Novo Reitor Cria Comissão para Definir o Futuro do ITA

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria postada hoje (22/04) no site do jornal “O VALE” destacando que o novo reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Carlos Américo Pacheco, criou 'Comissão' para definir o futuro do ITA.

Duda Falcão

REGIÃO

Novo Reitor Cria Comissão
para Definir o Futuro do ITA

Há 5 meses no cargo, Carlos Pacheco fala sobre
planos de expansão do instituto e as novas parcerias no exterior

Arthur Costa
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
22 de abril de 2012 - 03:08

Aaron Kawai

Referência no ensino de engenharia no país, o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos, se prepara para uma reformulação. Entre as mudanças estão a duplicação da capacidade de alunos formados, ampliação de sua estrutura física e alterações na formatação dos cursos.

Em entrevista a O VALE, o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, explica que a discussão sobre como ensinar engenharia tem sido feita pelas principais instituições de ensino do mundo, a fim de formar profissionais preparados para “um mundo mais globalizado, com mais ênfase em inovação, diferente de 30 anos atrás”.

Pacheco, no comando do ITA há pouco mais de cinco meses, também falou sobre a parceria com o MIT (Escola de Engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o reconhecimento do ITA no exterior e as principais dificuldades nessa fase de expansão.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Há uma definição sobre as novas áreas em que o ITA pretende atuar?

Temos algumas coisas que achamos que seja prioridade, mas acabamos de criar uma comissão que irá discutir essa estratégia de expansão. Ela será instalada em maio e tem um ano para definir o que vamos fazer. Temos algumas áreas que temos quase certeza que devemos atuar que são engenharia de materiais e de sistemas, mas ainda vamos discutir isso com mais detalhes.

A grande discussão não é só da área que vamos atuar, mas de como estamos ensinando engenharia. Há uma ideia de aumentar o núcleo de disciplinas, diminuindo as áreas de especialização, mantendo por exemplo engenharia só aeronáutica, só mecânica, uma formação mais ampla. (Hoje, o ITA possui graduação em engenharia aeronáutica, eletrônica, mecânica-aeronáutica, civil-aeronáutica, computação e aeroespacial).

Quem forma a comissão?

São nove membros internos do ITA e nove externos, formados por ex-reitores e professores conceituados. Posso citar alguns nomes como Alvaro Prata, da Universidade Federal de Santa Catarina, Brito Cruz, da Unicamp e FAPESP, João Fernando de Oliveira, do IPT, Reginaldo dos Santos, que foi reitor do ITA, Silvio Meira, da Universidade Federal de Pernambuco, e Emílio Matsui, da Embraer.

O MIT também participará desse processo?

Um dos temas da cooperação assinada com o MIT é sobre a renovação do ensino de engenharia que eles também estão fazendo. As principais escolas de engenharia tem feito essa discussão de como renovar o ensino para que o profissional que a gente forma esteja mais preparado para atuar no mundo que é diferente de 30 anos atrás, um mundo mais globalizado, com mais ênfase em inovação. Então, o MIT vai sim participar dessa discussão.

Como está a ampliação do campus para receber o dobro de alunos?

O projeto de licitação para construção dos novos alojamentos já se iniciou. Vamos lançar o edital daqui a um ou dois meses.

O começo das obras está previsto para setembro ou outubro. Esse novo alojamento terá capacidade para 1.200 alunos (hoje, são 600), é uma obra que demora 3 anos para ficar pronto, dividida em três blocos (o novo alojamento terá 53 mil metros quadrados. Já toda a obra da duplicação do ITA fica pronta em 3 ou 4 anos com laboratórios novos e células novas.

E o que será feito com o atual alojamento?

Será destinado aos alunos da pós-graduação, o que será um atrativo, pois hoje eles não têm esse alojamento.

Quando o ITA estará pronto para receber maior número de alunos?

No próximo vestibular, sem ser este (de dezembro), já vamos para 240. E em cinco anos alcançamos a capacidade máxima, pois, a cada ano, 120 novos alunos vão entrando e demoramos cinco anos para formar uma turma. Por isso, esse aumento será gradual.

Hoje, há mais competição pelos melhores alunos com universidades do exterior?

Acho que há uma diferença no perfil dos alunos que recebemos hoje em relação a antigamente que é o grau de informação que eles têm. Eles são mais globalizados. Muito pouca gente sai para fazer uma graduação no exterior.

Sinceramente, acho que não é muito vantajoso. Recebi aquele aluno que passou aqui e foi para Harvard e conversei com os pais dele. É muito melhor fazer a graduação no ITA e eventualmente fazer um doutorado ou pós doutorado no exterior. Em nossa ida a Boston (EUA), um professor do MIT disse claramente que o ITA seleciona melhor seus alunos que o próprio MIT. O ITA não deve nada para universidades de fora pela qualidade dos seus alunos de graduação.

E como estimular esses alunos a permanecerem no Brasil e atuarem no país?

