Sete Estudantes Brasileiros Irão Estagiar na NASA
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada dia (10/04) no site “G1”
do globo.com dando destaque aos sete jovens estudantes brasileiros que através
do programa “Ciências sem Fronteiras” irão estagiar na NASA.
Duda Falcão
Brasil
Conheça Estudantes Beneficiados Pelo
'Ciência sem Fronteiras' nos EUA
Em paralelo aos estudos, sete jovens brasileiros vão
estagiar
na NASA até o fim do intercâmbio universitário, em
dezembro.
BBC
10/04/2012 - 05h24
Atualizado em 10/04/2012 - 15h13
Selecionados pelo programa 'Ciência sem Fronteiras',
lançado em julho do ano passado pelo governo federal, sete estudantes
brasileiros, vindos de diferentes regiões do país, terão uma oportunidade única
nos próximos meses nos Estados Unidos.
Paralelamente aos estudos na Catholic University of
America (CUA), em Washington D.C., eles vão estagiar no centro de formação da
agência espacial americana, o NASA Goddard Space Flight Center, na cidade de
Greenbelt, no estado de Maryland, a uma hora de distância da universidade.
O pequeno grupo faz parte de um contingente maior, de 650
estudantes brasileiros, que chegou aos Estados Unidos em janeiro desse ano para
uma graduação-sanduíche que termina em dezembro.
De diferentes formações ligadas às ciências exatas, os
sete estudantes têm em comum o fato de terem se submetido a um rigoroso
processo de seleção, que incluiu, além de uma redação em inglês, a aprovação em
um exame de proeficiência, para comprovar o nível de fluência no idioma.
Atualmente, eles moram no alojamento da universidade,
recebem alimentação gratuita e ganham uma bolsa de US$ 300 mensais.
'Trata-se de uma rara oportunidade para o amadurecimento
pessoal e profissional desses jovens, que voltarão ao Brasil com o conhecimento
necessário para desenvolver áreas da ciência carentes de mão de obra
especializada', afirmou à BBC, Duília de Mello, astrônoma brasileira de projeção
internacional, que dá aulas na CUA e foi responsável pelo programa de estágio
na NASA, onde faz pesquisas.
Fernando Jaeger (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Fernando Jaeger
Aos 23 anos, Fernando Jaeger é natural de Guarapuava, no
Paraná e estudava Engenharia Mecânica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), em São José dos Campos, São Paulo. Tinha concluído o terceiro ano da
faculdade, quando decidiu se inscrever no programa 'para melhorar o inglês,
crescer pessoal e profissionalmente, além de conhecer uma nova cultura'.
Jaeger sempre quis fazer intercâmbio. Sabia falar inglês,
mas não tinha domínio no idioma. 'Hoje, já falo fluentemente', diz.
Logo depois de chegar aos Estados Unidos, conta que se
surpreendeu com a receptividade dos americanos. 'O pessoal aqui tem sido
bastante acolhedor', diz.
Ele e os outros brasileiros têm participado dos eventos
de confraternização promovidos pela faculdade, ainda 'que não sejam tão
numerosos'.
Em seu tempo livre, ele frequenta a academia da
faculdade. 'Também aproveito para visitar o lado cultural da capital
americana', diz.
Jaeger está entusiasmado para o início do estágio na
NASA, onde vai trabalhar no projeto DMV Dust Migitation Vehicle, uma espécie de
veículo aeroespacial que usa energia solar para reduzir a poeira lunar que se
acumula e se espalha quando há um pouso na Lua.
Como 'bom paranaense', Jaeger diz estar sentindo falta do
'churrasco'.
Guilherme Cruzatto (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Guilherme Cruzatto
De família de classe média, Guilherme Cruzatto é
paulistano e tem 23 anos. Estudava engenharia elétrica na Universidade Cruzeiro
do Sul, na capital. 'Decidi me inscrever porque estudar no exterior por um ano
me pareceu uma oportunidade única que ainda não tive', disse. 'Já tinha planos
para fazer isso com meu próprio dinheiro, mas ainda não tinha conseguido juntar
a quantia necessária', acrescenta.
Cruzatto já sabia falar inglês, mas hoje se considera
'quase fluente'.
Segundo ele, 'nós, brasileiros, procuramos ficar juntos
em grande parte do tempo, mas sempre estamos abertos para conhecer alunos daqui
e interagir com a cultura americana'.
Cruzatto vai trabalhar em um projeto da NASA chamado
Cosmology Large Angular Scale Surveyor (CLASS), 'através de um balão que tenta
buscar o entendimento da origem do universo'.
Diz que 'sente saudade do Brasil', mas que considera isso
'normal'. 'Acredito que esse programa será uma das experiências mais
enriquecedoras de nossas vidas, e toda saudade que sentimos ou sentiremos no
futuro será muito bem recompensada', conclui.
