Faísca Gerou Incêndio e Explosão do VLS

Olá leitor!

Seguindo com a ‘série especial’ com os artigos e matérias postadas na edição de nº 25 do “Jornal do SindCT” de setembro de 2013, que trata do programa do VLS-1 e do trágico acidente com os 21 heróis de Alcântara, segue abaixo o quarto dos artigos.

Duda Falcão

Nossa Pauta 3

Faísca Gerou Incêndio e Explosão do VLS

Fernanda Soares
Jornal do SindCT
Setembro de 2013


O relatório de investigação do acidente que destruiu o VLS e a torre de lançamento de Alcântara em agosto de 2003, provocando a morte de 21 funcionários civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), foi concluído e apresentado oito meses depois.

A conclusão: uma faísca elétrica, resultante das condições adversas de trabalho provocadas pela falta de recursos, foi a principal causa do incêndio e imediata explosão do foguete. Durante a apresentação do relatório, em São José dos Campos, o então ministro da Defesa, diplomata José Viegas Filho, resumiu: “Muitos equipamentos ficaram guardados por falta de dinheiro para a manutenção, e a escassez de recursos materiais colaborou para a falta de condições de trabalho”.

Apesar de extenso e detalhista, o relatório não explica porque havia tantos funcionários trabalhando na Torre Móvel de Integração (TMI) no momento do acidente, quando as normas de segurança determinavam que o número máximo deveria ser seis. Inicialmente foi levantada pela imprensa a hipótese de sabotagem, que o major brigadeiro Tiago Ribeiro, à época diretor do CTA e principal responsável pelo lançamento, chegou a considerar como plausível, antes que o relatório da investigação fosse concluído. Contudo, não foi detectada na investigação nenhuma atividade externa ou criminosa que pudesse ter produzido o acidente.

O Acidente


O incêndio no VLS, que causou a tragédia, teve início após a faísca elétrica ter acionado o detonador do motor “A” do primeiro estágio do foguete. Embora o sequenciamento das atividades seguisse um cronograma e fosse relatado minuciosamente em fichas preenchidas pelos chefes de equipes, nenhuma das fichas que constam do inquérito policial do caso relata quando o detonador foi instalado, sendo que, por segurança, este seria o último item a ser montado no VLS.

A investigação também constatou que o Dispositivo Mecânico de Segurança (DMS) que protege o ignitor do motor, impedindo seu acionamento acidental, havia sido removido do Projeto VLS. Em 1997, após o lançamento do protótipo VLS-1 V 01, o DMS havia sido apontado como a causa da falha no acionamento de um dos motores do primeiro estágio desse foguete.

Durante as investigações da falha do VLS-1 V 01, foi recomendada a revisão do DMS e seus componentes, além de alterações necessárias e nova qualificação para o voo. Porém, no período entre o lançamento do V 01 e a montagem do V02, o DMS não foi revisto, mas simplesmente retirado do VLS. De acordo com o gerente do Projeto VLS, tenente- coronel Alberto Mello Junior, “devido ao fato de não ter sido possível determinar a causa primária que levou à ignição intempestiva de um dos motores, não se pode afirmar que a presença do DMS teria evitado o acidente.

A falta deste dispositivo foi apontada como fator contribuinte, no entanto, outros itens de segurança foram considerados quando foi tomada a decisão de não se utilizar o DMS que se tinha disponível à época no V 03”

Sucateamento”

O engenheiro Luciano Magno Costalonga Varejão, representante das famílias das vítimas na comissão que investigou o acidente, acredita que as investigações foram conduzidas com isenção e competência. “Apesar de não ter sido possível apontar exatamente qual a falha que de fato causou a combustão intempestiva dos motores do VLS, várias falhas foram detectadas que poderiam, isoladamente ou em conjunto, ter causado o acidente”. Além de “falhas gerais de segurança”, ele aponta “substituição de cabos blindados por cabos sem blindagem”, falta de documentação e aprovação para modificações efetuadas, “colocação da espoleta [detonador] sem comunicação aos funcionários que foram trabalhar no VLS e que acabaram sendo vítimas”, “colocação de proteção, contra chuva, de material não comprovado como seguro para aquele ambiente” e “gerenciamento deficiente das normas de segurança”.

A presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Acidente com o VLS, Doris Maciel Cezarini, sustenta entendimento oposto ao de Varejão. Ela critica o relatório da investigação, que a seu ver é parcial e inconclusivo, principalmente por ter sido dirigido pelo Ministério da Defesa.

“Não se aprofundaram sobre o que realmente aconteceu. Tenho certeza de que foi sucateamento de tudo. Lembro do meu marido contando das coisas que estavam quebradas. Se fosse algo feito com responsabilidade, o acidente não teria acontecido”, afirma. Para as famílias, a não identificação de culpados e a impunidade dos responsáveis não deixa a dor da tragédia ser superada.

“Eles não foram acusados e nunca vão ser. Ao contrário, foram todos promovidos”, desabafa Doris. O brigadeiro Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel, atual diretor do IAE, considera que não foi possível identificar a causa determinante, nem chegar-se a responsabilidades individuais: “Acidentes dessa natureza, da mesma forma que os acidentes aeronáuticos, em geral ocorrem pelo somatório de diversos fatores contribuintes, sendo muitas vezes impossível se chegar a uma única causa determinante do sinistro.

A investigação do acidente de Alcântara foi realizada por diversas comissões: oficiais, missões estrangeiras foram criadas para analisar as causas do acidente. Todas elas apontaram possíveis causas do acidente, e quando não se pode ir além do plano das hipóteses não é possível apontar inequivocamente um responsável. De qualquer modo, as investigações conduzidas cumpriram seu maior propósito que foi o de contribuir para a prevenção da reincidência futura de acidentes como o ocorrido em 2003”.


Fonte: Jornal do SindCT - Edição 25ª - Setembro de 2013

Comentários

  1. Pelo fato de eu ser habilitado em Engenharia Mecânica (ITA 77), concluí Extensão Universitária em Engenharia de Armamento Aéreo (ITA 84) e habilitado em Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI 95), eu criei a página cuja URL é: < http://dallapiazza.wordpress.com >, para orientar os atuais e futuros engenheiros aeroespaciais, formados ou não pelo ITA, sobre os riscos e medidas preventivas que devem ser adotadas no projeto do circuito de segurança e atuação dos foguetes de sondagem e lançadores de satélite.
    Atenciosamente
    Eng Emiliano

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  2. Após eu ler este trecho da entrevista:

    "nenhuma das fichas que constam do inquérito policial do caso relata quando o detonador foi instalado, sendo que, por segurança, este seria o último item a ser montado no VLS.

    A investigação também constatou que o Dispositivo Mecânico de Segurança (DMS) que protege o ignitor do motor, impedindo seu acionamento acidental, havia sido removido do Projeto VLS. Em 1997, após o lançamento do protótipo VLS-1 V 01, o DMS havia sido apontado como a causa da falha no acionamento de um dos motores do primeiro estágio desse foguete.

    Durante as investigações da falha do VLS-1 V 01, foi recomendada a revisão do DMS e seus componentes, além de alterações necessárias e nova qualificação para o voo. Porém, no período entre o lançamento do V 01 e a montagem do V02, o DMS não foi revisto, mas simplesmente retirado do VLS. De acordo com o gerente do Projeto VLS, tenente- coronel Alberto Mello Junior, “devido ao fato de não ter sido possível determinar a causa primária que levou à ignição intempestiva de um dos motores, não se pode afirmar que a presença do DMS teria evitado o acidente.

