Segudo Dois Astrofísicos da Universidade de Nova York, 'Lâminas Cósmicas de Plasma' Podem Cortar Estrelas ao Meio
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (23/10) foi postada uma matéria
no site Inovação Tecnológica destacando
segundo dois astrofísicos da Universidade de Nova York, Lâminas Cósmicas de Plasma podem cortar
estrelas ao meio. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Lâminas Cósmicas de Plasma Podem Cortar Estrelas ao Meio
Redação do Site Inovação Tecnológica
23/10/2023
[Imagem: Marcus DuPont et al. -
10.48550/arXiv.2309.15347]
Lâmina de Plasma
Dois astrofísicos da Universidade de Nova York
descreveram um possível cenário cósmico que nem os mais criativos escritores de
ficção científica ousaram vislumbrar.
Enquanto a Estrela da Morte do Imperador Palpatine e do
seu aprendiz Darth Vader conseguia destruir planetas inteiros, Marcus DuPont e
Andrew MacFadyen descrevem "lâminas relativísticas" que são
autênticos sabres
de luz cósmicos: Feitas de plasma de altíssima energia, essas lâminas
seriam capazes de cortar estrelas inteiras ao meio.
Os dois pesquisadores não estavam se dedicando a escrever
um enredo de ficção, mas a decifrar as enigmáticas e descomunais explosões
cósmicas conhecidas como rajadas
rápidas de rádio (RRR ou FRB na sigla em inglês, para Fast Radio Burst)
- na semana passada foi observada uma rajada
rápida de rádio que liberou 30 anos de energia do Sol em um milissegundo.
As energias dessas explosões são tão grandes que só
conhecemos duas estruturas cósmicas com energia suficiente para produzi-las:
Buracos negros ou magnetares,
que são os ímãs mais fortes do Universo, provavelmente estrelas mortas
superdensas, mas que ainda estamos longe de compreender bem.
DuPont e MacFadyen estavam trabalhando com esta última
hipótese, já que as teorias dos "magnetares explosivos" não faziam
totalmente sentido porque as RRRs decaem suavemente demais para serem
explicadas por uma explosão.
Magnetar Emitindo Energia Pelo Equador
Foi refazendo os cálculos da emissão repentina de energia
pelos magnetares que os dois pesquisadores chegaram a um cenário no qual uma
estrela que acaba de morrer - uma estrela
de nêutrons - gira muito rápido e envolve-se em um um campo magnético - um
magnetar recém-nascido - emitindo então energia pelo equador, e não pelos
pólos, como acontece normalmente com os magnetares.
[Imagem: Marcus DuPont et al. -
10.48550/arXiv.2309.15347]
Instantâneos de 3 s representando a densidade no hemisfério norte e a pressão no hemisfério sul da estrela. |
É esse campo magnético emitido do equador que forma uma
"lâmina" de plasma relativística - que viaja próximo à velocidade da
luz -, que emerge do magnetar com mais energia do que a liberada pela explosão
de uma supernova.
"Consideramos a dinâmica de uma explosão equatorial
alimentada por um magnetar de milissegundos formado pelo colapso do núcleo de
uma estrela massiva. Estudamos se essas saídas - geradas a priori por
ventos relativísticos do magnetar, acionados por magnetocentrifugação - podem
ser poderosos o suficiente para produzir um lâmina ultra-relativística que
consegue abrir caminho através do denso interior estelar," escreveu a
equipe.
Além de cortar a estrela em duas, essa lâmina interage
com o ambiente circundante, até finalmente viajar em direção ao espaço, o que
pode explicar o comportamento observado em algumas RRRs (rajadas rápidas de
rádio).
Mas o estudo ainda é muito inicial, simulando tudo em
apenas duas dimensões. Agora será necessário refazer todos os cálculos para ver
como o jato interage em 3D com o campo magnético e com todas as ondas nesse
ambiente extremamente turbulento.
"Além disso, [é necessário] reconstruir a evolução
da lâmina ao longo de milhares de décadas de distância para compreender a
geometria tardia da explosão, uma vez que o feixe relativístico desacelera
totalmente, o que deve ser feito também para capturar características
distintivas nas assinaturas observacionais destes tipos de emissões,"
concluiu a dupla.
Bibliografia:
Artigo: Stars Bisected by
Relativistic Blades
Autores: Marcus DuPont, Andrew MacFadyen
Revista: arXiv
DOI: 10.48550/arXiv.2309.15347
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