Lucas Oliveira (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Lucas Oliveira
Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, Lucas Oliveira
estudava engenharia mecatrônica na Universidade de Brasília (UnB). Aos 21 anos,
nunca tinha viajado de avião para fora do país. 'O máximo a que cheguei foi à
Venezuela, de carro', diz.
Sem condições financeiras para pagar a anuidade de uma
universidade americana, Oliveira decidiu se inscrever no programa que viu como
'uma oportunidade incrível de aprimorar o idioma e a minha carreira'.
O resultado veio pouco antes do recesso do fim do ano.
'Já estava de malas prontas para visitar minha família quando chegou a carta da
faculdade', diz. 'Foi um dos melhores dias da minha vida', acrescenta.
Em julho do ano passado, ele já havia feito parte de um
pequeno grupo de estudantes selecionado para um curso de quatro semanas no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Brasília.
Segundo ele, os americanos foram 'receptivos' e 'as aulas
de engenharia daqui têm mais mulheres, ao contrário do Brasil', o que segundo
ele, 'é ótimo; foi uma das primeiras coisas que perguntamos'.
'Mas não sou muito chegado a festas, mas aproveito meu
tempo livre para jogar basquete e, às vezes, futebol com a galera', diz.
Matheus Teixeira (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Matheus Teixeira
Nascido em Porto Velho, Rondônia, Matheus Teixeira, de 22
anos, mudou-se com a família para Brasília aos oito, cidade que seu avô,
potiguar, ajudou a construir na década de 50.
Teixeira estudava Engenharia Mecatrônica na Universidade
de Brasília (UnB) quando, a um ano de terminar a faculdade, decidiu aplicar
para o programa.
'Estava pessimista; achava que não seria chamado, quando
recebi a carta da faculdade comunicando minha aceitação', conta.
Segundo ele, a faculdade nos Estados Unidos é bem
diferente da do Brasil. 'Eles passam mais dever de casa', diz. 'Sinto que estou
aprendendo mais', acrescenta.
Teixeira vai estagiar no projeto Primordial Inflation
Polarization Explorer (PIPER), um balão que medirá a polarização da radiação
cósmica de fundo, que ajuda a explicar a origem do universo.
'Amo meu país e quero voltar logo para a minha terra,
onde vou colocar em prática tudo o que aprendi aqui', resume.
Pedro Henrique Nehme (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Pedro Henrique Nehme
Natural de Brasília, Pedro Henrique Nehme tem 20 anos.
Estudava Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília (UnB) quando decidiu
se inscrever no programa. 'Sempre quis estudar nos Estados Unidos, país que
acumula a maior quantidade de prêmios Nobel do mundo', disse. Também ficou
motivado porque 'fazia iniciação científica e tinha um amigo que havia estudado
no MIT'.
Dos dez estudantes de sua faculdade que pleitearam uma
vaga no programa, Nehme foi um dos quatro selecionados.
Para Nehme, as aulas nos Estados Unidos são
'complementares às do Brasil. Aprendo aqui o que não aprendi no Brasil e
vice-versa'. 'Mas eles passam muito dever de casa', afirma.
Segundo ele, os colegas americanos são 'de maneira geral,
acolhedores'. 'Como há poucos brasileiros por aqui, eles querem nos conhecer',
conta. 'Não sabem muito do Brasil, e, vez ou outra, me perguntam se eu falo
português ou brasileiro'. As festas são 'poucas', porque 'a universidade é
católica e não permite esse tipo de evento dentro do campus, onde nós,
estudantes, moramos', alega.
Embora fluente no idioma, ainda sofre 'com o sotaque dos
funcionários do restaurante da universidade, que são do interior dos Estados
Unidos. São pessoas mais humildes, que nem sempre nos entendem. Normalmente,
acabam colocando mais comida no prato do que eu peço', brinca.
Tito Fideles (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Tito Fideles
Não é a primeira vez que Tito Fideles, de 25 anos,
carimba seu passaporte. Em 2001, ele passou uma temporada de seis meses na casa
da tia nos Estados Unidos. Dez anos depois, em 2010, voltou ao país de férias
e, no ano passado, resolveu fazer trabalho voluntário no México.
Ela já havia concluído dois anos de Engenharia Mecânica
Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos
Campos, São Paulo, quando aproveitou para embarcar numa experiência que,
segundo ele, 'nos dá a oportunidade de estudar em uma faculdade de alto nível
nos Estados Unidos e vivenciar novas culturas, com alunos de todo o mundo'.
Fideles domina com facilidade o inglês, embora o sotaque
acabe por revelar, vez ou outra, sua origem brasileira. 'Daí começam a falar
espanhol comigo e, educadamente, eu peço para conversar em inglês, pois quero
treinar mais o idioma', brinca.
Na NASA, Fideles trabalhará junto com Jaeger no projeto
DMV Dust Migitation Vehicle, o veículo espacial que usa energia solar para
reduzir a poeira acumulada e lançada por aeronaves que exploram a Lua.
