Brasil Obtém Silício Purificado para Células Solares
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante nota postada dia (23/06) no
site “Inovação Tecnológica” destacando que um grupo de cientistas da UNICAMP desenvolveu,
pela primeira vez no Brasil, o silício purificado para fabricação de Células Solares
Fotovoltaicas.
Duda Falcão
Energia
Brasil Obtém Silício Purificado
para Células Solares
Com informações do Jornal da UNICAMP
23/06/2012
Na mão do pesquisador uma amostra de silício metalúrgico, ainda impuro. Sobre a mesa, um disco de silício grau solar e as células solares fabricadas com ele. [Imagem: Antonio Scarpinetti/UNICAMP |
Do Quartzo ao Silício Puro
Um grupo de cientistas da UNICAMP acaba de obter, pela
primeira vez no Brasil, o silício purificado para a fabricação de células
solares fotovoltaicas.
Apesar de possuir as maiores reservas mundiais
do quartzo - a matéria-prima bruta para o silício - o país importa, a preços
elevados, as lâminas do elemento químico purificado no exterior para a produção
de painéis solares.
Isso agora pode começar a mudar, graças ao
trabalho dos pesquisadores Paulo Roberto Mei, Francisco das Chagas Marques e
Andresa Côrtes.
"O Brasil possui tecnologia para a
fabricação de células solares, mas importa o silício purificado, encarecendo o
custo dos painéis solares. Somos também um dos maiores produtores e
exportadores de silício metalúrgico, produzido a partir do quartzo, mas que tem
um índice de pureza muito baixo. As células solares precisam de silício de alta
pureza para que funcionem de forma eficiente," explica o professor
Francisco das Chagas Marques.
Silício de Alta Pureza
O silício purificado obtido pela equipe
brasileira apresenta os requisitos necessários para a fabricação de células
solares eficientes.
O índice de pureza ideal do silício grau solar,
como é chamado, começa a partir de 99,9999%, segundo o cientista.
"Nós conseguimos purificar o silício até o
nível de 99,9993%, que é suficiente para a produção de painéis fotovoltaicos se
adicionarmos outras técnicas de redução de impurezas durante o processo de
fabricação das células solares", revela.
"No momento, estamos fabricando células
solares com silício nacional com eficiências entre 10% e 13%, que representam
os maiores valores obtidos no Brasil e semelhantes aos melhores índices
reportados na literatura em todo mundo," completa o pesquisador.
A pesquisa conta com a participação das empresas
nacionais Rima e Tecnometal, que agora estão pleiteando recursos junto Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para levar a tecnologia
da escala de laboratório para a escala industrial.
Silício de Grau Solar
O silício purificado possui diversas aplicações.
Além das células solares, o elemento puro pode ser utilizado para a produção de
ligas metálicas especiais, para a preparação de silicones, cerâmicas de alta
tecnologia e na eletrônica.
Sem esquecer que o silício altamente purificado
é a principal matéria-prima dos microprocessadores de computadores - daí o
famoso "Vale do Silício", onde se reúnem as maiores empresas do ramo
nos Estados Unidos.
Paulo Mei, Francisco Marques e
Andresa Côrtes colocando a mão na
"massa" de silício. O próximo passo é
levar o processo para escala industrial.
[Imagem: Antonio Scarpinetti/UNICAMP]
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O método Siemens, desenvolvido na Alemanha na
década de 1950, é amplamente utilizado na indústria para a produção do silício
purificado. O processo dá ao silício um grau de pureza altíssimo, mas é
complexo e caro.
Por isso, essa técnica é utilizada
principalmente para a produção de componentes eletrônicos, que necessitam de
quantidades menores de silício e possuem um valor agregado maior do que as
células solares. Para o uso em painéis solares, esse tipo de silício com alto
teor de pureza acaba sendo comercialmente inviável.
Rota Metalúrgica
Uma alternativa a este método é a rota
metalúrgica, processo utilizado pelos pesquisadores brasileiros para obter o
silício de grau solar.
O processo consiste em um melhoramento do
silício metalúrgico, que possui baixo teor de pureza. "O silício para as
células fotovoltaicas requer certo grau de pureza que não precisa ser,
necessariamente, tão alto quanto o obtido por meio do método Siemens", esclarece
Francisco Marques.
Neste método alternativo, o silício metalúrgico
é submetido a uma desgaseificação a vácuo, realizada em um forno de feixe de
elétrons. Este processo reduz as impurezas com pressão de vapor maior que a
pressão do silício. Impurezas com pressão de vapor menor não são eliminadas.
O silício purificado sai na forma de tarugos,
que são cortados em lâminas para a fabricação das células solares.
"Na fabricação de células solares, uma nova
etapa de purificação do silício é realizada por um processo de armadilhamento
de impurezas em altas temperaturas, utilizando átomos de fósforo introduzidos
por difusão," explica o pesquisador.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Comentário: Muito interessante essa notícia e a pergunta
que fica é se essa tecnologia desenvolvida agora pela UNICAMP não pode de
alguma forma ser aplicada pelo INPE, pelo DCTA/IAE e pelas empresas brasileiras
envolvidas com projetos do Programa Espacial Brasileiro?
Olá, Duda.
ResponderExcluirEu deixo outra pergunta: Será que o governo vai incentivar a produção desse material e de células solares através de linhas de crédito e redução de impostos, ou depois de tudo, se chegará à conclusão de que ainda será mais barato comprar painéis solares dos chineses?
Olá Élvio!
ResponderExcluirPois é amigo, com os governos que temos perguntas como a sua e a minha sempre existirão em momentos como esse. Infelizmente geradas pelas incertezas criadas pelo próprio governo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)