornecer subsídios que levassem a melhorias do projeto e aumentassem nossa
compreensão do subsistema, levando a uma maior confiabilidade do conjunto como
um todo”.
O Engenheiro Denis Vieira, participante dos ensaios,
ressaltou: “- Eu tenho certeza que se tivéssemos seguido um caminho diferente
do adotado, ou seja, o que envolve várias repetições de ensaios variados, nós
não teríamos obtido sucesso. Foram as repetições e os diferentes tipos de
ensaios que propiciaram maior conhecimento e compreensão da física do problema,
demonstraram a necessidade de reprojeto e geraram o desenvolvimento de
procedimentos adequados”.
Apesar da qualificação do subsistema, Loures prevê ainda
uma repetição dos ensaios de extração: “- Uma das conclusões da campanha de
ensaios foi a importância de se manter equipes muito bem treinadas em cada detalhe
do subsistema, pois isso tem uma influência significativa na confiabilidade,
assim pretendemos reproduzir mais tarde alguns ensaios de extração com a
finalidade de preparação das equipes para a campanha de lançamento”.
Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)
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