Do Brasil, ele sente saudades dos amigos e da família,
além de 'poder voltar de uma festa de madrugada porque aqui tudo fecha muito
cedo', brinca.
Victor Addono (Foto: BBC/Arquivo pessoal) |
Victor Addono
Aos 21 anos, Victor Addono já conhecia os Estados Unidos,
onde havia feito parte do Ensino Médio numa escola em Chicago, no Estado
americano de Illinois.
Ele estudava Matemática Aplicada e Computacional na
Universidade de São Paulo (USP) havia dois anos, quando decidiu aplicar para o
programa por ser 'extremamente tentador em função do lado financeiro e outras
oportunidades futuras'.
Quando chegou à CUA, conta que teve dificuldade em
assimilar o conteúdo - em algumas áreas, mais avançado do que o no Brasil.
'Precisei correr atrás do que não aprendi, mas fui muito ajudado pelos
professores', diz.
Addono, que já tinha amigos dos tempos de escola nos
Estados Unidos, confirma a receptividade dos americanos. 'A comunidade de
estudantes foi muito acolhedora e amigável'.
Na NASA, ele vai estagiar em simulações matemáticas
voltadas para a física aplicada. 'Nosso objetivo é desenvolver métodos com os
quais poderemos analisar o material estudado sem danificá-lo ou destruí-lo',
resume.
Ciências Exatas Como Prioridade
O programa 'Ciência Sem Fronteiras' prevê distribuir 100
mil bolsas de intercâmbio para estudantes de universidades brasileiras, da
graduação ao pós-doutorado, até 2015.
O objetivo é, principalmente, suprir o déficit de
profissionais ligados às áreas de ciências exatas.
Embora tenha recentemente conquistado o posto de sexta
maior economia do mundo, o Brasil ainda está na 47ª posição entre 125 países em
termos de produção de inovações científicas e tecnológicas, segundo um
levantamento elaborado pela Confederação da Indústria da Índia, em parceria com
o Instituto de Administração Europeu Insead e a Organização Mundial da
Propriedade Intelectual (OMPI).
Fonte: Site G1 do globo.com
Comentário: Notícias como essa leitor apesar de parecerem
positivas inicialmente, na realidade nos trazem mais incertezas do que
certezas, não quanto ao futuro desses jovens que certamente está garantido,
seja trabalhando no Brasil ou fora dele. Entretanto, não há garantia alguma que
esses jovens retornarão o investimento feito pela sociedade brasileira em suas
formações, não por falta de caráter dos mesmos, mas pela dificuldade que enfrentarão
para poderem atuar em suas áreas no mercado brasileiro (público ou privado) já
que o governo DILMA vem a dois anos trabalhando na contramão do desenvolvimento
científico e tecnológico brasileiro utilizando uma política para o setor
extremamente equivocada e desastrosa. Lamentável! Independentemente disso, o blog "BRAZILIAN SPACE" não pode deixar de reconhecer a grande vitória desses jovens brasileiros parabenizando-os e desejando sucesso a todos.
a base de alcântara devia ser alugada para lançamentos equatorianos internacionais , teriamos grandes retornos financeiros que poderiam ser usados no programa brasileiro... e tambem ganhar experiência indiretamente em tecnologia aeroespacial
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirDeveria e poderia sim amigo, não só Alcântara com a Base da Barreiro do Inferno, justamente como ocorre com a Base de Andoya na Noruega, e a de Esrange na Suécia, que são corriqueiramente alugadas a Agencia Espacial Européia (ESA) e a outras agências espaciais do mundo como o Centro Espacial Alemão (DLR). Inclusive desde a década de noventa era esse o interesse da Aeronáutica, mas quem manda é o governo e como sabemos ele é desastroso. Até agora as únicas nações que tem usado as duas bases de lançamentos brasileiras foram à Alemanha em diversas ocasiões devido a um acordo de parceria assinado há 40 anos, e a Argentina em uma única missão conjunta ocorrida em 2007 (Operação Angicos).
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
o brasil deveria investir no vls e não apenas no cyclone 4 , se bem que isso poderia ser produtivo em certo ponto (pois o vls usa 4 estapas de combustível sólido que teve várias falhas). o brasil deveria investir em combustível líquido (hipergólicos ou criogênicos). o problema na minha opinião é o descaso com o setor espacial e não o custo do programa espacial em si ... nesse ritmo só vamos conseguir o vls epsilon no ano de 2060 ou até mais
ResponderExcluirOlá Anônimo!
ResponderExcluirEm minha opinião deveria sim investir no VLS-1, no VLM-1 e no VLS Alfa e jamais no Cyclone 4, há não ser que houvesse retorno tecnológico e financeiro adequado, o que não há. O acordo é um desastre e tá fadado ao fracasso. Quanto ao combustível líquido, se não fosse pelo descaso do governo, já teríamos o motor L5 e o L15 voando e o L75 em processo final de desenvolvimento.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)