Astrônoma Brasileira da USP Liderou Equipe Internacional Que Descobriu Origem de Nebulosa
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (11/12) no site da “Agência Brasil” destacando
que Astrônoma Brasileira da USP
liderou equipe que descobriu Origem de Nebulosa.
Duda Falcão
GERAL
Astrônoma da USP Lidera Equipe que Descobre Origem de Nebulosa
Por Camila Boehm
Repórter da Agência Brasil São Paulo
Edição: Graça Adjuto
Publicado em 11/12/2019 - 09:02
Uma equipe internacional liderada pela astrônoma
brasileira Beatriz Fernandes, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em parceria com o
Instituto de Astrofísica de Paris, descobriu a origem da nebulosa Sh 2-296, que
compõe a nebulosa conhecida como Gaivota. O estudo também revelou que três
estrelas, chamadas de fugitivas, dessa região foram ejetadas por diferentes
explosões de supernovas há milhões de anos.
“Estudar regiões como essa é importante porque nós
podemos entender como a morte de estrelas pode afetar a formação de novas
gerações de estrelas e isso nos ajuda a entender melhor a evolução da nossa
galáxia, como as estrelas se formam e evoluem em diferentes ambientes e sob a
influência de fatores externos. As estrelas jovens dessas regiões também são
protoplanetárias, que é onde vão se formar novos sistemas planetários”,
explicou Beatriz.
Conforme divulgou o IAG-USP, a nebulosa Sh 2-296,
conhecida como as “asas” da nebulosa da Gaivota, é uma extensa região no céu em
forma de arco, associada à região de formação estelar Canis Major OB1, composta
por estrelas jovens, gás e poeira.
Origem
De acordo com o trabalho liderado por Beatriz Fernandes,
a nebulosa Sh 2-296 é parte de uma enorme concha estelar descoberta pela
equipe, que denominou a estrutura de “CMa shell” (concha CMa), e que foi
formada por sucessivas explosões de supernova. “Ao analisar imagens da
associação CMa OB1, vemos claramente que a nebulosa Sh 2-296 é de fato parte
de uma grande estrutura, que pode ser aproximada por uma grande concha
elíptica”, disse ela, sobre o trabalho de pós-doutorado no IAG-USP.
O grupo identificou também três estrelas dessa região,
chamadas de fugitivas, associadas a estruturas de choque em forma de arco (bow
shock), com uma origem comum perto do centro da concha CMa. “Já se suspeitava
há algum tempo que essa é uma região onde explosões de supernova poderiam ter
desencadeado a formação de estrelas. Mas não havia ainda nenhum estudo
conclusivo mostrando, por isso resolvemos investigar essas estrelas fugitivas,
era justamente para tentar encontrar indícios de que poderiam ter ocorrido
essas explosões de supernovas na região”, afirmou a astrônoma brasileira.
Segundo a pesquisadora, a equipe descobriu que as estrelas
fugitivas provavelmente foram ejetadas de um aglomerado de estrelas progenitor,
em três sucessivas explosões de supernovas ocorridas há aproximadamente 6
milhões, 2 milhões e 1 milhão de anos.
As descobertas foram possíveis empregando dados de vários
observatórios, usando diversos tipos de emissões, como raios-X, visível,
infravermelho e rádio. Além disso, foi importante o uso de informações do
satélite europeu Gaia, que está medindo a distância e os movimentos das
estrelas da nossa galáxia. Tais informações permitiram, pela primeira vez, de
acordo com o IAG-USP, ter uma visão geral da formação estelar nessa região.
Fernandes destacou a importância do investimento em
pesquisas. “Não só investimento de instrumentos ou para experimentos, mas o
investimento em pessoal, bolsas de pós-graduação, para pós-doutorado, incentivo
para os pesquisadores continuarem. Eu, por exemplo, agora estou sem bolsa, não
sei se vou continuar participando do projeto, e nós já temos observações
importantes que foram obtidas e estavam sendo analisadas para dar continuidade
ao projeto e agora vai tudo sendo prejudicado”, contou.
A pesquisa sobre a história de formação estelar na
associação Canis Major OB1 foi feita com o apoio das agências financiadoras
brasileiras CNPq, CAPES e FAPESP.
Fonte: Site da Agência Brasil - http://agenciabrasil.ebc.com.br
Comentário: Pois é leitor, mais um gol da pequena porem ativa e eficiente Comunidade Astronômica Brasileira.
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