FUNCATE Recebeu R$ 235 milhões em Cinco Anos
Olá leitor!
Segue abaixo uma
nota postada hoje (29/04) no site do jornal “O VALE” destacando que a Fundação
de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais (FUNCATE) recebeu R$ 235 milhões
em 5 anos referentes a contratos assinados com diversos órgãos federais e entre
eles o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Duda Falcão
REGIÃO
FUNCATE, de São
José, Recebeu
R$ 235 milhões em Cinco Anos
Valor se refere
a contratos assinados no período entre 2007 e
2011 com a fundação
e diversos órgãos federais; atualmente
entidade coordena
até a construção de prédios
dentro das
unidades do INPE
SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
29 de abril de
2012 - 01:00
Arquivo/O Vale
Nos últimos
cinco anos, a FUNCATE (Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais),
de São José dos Campos, recebeu R$ 236,6 milhões do governo federal.
Esse valor se
refere a repasses feitos por meio de contratos e convênios firmados pela
fundação com órgãos federais, a maioria ligados ao Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação e ao Ministério da Defesa, entre janeiro de 2007 e
dezembro de 2011. Os dados constam no Portal da Transparência da União (veja
quadro abaixo).
A fundação não
informou os valores que tem a receber do governo federal ou de Estados e
municípios por meio de acordos em vigor.
Dos R$ 234,6 milhões
repassados pela União à FUNCATE, R$ 39,2 referem-se à locação de mão de obra de
2007 a 2010, ano em que este serviço foi suspenso por determinação do Ministério
Público Federal.
Criada em 1982
como uma fundação de apoio ao INPE, para estimular e viabilizar atividades de
ensino, pesquisa e desenvolvimento institucional, a FUNCATE transformou-se
praticamente numa agência de compras e recursos humanos do instituto. A
entidade é contratada até para construção de prédios em unidades do INPE.
Legalidade - “As chamadas
fundações de apoio acabam sendo utilizadas, na prática, como instrumento para
se driblar o rigor das leis que regem a aplicação de recursos públicos e a
contratação de pessoal via concurso”, disse Gino Genaro, secretário do SindCT
(Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia
do Setor Aeroespacial).
Para o
sindicalista, como as fundações de apoio têm muito mais liberdade para comprar
ou contratar pessoas do que um órgão público, apesar de a lei impor limites às
fundações na aplicação de recursos públicos, na prática, atuariam como uma
empresa privada.
“Nós do
sindicato não tivemos acesso a esta documentação (contratos entre INPE e
FUNCATE). Outro fato a se destacar é que a lei obriga as fundações a tornarem
públicas as informações relativas a contratos, inclusive nomes das pessoas ou
empresas beneficiadas, o que nunca foi cumprido pela FUNCATE”, disse Genaro.
No site da ONG
existe um link para seu portal de transparência, porém até a última sexta-feira
constavam somente os contratos firmados com o INPE em dezembro.
Após
questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União sobre contratos não
correlacionados a atividades da fundação, a FUNCATE mudou seu estatuto e
ampliou seu leque de atuação. A alteração ocorreu em março do ano passado, três
meses após um dos últimos atos do ex-presidente Lula, o decreto 7.423,
publicado em 31 de dezembro de 2010, que alterou a lei de fundações.
Outro lado - Segundo o
presidente do Conselho Diretor da FUNCATE, José de Anchieta Moura-Fé, caberia
ao Conselho Curador da entidade se manifestar sobre o caso. “O Conselho vai
fazer isso na próxima reunião, dia 10 de maio.”
REPASSES DA UNIÃO
2007
R$ 64,6 milhões (R$ 10,7 mi em
locação de mão de obra)
2008
R$ 38,7 milhões (R$ 11,4 mi em
locação de mão de obra)
2009
R$ 72,3 milhões (R$ 11,2 mi em
locação de mão de obra)
2010
R$ 37,1 milhões (R$ 5,9 mi em locação
de mão de obra)
2011
R$ 23,8 milhões
2012
R$ 4,8 milhões (até fevereiro)
BRIGA JURÍDICA
Diretor Critica Rigor de Advogados da
União
São José
dos Campos - O diretor demissionário do INPE,
Gilberto Câmara, e os advogados da Coordenadoria Jurídica da União de São José
estão em pé de guerra.
O caso tornou-se público após a
ANAUNI (Associação Nacional dos Advogados da União) divulgar na semana passada
uma nota de desagravo em defesa dos colegas do núcleo joseense. Para a
associação, Câmara estaria constrangendo o exercício da atividade dos advogados.
Por lei, os órgãos públicos precisam
solicitar pareceres jurídicos para efetuar compras e contratos de valores
altos. Os administradores públicos não são obrigados a acatar os pareceres, mas
precisam fundamentar os motivos da rejeição. “Respeitamos a posição do diretor
do INPE, mas o advogado tem que ter independência, o que é possível fazer, ele
faz, mas quando a lei veta um procedimento, o advogado tem o dever de alertar a
autoridade sobre o risco que está correndo ao infringir a lei”, disse o presidente
da ANAUNI, Marcos Luiz da Silva, a O VALE.
Em ofício à AGU (Advocacia Geral da
União), Câmara pede substituição dos advogados que atuam em São José.
Fonte: Site do Jornal
“O VALE” - 29/04/2012
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