Conheça Melhor a 'Sonda Espacial Psyche' da NASA, Que Está Prevista Para Ser Lançada ao Espaço no Dia de Hoje (12/12), Para Estudar o Asteroide Metálico Psique
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (11/10) foi postada postada
uma interessante matéria no site Inovação
Tecnológica abordando a Sonda Espacial
Psyche da NASA, que está prevista de ser lançada no dia de hoje 12/10, tendo como missão estudar
o Asteroide Metálico Psique, que é rico
em metais. Entendam melhor essa
história pela notícia abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Conheça a Sonda Espacial Psyche, Que Irá Estudar
Asteroide Metálico
Redação do Site Inovação Tecnológica
11/10/2023
[Imagem: NASA/JPL-Caltech/ASU]
Se o asteroide 16 Psique for realmente como vislumbrado nesta ilustração artística da NASA, seu interesse científico aumentará enormemente. |
Asteroide Metálico
A primeira missão para estudar um asteroide rico em
metais, a sonda espacial Psique
deverá ser lançada nesta quinta-feira (12 de Outubro) para tentar aprender mais
sobre a formação de corpos rochosos no nosso Sistema Solar.
A espaçonave viajará 3,5 bilhões de quilômetros até um
asteroide rico em metais, localizado nos confins do Cinturão Principal de
Asteroides, entre Marte e Júpiter.
Esse asteroide, chamada 16 Psique, já rendeu minutos de
fama a alguns cientistas mais oportunistas, que decidiram calcular seu valor se
ele fosse de fato composto totalmente por metais, passando a chamá-lo de "asteroide
bilionário" - esses cálculos presumem que o asteroide pudesse ser
colocado na superfície da Terra, algo impossível com a tecnologia atual, que
esse impossível fosse feito sem custos e que a repentina oferta dos metais de
que ele fosse composto não afetaria os preços dessas commodities.
Pseudociências à parte, aprender mais sobre o asteroide
Psique pode nos dar informações importantes sobre as origens do nosso Sistema
Solar e sobre a formação planetária em geral. Também será uma novidade se
finalmente chegarmos próximo a um asteroide ao menos parcialmente "mais
metálico", de consistência mais homogênea, já que todos os asteroides
visitados até agora, para surpresa geral e contra todas as expectativas, são
mais parecidos com rochas sedimentares, formados pela aglomeração de inúmeros
fragmentos - algo para o quê ainda não temos boas explicações.
Jogo de Ganha-Ganha
Com base em dados obtidos por radares e telescópios, os
cientistas assumem a hipótese de que o asteroide Psique poderia fazer parte do
interior rico em metais de um planetesimal, um bloco de construção de um
planeta rochoso que nunca chegou a se formar - ele pode ter colidido com outros
corpos grandes durante sua formação inicial e perdido sua concha rochosa
externa. Como não conseguimos ainda abrir caminho até o núcleo metálico da
Terra, visitar Psique pode fornecer uma janela única para o interior do nosso
próprio planeta, além de ilustrar a história de colisões violentas, como a que
se acredita ter formado a Lua, e da acumulação de matéria que criou planetas
como o nosso.
Mas a história pode ter sido outra. Embora as rochas de
Marte, Vênus e Terra estejam repletas de óxidos de ferro, a superfície de
Psique não parece apresentar muitos desses compostos químicos. Isto sugere que
a história do asteroide difere das histórias padrão de formação planetária no
Sistema Solar.
E isso é bom, porque forma um jogo de ganha-ganha
científico: Se os dados comprovarem que Psique é constituído por restos de
material do núcleo de um bloco de construção planetário, aprenderemos como a
sua história se assemelha e diverge da dos planetas rochosos; e, se os dados
mostrarem que Psique não é um núcleo exposto, ele poderá revelar-se um tipo de
objeto primordial do Sistema Solar nunca antes visto.
[Imagem: (a) NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS; (b) Johns
Hopkins/APL/Ed Whitman; (c) NASA/JPL-Caltech]
Instrumentos da sonda Psique. Da esquerda para a direita, a câmera multiespectral, o espectrômetro de nêutrons e raios gama e o magnetômetro. |
Instrumentos Científicos
Três instrumentos científicos e uma investigação da força
gravidade deverão ajudar a dizer qual dessas hipóteses é a mais plausível.
Um magnetômetro procurará evidências de um antigo campo
magnético no asteroide - um campo magnético residual seria um forte indício de
que Psique se formou a partir do núcleo de um corpo planetário.
Um espectrômetro de raios gama e nêutrons ajudará a
determinar os elementos químicos que compõem o asteroide e, por decorrência, a
entender melhor como ele se formou.
Finalmente, um gerador de imagens multiespectral
fornecerá informações sobre a composição mineral do asteroide, bem como sua
topografia.
A equipe científica da missão também tirará proveito do
sistema de telecomunicações da sonda espacial para estudar a gravidade. Ao
analisar as ondas de rádio com as quais a nave se comunica, os cientistas poderão
medir como o asteroide Psique afeta a órbita da espaçonave. Essa informação
permitirá determinar a rotação, a massa e o campo gravitacional do asteroide,
oferecendo informações adicionais sobre a composição e estrutura do seu
interior.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Propulsão Mais Eficiente
Composto por quatro propulsores de efeito Hall - mais
conhecidos como motores iônicos - o sistema de propulsão elétrica-solar da
sonda Psique aproveita a energia elétrica gerada por grandes painéis solares
para criar campos elétricos e magnéticos. Estes, por sua vez, aceleram e
expelem átomos eletricamente carregados, ou íons, de um propelente que nada
mais é do que o gás nobre xenônio, o mesmo usado em faróis de carros e TVs de
plasma. Saindo em alta velocidade pelo bocal, os íons produzem impulso.
Fica bonito, porque o gás ionizado emite um brilho azul
semelhante ao visto nas naves dos filmes de ficção científica, embora cada um
dos quatro propulsores da sonda vá operar isoladamente, um de cada vez. A força
parece pequena, comparável à força que você precisa fazer para segurar três
moedas na palma da mão; mas, no vazio quase sem atrito do espaço, a sonda
espacial acelerará lenta e continuamente.
Esse sistema de propulsão baseia-se em tecnologias
semelhantes usadas pela sonda
espacial Dawn (Aurora), que estudou o asteroide Vesta, mas a Psique será a
primeira missão da NASA a usar propulsores de efeito Hall no espaço profundo.
[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Os motores iônicos aceleram pouco, mas constantemente, o que significa que a velocidade da nave aumenta continuamente. |
Comunicações a Laser no Espaço
Também irá a bordo da sonda espacial um demonstrador de
tecnologia chamado DSOC, sigla em inglês para Comunicações Ópticas no Espaço
Profundo. O objetivo é testar comunicações a laser de alta velocidade - no
espaço a taxa de dados não é exatamente "alta" - que possam ser
usadas em futuras missões.
O teste virá se somar ao demonstrador
de comunicação a laser lunar, ao LCRD
(relé de demonstração de comunicações a laser), na ISS desde 2021, e ao módulo
de comunicação a laser ILLUMA-T, que foi ao espaço em Agosto último.
Cerca de dois meses após o lançamento, a equipe realizará
uma verificação inicial da sonda espacial e dos instrumentos científicos,
quando então serão capturadas suas primeiras imagens. A sonda espacial chegará
ao asteroide em 2029, como uma missão primária prevista para durar 26 meses em
órbita de 16 Psique.
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