Matéria da Revista FORBES, Enaltece as Trajetórias de 'Três Jovens Brasileiras' Que Receberam o Reconhecimento de Várias Instituições Internacionais, e Entre Elas a NASA
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma interessante matéria postada ontem (23/10)
na coluna FORBES TECH da 'Revista FORBES'
tendo como destaque as trajetórias de três
jovens brasileiras (duas delas já citadas no BS) que tiverem recentemente o reconhecimento de varias instituições
internacionais e entre elas a NASA.
Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Aproveitamos neste momento para agradecer ao nosso amigo e membro do
canal do BS no youtube, o Sr. Eugênio Preza (CEO da
startup brasileira EP.SpaceBr) pelo envio desta notícia.
Brazilian Space
FORBES TECH
Brasileiras
na NASA: a Trajetória de Três Mulheres Reconhecidas Pela Agência Espacial
Mais do que
serem escolhidas para representar o Brasil em instituições como ONU, Unicef,
Harvard e a própria NASA, elas tornaram-se inspiração para outras cientistas e
estudantes
Por Caroline
De Tilia
23 de
outubro de 2023
Atualizado
há 15 horas
Fonte: Site
da Revista FORBES - https://forbes.com.br
Imagem: Divulgação/Maurício
de Sousa Produções/Donas da Rua
Lorrane Olivlet foi homenageada pelo projeto “Donas da Rua” pelo seu trabalho no apoio e incentivo a entrada de mulheres e meninas na ciência. |
Seguir o
sonho de ser astronauta, cientista, astrofísica ou até mesmo de ganhar um Prêmio Nobel, pode ser uma realidade
distante para muitas mulheres, principalmente brasileiras. Hoje, 83,3% do
mercado de tecnologia no Brasil é ocupado por homens (CAGED). Enquanto as mulheres são apenas 33% entre os pesquisadores
globais e menos de 4% entre os ganhadores do Nobel (UNESCO). Mas essas limitações não impediram Laysa Peixoto, Verena
Paccola e Lorrane Olivlet de
traçarem seus caminhos na ciência e conquistarem o reconhecimento da NASA.
“Meu interesse
pelo espaço começou aos três anos de idade, quando eu ganhei um livreto sobre o
sistema solar. Lembro que fiquei completamente encantada com o conteúdo, mas
não tive oportunidades na área, visto que estudava em escola pública e esse
tema não era abordado. Mas eu sempre tive um carinho pela área e fiz o seguinte
propósito: ‘se algum dia eu tiver a oportunidade de participar de algo
relacionado ao espaço, eu não vou desperdiçar'”, conta Lorrane Olivlet, fundadora do grupo de divulgação científica InSpace.
Conheça a
seguir a trajetória das mulheres brasileiras que começaram a sonhar ainda
crianças com carreiras na ciência e tecnologia e agora representam o Brasil em
instituições como ONU, UNICEF, Harvard
e, claro, NASA.
Laysa Peixoto, Pesquisadora do Programa de
Formação Para Jovens Cientistas da NASA e Estudante de Física na Universidade
de Manhattan
Foto: Pedro e Betânia
(@foto.pb)/ Laysa Peixoto
Após
descobrir um asteroide em seu próprio computador e conquistar o reconhecimento
da Nasa, a mineira de Contagem, hoje com 20 anos, mudou sua vida e deu mais um
passo em direção ao sonho de ser a primeira mulher astronauta do Brasil. Assim
como Lorrane, a paixão de Laysa começou cedo. “Minha paixão pelo espaço vem
desde criança, olhando para as estrelas e quando assisti a série Cosmos pela
primeira vez. Me imaginava tocando o infinito, indo até às estrelas.”
A busca de Laysa não parou por aí. Em 2023, ela foi a
primeira brasileira selecionada pela Nasa para conduzir experimentos em
gravidade zero e, além disso, teve dois projetos selecionados pela agência
espacial e foi escolhida como cientista principal no plano Orbiter, que será
lançado em alguns anos em direção à Enceladus (satélite natural de Saturno),
para estudar a probabilidade de existência de vida no corpo celeste.
“No início foi muita informação para minha cabeça e eu
cheguei a questionar se daria conta de tudo, mas eu tive muito apoio dos
mentores e parceiros de equipe. Uma coisa interessante — inimaginável para quem
está de fora —, é que a NASA é uma grande família, um sempre apoia e ajuda o
trabalho do outro.”