O ITA forma engenheiros muitos especiais, muito bem preparados. Nosso problema é estimula-los a trabalhar no INPE, na Embraer, nos institutos, nas empresas. Nós queremos fortalecer esse cluster aeroespacial. Essa é nova missão principal. Os institutos precisavam ter um plano de renovação no quadro de pesquisadores. Isso vale para o ITA, o INPE e o DCTA. Para sermos atrativos, teremos que mostrar o quão interessante é trabalhar nas instituições, não apenas por salário, mas por motivação.

Expansão Prevê Mais Pesquisas

São José dos Campos - A expansão do ITA contempla a criação de um centro de inovação, com enfoque em pesquisas em segmentos de interesse da iniciativa privada. O local irá reunir pesquisadores da instituição de ensino para que projetos em parceria com empresas possam ser desenvolvidos.

O centro, que terá financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), poderá ficar nas dependências do DCTA ou na área que o ITA dispõe no Parque Tecnológico de São José.

“Com certeza, um pedaço do centro ficará aqui (DCTA), pela questão operacional. Mas é possível que outra parte fique no Parque Tecnológico. Isso ainda teremos que detalhar”, disse o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco.

Além de empresas como Embraer, Avibras, Braskem e VSE, o MIT também ajudará na formatação da unidade.

Intercâmbio - Em julho, uma delegação da universidade norte-americana chega a São José para iniciar o estudo da criação do centro, bem como participar das conversas para a expansão do ITA. Uma delegação do ITA também irá ao MIT.

Meta é Admitir 200 Professores

São José dos Campos - Duzentos professores serão contratados para a nova fase do ITA. Pela dificuldade de encontrar profissionais capacitados no mercado, a estratégia da universidade é investir em sua própria pós-graduação.

“A ampliação da graduação exige a contratação de professores, e essas contratações vão estimular a pós-graduação. Vamos precisar de gente mais qualificada para orientar, para estimular e dar aula”, disse o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco.

Atualmente, a instituição de ensino conta com 1.100 alunos de pós-graduação.

“Está difícil contratar bons professores para o ITA. Está faltando gente no mercado, que está aquecido”, afirma o reitor. Ele considera que a repercussão em torno da parceria com o MIT e a criação do centro de pesquisas possa atrair profissionais para o ITA.

“A gente compete com outras universidades (para ter bons professores), mas dado o nome que a instituição tem, faz com que o profissional que está terminando um pós-doutorado se sinta desafiado para trabalhar aqui”, disse Pacheco.

“A escola é super boa, mas precisamos de professores super bons, senão os alunos enrolam a gente”, completou.

SAIBA MAIS

Expansão

Planejamento

Comissão analisa a partir de maio estratégia de expansão do ITA, que deve ser definida até o final do primeiro semestre de 2013.

Atuação

Diversificação

Instituição estuda ampliar suas áreas de atuação. Engenharia de materiais e sistemas são as favoritas para entrar na lista de cursos.

Capacidade

Alunos

ITA passará a receber por ano 240 alunos aprovados do vestibular. Hoje, são 120. Em cinco anos, instituição terá 1.200 estudantes.

Estrutura

Obras

ITA prepara a construção de alojamento para abrigar os 1.200 estudantes. O atual será destinado aos alunos da pós-graduação. Também está prevista construção de novos laboratórios e salas.

Pesquisa

Parcerias

Centro de inovação em parceria com iniciativa privada e MIT auxiliará empresas como Embraer, VSE, Braskem no desenvolvimento de novas tecnologias.

Reforço

Ensino

200 professores serão contratados para nova fase do ITA.


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 22/04/2012

Comentário: Os planos aqui apresentados pelo Sr. Carlos Pacheco não são novos, já que desde o final da década passada se fala na expansão do ITA, e de lá para cá o que se viu foram promessas vazias e tapinhas nas costas de diversos palhaços que se revessaram no poder. Assim sendo, nada garante que toda essa movimentação irá terminar de forma diferente, e o fato de se ter feito um acordo com o MIT, não significará nada, caso compromissos assumidos com essa instituição não forem cumpridos com a seriedade e comprometimento necessário por parte do governo. Assim sendo, o futuro a Deus pertence, entretanto, devo dizer que a experiência de décadas demonstra que qualquer real expectativa de mudança de atitude do governo federal não passa de mera ficção cientifica.

Comentários

  1. Não se pode generalizar a sua desilusão com o governo e monótona oposição ao PT para dizer que o projeto de expansão do ITA não dará certo ou que o governo não está empenhado em realizá-lo. Muito pelo contrário, a presidente Dilma e o ministro Mercadante estão dando completo apoio para a contratação de professores e funcionários e para a expansão. A dificuldade não é a conjunção política, mas sim a intrincada burocracia que as instituições públicas estão submetidas, a dificuldade no repasse dos recursos para uma instituição que não está sob o ministério da educação, o pequeno número de funcionários e professos para um trabalho tão grande, a dificuldade de encontrar profissionais altamente qualificados para contratação em tão pouco tempo e uma subordinação militar ao DCTA, à aeronáutica, ao ministério da defesa e judicialmente ao CJU.

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