Novo Estudo de Astrônomos Aponta Que a Lua é Mais Velha do Que Se Pensava e Tem Pedaço Solto Orbitando a Terra
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (24/10) foi postada uma matéria
no site Inovação Tecnológica destacando
estudo de astrônomos da Universidade do Arizona (EUA), aponta que a Lua é mais
velha do que se pensava e tem pedaço solto orbitando a Terra. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Lua é Mais Velha e Tem Pedaço Solto Orbitando a Terra
Redação do Site Inovação Tecnológica
24/10/2023
[Imagem: NASA]
A ejeção de um quasi-satélite pela Lua é uma situação muito rara, mas agora sabemos que ela é factível. |
Quase Satélites
Em 2021, os astrônomos sugeriram que um asteroide próximo
à Terra recentemente descoberto, chamado Kamo'oalewa, poderia
ser um pedaço da Lua.
Eles constataram que o espectro da minilua - o padrão de
luz que ela reflete - corresponde ao espectro das rochas lunares trazidas pelos
astronautas das missões Apolo.
Mas como é que um pedaço de rocha tão grande teria se
desprendido da Lua? É um possível roteiro para essa separação que estão
oferecendo agora Jose Daniel Cisneros e colegas da Universidade do Arizona, nos
EUA.
A equipe conseguiu demonstrar a viabilidade de que um
pedaço da Lua, ejetado pelo impacto de um meteorito, entre na órbita atual do
quasi-satélite. É um fenômeno bastante improvável porque fragmentos da Lua que
têm energia cinética suficiente para escapar do sistema Terra-Lua também têm
energia demais para estacionar em uma órbita semelhante às da Terra - hoje só conhecemos
cinco outros quase-satélites da Terra, mas com outras origens.
Com simulações numéricas que levam em conta com precisão
as forças gravitacionais de todos os planetas do Sistema Solar, o grupo
descobriu que alguns fragmentos lunares sortudos podem realmente encontrar o
caminho para essas órbitas. O Kamo'oalewa pode ser um desses fragmentos,
criados durante um impacto na Lua nos últimos milhões de anos.
Outra implicação importante desta demonstração é que
ainda podem existir outros fragmentos lunares por descobrir entre a população
de asteroides próximos da Terra.
Qual é a Idade da Lua
[Imagem: J. Greer et al. - 10.7185/geochemlet.2334]
Os cristais de zircônio só puderam ser analisados agora devido ao progresso da tecnologia de datação. |
E há novidades também em relação à própria Lua. Quanto
fizeram novas datações de amostras de rochas trazidas da Lua pelos astronautas
da Apolo 17, em 1972, Jennika Greer e seus colegas dos EUA e Inglaterra
descobriram que a Lua é mais antiga do que se acreditava.
Enquanto as datações anteriores haviam identificado
amostras mais antigas com idade de 4,425 bilhões de anos, Greer encontrou
cristais com idade de 4,460 bilhões de anos, ou seja, a Lua é pelo menos 35
milhões de anos mais velha.
"Este estudo é uma prova do imenso progresso
tecnológico que fizemos desde 1972, quando a última missão tripulada à Lua
regressou à Terra," disse Dieter Isheim, membro da equipe. "Essas
amostras foram trazidas para a Terra há meio século, mas só hoje temos as
ferramentas necessárias para realizar microanálises no nível necessário,
incluindo tomografia por sonda atômica."
A análise átomo por átomo permitiu aos pesquisadores
contar quantos átomos nos cristais de zircônio - encontrados escondidos dentro
da poeira coletada da Lua - sofreram decaimento radioativo. Quando um átomo
sofre decaimento, ele libera prótons e nêutrons para se transformar em um
elemento diferente - o urânio, por exemplo, decompõe-se em chumbo.
Como os cientistas estabeleceram quanto tempo leva para
este processo se desenrolar, eles podem avaliar a idade de uma amostra
observando a proporção de átomos de urânio e chumbo.
"A datação radiométrica funciona um pouco como uma
ampulheta," disse o professor Philipp Heck. "Em uma ampulheta, a
areia flui de um bulbo de vidro para outro, com a passagem do tempo indicada
pelo acúmulo de areia no bulbo inferior. A datação radiométrica funciona de
forma semelhante, contando o número de átomos pais e o número de átomos filhos
em que eles se transformaram. A passagem do tempo pode então ser calculada
porque a taxa de transformação é conhecida."
Bibliografia:
Artigo: Lunar
ejecta origin of near-Earth asteroid Kamo'oalewa is compatible with rare
orbital pathways
Autores: Jose
Daniel Castro-Cisneros, Renu Malhotra, Aaron J. Rosengren
Revista: Communications
Earth & Environment
Vol.: 4,
Article number: 372
DOI:
10.5281/zenodo.8339513
Artigo: 4.46
Ga zircons anchor chronology of lunar magma ocean
Autores:
Jennika Greer, B. Zhang, D. Isheim, D. N. Seidman, A. Bouvier, P.R. Heck
Revista: Geochemical
Perspectives Letters
DOI:
10.7185/geochemlet.2334
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