Brasil Desenvolve Proces. Antirradiação para Uso Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (28/03) no site “Inovação Tecnológica” destacando que o Brasil desenvolveu Processador Antirradiação para Uso Espacial.

Duda Falcão

Eletrônica

Brasil Desenvolve Processador
Antirradiação para Uso Espacial

Redação do Site Inovação Tecnológica
28/04/2012

O processador brasileiro com sistema
antirradiação possui aproximadamente 500 mil
transistores e foi construído com a tecnologia
de 180 nanômetros. [Imagem: Cortesia NSCAD]
Chip Espacial Brasileiro

O Brasil acaba de desenvolver seu primeiro chip com proteção anti-radiação espacial, voltado para aplicações em foguetes e satélites .

O processador poderá ser utilizado em futuros satélites miniaturizados, conhecidos como nanossatélites, usados para monitoramento espacial e ambiental, e como plataforma paro o teste de novas tecnologias espaciais.

O projeto, financiado pela Agência espacial Brasileira (AEB), foi realizado por uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do escritório de projetos NSCAD Microeletrônica.

Influência da Radiação Espacial nos Satélites

Chips que funcionam no espaço estão sujeitos à interferência da radiação proveniente da atividade solar e dos raios cósmicos, bem como de outros eventos cósmicos mais raros, como as erupções de raios gama.

Em momentos em que a atividade do Sol está mais elevada, como aconteceu no início deste ano, há interferência nos componentes eletrônicos - a falha em um único chip pode comprometer o funcionamento de todo um sistema, como satélites de telecomunicações ou de GPS.

O protótipo do processador espacial, desenvolvido em um projeto coordenado pela professora Fernanda Gusmão de Lima Kastensmidt, é composto por dois processadores e utiliza técnicas para detectar e corrigir falhas provocadas pela radiação espacial.

Processador Antirradiação

O circuito integrado, um processador dual-core chamado NSC21101, é composto de dois processadores mini-MIPS de 32-bits, lógica de teste, interface SPI, controle de memórias externas e PLL.

Um dos seus processadores tem redundância em hardware, uma técnica conhecida como TMR (Triple Modular Redundancy), a fim de corrigir falhas nos registradores internos induzidas por eventos externos.

O processador antirradiação solar possui aproximadamente 500 mil transistores e foi construído com a tecnologia de 180 nanômetros.

O chip NSC21101 é um processador
dual-core composto de dois
processadores mini-MIPS de
32-bits. [Imagem: Cortesia NSCAD]
O núcleo do processador ocupa uma área de 2,31 x 2.31 milímetros (mm) e, com o encapsulamento suas dimensões chegam a 4,17 x 4,17 cm.

O chip processa programas armazenados em memória FLASH e em memória SRAM. O programa deve ser gravado na memória FLASH externa e, conforme o modo de operação, é copiado para a memória SRAM externa e processado.

Os resultados gerados pelo processamento são armazenados na mesma memória externa SRAM e poderão ser também copiados para a memória FLASH externa conforme a necessidade.

Radiação Espacial

A energia da radiação espacial induz a criação de pares elétrons-lacunas nos circuitos eletrônicos. A atmosfera terrestre oferece uma proteção contra a quase totalidade desses efeitos, mas os processadores que operam no espaço não contam com esse escudo.

Essa radiação é medida em rad, a unidade de radiação absorvida por cada grama de matéria.

Como, na eletrônica o material básico é o silício, usa-se a nomenclatura rad(Si), ou krad(Si), onde o k tem o mesmo efeito multiplicador que o kbyte tem em relação ao byte.

Chips que funcionam no espaço estão sujeitos a dois tipos de radiação, uma cumulativa (TID: Total Ionizing Dose) e outra de pico (SEE: Single Event Effects).

A dose de ionização total (TID) é medida pelo acúmulo de ionização que o circuito integrado recebe ao longo de sua vida útil no espaço. A tolerância de um circuito à TID depende do seu processo de fabricação e do leiaute dos transistores.

Os efeitos de eventos individuais (SEE) são caracterizados por falhas transientes que podem ocasionar a inversão dos valores nos elementos de memória. A principal técnica de tolerância a falhas SEE é a redundância em hardware, geralmente com a triplicação da lógica e o uso de "votadores de maioria".


Fonte: Site Inovação Tecnológica

Comentário: Que notícia maravilhosa, não tinha conhecimento de que essa equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) estava desenvolvendo esse tipo de tecnologia no Brasil. Realmente é um avanço significativo e espero que o governo e as instituições diretamente ligadas ao Programa Espacial Brasileiro venham aproveitar esse esforço da UFRS e não deixem essa vitória passar em branco. Parabéns a professora Fernanda Gusmão de Lima Kastensmidte a toda sua equipe por essa grande conquista.

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