Mesmo com problemas, satélite SPORT traz contribuições valiosas sobre a observação de bolhas de plasma

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Segue o link da matéria publicada no dia 02 de outubro de 2023 pela Divisão de Pesquisa e Projetos do  Marshall Space Flight Center (Centro de Voo Espacial Marshall) da NASA na sua página na Internet (SPORT Satellite First Light: Observations of Plasma Bubbles), trazendo notícias sobre o satélite SPORT - Scintillation Prediction Observations Research Task (Pesquisa de Observações de Previsão de Cintilação¹).

Deploy do SPORT (Fonte: NASA)

Segundo o Centro Marshall, o CubeSat 6U, lançado em órbita em 28/12/22, a uma altitude de 405 km e inclinação de 52 graus, apresentou alguns problemas que não inviabilizaram totalmente, mas impactaram consideravelmente a missão de observações de bolhas de plasma equatoriais (EPB - Equatorial Plasma Bubbles).

Apesar da notícia não detalhar os períodos ou quanto tempo duraram os problemas ocorridos que impactaram na realização da missão, o que ficou claro é que houve um problema inicial, aparentemente de menor monta, de rastreio (e, provavelmente, de telemetria e/ou downstream dos dados de observação do satélite) e um segundo problema, esse (com certeza) de maior gravidade, que foi a perda da capacidade de estabilização em 3 eixos, devido a uma falha irrecuperável do Sistema de Controle de Atitude e Estabilização (ADCS), o qual só funcionou por um curto período de tempo (que a notícia, mais uma vez, não detalha).

Considerando os instrumentos a bordo do SPORT (01 medidor de velocidade de íons, 01 receptor de ocultação GPS, 01 sonda Langmuir, 01 sonda de impedância, 01 instrumento de campo eletrônico e 01 magnetômetro fluxgate), infere-se que a perda de estabilização possa ter prejudicado a definição do vetor direção do medidor de velocidade de íons e do magnetômetro fluxgate (que mede a componente horizontal do campo magnético da Terra).

Por outro lado, mesmo com essas restrições resultantes dos problemas descritos acima, a publicação do Centro Marshall informa que "os dados científicos obtidos até o momento não apenas mostraram inúmeras bolhas de plasma equatoriais, mas também forneceram novas informações sobre a estrutura em pequena escala da densidade de plasma e correntes nas paredes de grandes depleções profundas".

Complementarmente, é dito que a equipe científica "acredita que essas novas informações podem ser úteis para avançar o estado da arte na previsão de cintilação, o que pode ser verificado por meio de futuras colaborações com modeladores baseados em física". Esse fato reforça a nossa inferência de que a quantidade de bolhas observadas não foi a ideal (provavelmente pelo tempo limitado de funcionamento nominal), motivo pelo qual vão utilizar modelos matemáticos para extrapolar a massa de dados válida obtida.

Por fim, é informado que "a equipe está trabalhando em um artigo científico para a revista Space Science Reviews" e que o satélite deve reentrar na atmosfera em setembro (provavelmente de 2024, tendo em vista a publicação ser de 02/10/23).

Brazilian Space

Observação - Segue abaixo um artigo que trata dos temas de Bolhas de Plasma Equatoriais e de Cintilação:

¹ Bhattacharyya, A. Equatorial Plasma Bubbles: A Review. Atmosphere 2022, 13, 1637. https://doi.org/10.3390/atmos13101637 <<https://www.mdpi.com/2073-4433/13/10/1637>>

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