Após passar um ano e meio no programa de pesquisa “Star
Notes”, de Harvard, onde transcrevia manuscritos e documentos da história de
outras cientistas mulheres, Laysa percebeu que além do sonho de ser astronauta,
queria inspirar jovens mulheres a seguirem o caminho da ciência e tecnologia.
“Eu criei uma plataforma online e gratuita de conteúdos STEM (Ciência,
Tecnologia, Engenharia e Matemática) para crianças e adolescentes, chamada Elliptica Foundation. Em dezembro vamos
realizar o World STEM Summit, o maior evento de ciência para estudantes no
mundo.”
Verena Paccola, Under 30 de 2022, Estudante de
Medicina na Universidade de São Paulo e “Cientista Cidadã” da NASA
Foto:
Victor Affaro/Forbes
Um aspecto
que conecta as três brasileiras, é a paixão pela ciência desde a infância.
Nascida em Indaiatuba, interior de São Paulo, Verena ganhou os holofotes após
descobrir 25 asteroides pela NASA em 2022, quando se inscreveu espontaneamente
para participar de um programa de pesquisa da companhia. “Sempre fui curiosa,
quando era pequena questionava tudo, desde a razão de levantar cedo para ir
para escola, até o motivo da cor do céu ser azul. Isso me levou a lugares como
a NASA.”
Hoje, a
estudante de medicina da Universidade de São Paulo, pesquisadora de
neurociência e embaixadora da UNICEF, diz que tem dois grandes objetivos a
curto prazo: inspirar meninas e mulheres na ciência e apoiar projetos de
impacto social em comunidades periféricas brasileiras. “Estou escrevendo
projetos em parceria com o Edu Lyra, da Gerando
Falcões, para levar educação científica para as periferias brasileiras.”
Outra meta
de Verena é ser a primeira mulher brasileira a ganhar um Prêmio Nobel. “Na
verdade, se qualquer outra mulher brasileira ganhar, eu já ficaria realizada.
Mas eu realmente desejo um dia ser escolhida para ganhar um Nobel.”
Lorrane
Olivlet, Fundadora do Grupo de Pesquisa InSpace, Estudante de Engenharia Mecânica
na Universidade Federal de Minas Gerais e Colaboradora da Agência Espacial
Brasileira
Foto: Divulgação/Lorrane Olivlet
“Sou medalhista em competições científicas como a Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica, a Olimpíada Brasileira de Satélites, entre outras”, compartilha Lorrane. |
A engenheira biomédica, nascida em Belo Horizonte, Minas
Gerais, já escreveu um livro sobre o Sistema Solar, chamado “Meu Primeiro Contato
com o Céu”, trabalha em parceria com a Agência Espacial Brasileira para criação
de conteúdos, fundou a InSpace, grupo de divulgação científica focado em STEM,
e ganhou reconhecimento da NASA ao detectar 60 asteroides durante sua
participação no projeto de “Caçada aos Asteroides”, realizado pelo
International Astronomical Search Collaboration, Nasa e Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação.
“O grupo InSpace é um projeto voluntário que fundei em
2019 e que tem como objetivo abrir oportunidades para pessoas em ciências
espaciais. Hoje temos 100 membros ativos, majoritariamente mulheres, de todas
as regiões do Brasil, EUA e Moçambique.”
A engenheira brasileira, que está em preparação para um
projeto de doutorado em saúde no espaço, também foi escolhida pela NASA para
participar de uma imersão durante o lançamento espacial da sonda Psyche. “Esse
projeto teve mais de 6 mil inscrições, entretanto apenas 17 pessoas puderam
participar. Eu fui a única representante da América Latina. Durante a viagem eu
conversei com o diretor do Kennedy Space Center, com toda equipe da sonda
Psyche, observei bem de perto o foguete Falcon Heavy, entre outras atividades.
Foi incrível.”
Além de tudo, a mineira é entusiasta do movimento de
inserção de mulheres no mercado. Lorrane já participou de trabalhos vinculados
à ONU para incentivar meninas no setor espacial no Rio de Janeiro e é
embaixadora do grupo L’Oreal para mulheres na ciência.
“Justamente por ter visto a discrepância de gênero que
existe na área, hoje eu sou ativista. Tenho feito um trabalho gigante para
incentivar mais meninas na área. ‘Um ajuda o outro’ é o lema da União
Brasileira de Astronomia, e essa frase é verdadeira. A ciência deve ser feita
em colaboração, isso é fundamental.”
Desejamos muita saúde e realizações. Sempre Avante meninas.
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