Como o 'Exoplaneta Baekdu' Que Não Deveria Existir Pode Ter Sobrevivido a Expansão de Sua Estrela
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (02/10) foi postado no site Inovação Tecnológica uma notícia tendo
como destaque como o Planeta Baekdu,
ou Halla, do sistema estelar da ‘Estrela Ursa Menor 8b’ que não deveria existir pode ter sobrevivido a expansão de sua estrela. Entendam melhor essa história pela notícia abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Como Planeta Que Não Deveria Existir Pode Ter Sobrevivido
Redação do Site Inovação Tecnológica
02/10/2023
[Imagem: W. M. Keck Observatory/Adam Makarenko]
O Sobrevivente Improvável
O planeta Baekdu, ou Halla, (Ursa Menor 8b) está em um
lugar onde nenhum planeta gostaria de estar: Ele orbita uma estrela a cerca de
530 anos-luz de distância, uma gigante vermelha inchada, que tudo indica ter-se
expandido além da órbita do planeta, engolindo-o totalmente, e depois
encolhendo de novo, até alcançar seu tamanho atual (ainda gigante).
Em outras palavras, a estrela teria engolido e destruído
qualquer planeta que orbitasse próximo dela. No entanto, o planeta Halla
continua lá, em uma órbita estável e quase circular.
A descoberta desta situação aparentemente impossível foi
feita graças a medições precisas do telescópio
caçador de exoplanetas TESS, que revelam que a formação e a destruição de
planetas são provavelmente muito mais complexas e imprevisíveis do que os
cientistas acreditavam.
À medida que estrelas como o nosso Sol se aproximam do
fim das suas vidas, elas começam a esgotar o seu combustível nuclear,
tornando-se gigantes vermelhas, expandindo-se até seu tamanho máximo. Se esta
teoria está correta, a estrela Ursa Menor 8 teria crescido para fora do seu
centro até 0,7 unidade
astronômica, engolindo e destruindo quaisquer planetas próximos em órbita.
Mas tudo indica que a estrela já inchou, já encolheu, e seu planeta b, um
grande mundo gasoso que se situa a apenas 0,5 unidade astronômica, ainda está
lá.
Duas Possibilidades
Depois de analisar os dados do telescópio TESS, Marc Hon
e seus colegas da Universidade do Havaí, propõem duas outras possibilidades para
explicar a realidade: O planeta pode na verdade ser o sobrevivente de uma fusão
entre duas estrelas, ou é um planeta recém-nascido, formado a partir dos
detritos deixados por essa fusão.
O primeiro cenário começa com duas estrelas mais ou menos
do tamanho do nosso Sol, em órbitas próximas uma da outra, com o planeta
orbitando ambas. Uma das estrelas "evolui" um pouco mais rápido do
que a outra, passando pela sua fase de gigante vermelha, eliminando as suas
camadas exteriores e transformando-se numa anã branca, o pequeno mas massivo
remanescente de uma estrela. A outra chega ao estágio de gigante vermelha antes
de colidir com sua irmã; o que resta é a gigante vermelha que vemos hoje. Esta
fusão, no entanto, impede a gigante vermelha de se expandir ainda mais,
poupando o planeta em órbita da destruição.
No segundo cenário, a fusão violenta das duas estrelas
ejeta uma abundância de poeira e gás, que forma um disco em torno da gigante
vermelha remanescente. Esse disco protoplanetário fornece a matéria-prima para
a coalescência de um novo planeta. É uma espécie de segunda vida em estágio
avançado para um sistema planetário - embora a estrela ainda esteja chegando ao
fim de sua vida.
Bibliografia:
Artigo: A close-in giant planet
escapes engulfment by its star
Autores: Marc
Hon, Daniel Huber, Nicholas Z. Rui, Jim Fuller, Dimitri Veras, James S.
Kuszlewicz, Oleg Kochukhov, Amalie Stokholm, Jakob Lysgaard Rorsted, Mutlu
Yildiz, Zeynep Çelik Orhan, Sibel Örtel, Chen Jiang, Daniel R. Hey, Howard
Isaacson, Jingwen Zhang, Mathieu Vrard, Keivan G. Stassun, Benjamin J. Shappee,
Jamie Tayar, Zachary R. Claytor, Corey Beard, Timothy R. Bedding, Casey
Brinkman, Tiago L. Campante, William J. Chaplin, Ashley Chontos, Steven
Giacalone, Rae Holcomb, Andrew W. Howard, Jack Lubin, Mason MacDougall,
Benjamin T. Montet, Joseph M. A. Murphy, Joel Ong, Daria Pidhorodetska, Alex S.
Polanski, Malena Rice, Dennis Stello, Dakotah Tyler, Judah Van Zandt, Lauren M.
Weiss
Revista:
Nature
Vol.: 618,
pages 917-920
DOI:
10.1038/s41586-023-06029-0
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