Polo Aeroespacial Busca Soluções em Parcerias Com o Leste Europeu
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado hoje (17/09) no site “www.defesanet.com.br“
destacando que Polo Aeroespacial busca soluções em parcerias com o Leste
Europeu.
Duda Falcão
COBERTURA ESPECIAL - Especial
Espaço - Tecnologia
Polo Aeroespacial Busca Soluções
em Parcerias Com o Leste
Europeu
Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet
17 de Setembro, 2013 - 14:23 ( Brasília )
Se os países comunistas do leste europeu foram o grande fantasma da ditadura militar no Brasil,
agora surgem com a redenção para o programa espacial brasileiro. Russos,
ucranianos e tchecos estão cada vez mais próximos de institutos e empresas
envolvidas em projetos espaciais, principalmente as sediadas no polo de São
José dos Campos (SP).
A
aproximação teve inicio no começo dos anos 90 com o antigo Ministério da
Aeronáutica adquirindo peças e partes dos mísseis intercontinentais do
sucateado parque bélico soviético. Essa era uma maneira de driblar as sansões
do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR) para construir o Veículo
Lançador de Satélites (VLS), integrante da Missão Espacial Completa Brasileira
(MECB).
A situação
reverteu totalmente favorável aos antigos países da cortina de ferro com o
acidente em agosto de 2003, quando uma comissão de ucranianos visitava a sede
da Agência Espacial Brasileira (AEB) e o presidente da entidade, Luiz Bevilacqua,
recebeu a noticia da ignição espontânea de um dos boosters e a morte de 21
funcionários do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), entre técnicos e
engenheiros. De imediato, os europeus passaram a colaborar com o programa
espacial.
A
consolidação deste processo veio com a criação da empresa binacional Cyclone,
que auxiliará no desenvolvimento técnico do VLS e na transformação da Base de
Lançamentos de Alcântara (MA) em algo moderno e rentável. Pelo menos essa é a
expectativa das autoridades brasileiras, que já investiram mais de US$ 100
milhões na constituição dessa sociedade.
Com o
Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) aberto para essas associações,
a aproximação dos antigos países comunistas sob influência da União Soviética é
inevitável, até mesmo pelo fato do Brasil não deter diversas das tecnologias de
voo envolvidas. Atualmente o Parque Tecnológico de São José dos Campos
estuda as possibilidades de cooperação entre a República Tcheca e o Brasil no
setor espacial, que foi tema de um seminário entre dirigentes do setor na
semana passada.
Outro
avanço, esse existente oficialmente há quase uma década, é com a Ucrânia e com
a Rússia tanto na parte de lançadores como na de satélites de médio e grande
portes. O Brasil já tem uma parceria firmada deste o governo de José Sarney com
a República Popular da China, para a produção dos satélites sino-brasileiros de
sensoriamento remeto (CBERS).
A intenção
é estreitar relações empresariais e tecnológicas com esses países e conseguir o
conhecimento necessário para alavancar o combalido programa espacial
brasileiro. A ligação com empresas tchecas e brasileiras é visto como
fundamental para identificar áreas das parcerias e projetos conjuntos. Além de
potenciais acordos e troca de conhecimento na área da pesquisa espacial.
No mês
passado, representantes da empresa ucraniana Yuzhnoye e o cônsul do país,
Olexandr Markov,estiveram no polo aeroespacial de São José dos Campos e na
prefeitura, administrada pelo PT. O objetivo é instalar uma representação comercial
na cidade, para atuar nos segmentos aeroespacial, energia e telecomunicações.
Pelo lado
tcheco, a missão tecnológica que se encontra no município é formada por
representantes da Aliança Espacial Tcheca, Agência para Apoio de
Empreendedorismo e Investimentos da República Tcheca e uma representação do
Ministério da Indústria e Comércio da República Tcheca em São Paulo. Ainda
estão na comitiva membros da diplomacia da República Tcheca em Brasília e em
São Paulo.
A Aliança
Espacial Tcheca é uma associação que reúne em sua maioria empresas de pequeno e
médio portes. O grupo recebe cerca de 80% do orçamento espacial do governo
tcheco voltados para atuar em processos competitivos da Agência Espacial
Europeia. Essa entidade atua com pesquisa e desenvolvimento em eletrônica de
uso espacial, em órbitas terrestre e planetária, softwares para controle de
satélites e sistemas de missão, além de software de bordo e de posicionamento
orbital.
Apesar do
programa espacial e as atividades da Ucrânia serem monitoradas de perto pelos
Estados Unidos, seu governo pretende estabelecer parcerias com universidades e
centros de pesquisa e oportunidades de negócios com as empresas do município e
do Vale do Paraíba paulista. A Yuzhnoye participa do projeto do foguete Cyclone
– 4, em parceria com a AEB e o governo ucraniano. O foguete, segundo os
militares, será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara 2, no Maranhão, no
final de 2014.
Fonte: Site www.defesanet.com.br
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