    A falta deste dispositivo foi apontada como fator contribuinte, no entanto, outros itens de segurança foram considerados quando foi tomada a decisão de não se utilizar o DMS que se tinha disponível à época no V 03”"

    Eu quero deixar claro que a causa primária que gerou o acidente foi a violação das normas técnicas de segurança que eu descrevo na minha pesquisa em < dallapiazza.wordpress.com >.

    Pouco importa se tinha ficha ou não da conexão dos fios dos detonadores, pois isto pode ser a eliminação das provas de uma possível sabotagem. Afinal, nossa justiça permite que o réu não apresente provas contra si mesmo.

    Quero ver qual é a explicação para o descumprimento das normas "Military Standards" ou MIL-STD e demais normas pertinentes ao assunto.

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  3. Os professores do ITA cobram rigorosamente tudo sobre as matérias nas provas, a fim de considerar os alunos aptos a progredirem nos estudos.

    Porém, os civis e militares responsáveis pelo VLS-1 V03 não se importaram por ter sido elaborado um projeto incorreto do circuito de segurança e atuação do veículo lançador de satélites, implantando-o sem as exigências das normas MIL-STD.

    Não tem cabimento implantar um projeto errado e depois dizer que não conseguiram identificar a causa da iniciação do detonador de um circuito que estava incorretamente projetado e não possuía NENHUMA segurança prevista nas normas MIL-STD.

    Pior que isto, dizer que a iniciação pode ter ocorrido por outro motivo não decorrente do projeto incorreto (por exemplo, afirmar que mesmo com o DMS poderia ter ocorrido o acidente).

    Se fosse numa matéria do ITA a nota teria sido ZERO e esses alunos não teriam se formado.

    Onde estará a falha neste caso, na escola que formou estes profissionais, no IAE ou em alguma instituição militar ou política hierarquicamente superior ao IAE/CTA/COMAER, ao permitir que esse comportamento não seja punido?

    Onde estava o CREA-SP durante as investigações sobre o acidente? Foi tomada alguma providência por parte do CREA-SP?

    No ITA os alunos civis que implantam projetos incorretos não são aprovados na matéria e são expulsos da escola.

    Eu fui acusado por colegas militares de colar na matéria Aerodinâmica de Mísseis, do curso de Extensão Universitária em Engenharia de Armamento Aéreo, ministrada pelo prof Osvaldo Saback Sampaio, ITA T74, pelo fato de somente eu tirar 10 ou 9,5 nas quatro provas e os que me acusaram quererem aumentar a nota e não poder devido às minhas notas serem consideradas pelo professor como máximas, não permitindo desta forma aplicar a curva de Gauss.

    Por que pelo menos não cancelaram os diplomas daqueles que projetaram e implantaram esses projetos incorretos do circuito de segurança e atuação do VLS-1 V03, cuja consequência foi a perda de(o):

    1 - 21 vidas de funcionários essenciais ao projeto do VLS-1 V03;
    2 - O próprio VLS-1 V03;
    3 - Torre móvel de Integração;
    4 - Investimento realizado no projeto do VLS-1 V03;
    5 - Potencial de defesa do Brasil e
    6 - Credibilidade do IAE junto aos órgãos que forneciam verbas para o projeto, com a consequente mudança de orientação no programa aeroespacial brasileiro para priorizar associações com empresas estrangeiras.

    Teria sido para não prejudicar a imagem do ITA, que com certeza formou muitos engenheiros envolvidos no projeto incorreto que gerou este acidente?

    Ou existe algum segredo que não querem nos contar?

    Eu gostaria que alguém nos respondesse estas questões que permanecem sem resposta.

    Eng Emiliano
    ITA MEC T77 e EEAA T84
    Engenheiro de Segurança do Trabalho (FEI 95)
    Administração da Saúde e da Segurança do Trabalho (FGV 97) e Engenharia de Controle da Poluição Ambiental (FAAP 00).

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  4. O projeto não previa a drenagem da eletricidade estática para o aterramento do veículo através de um resistor de 100 kΩ para cada par de fio curto-circuitado dos detonadores.
    Esta eletricidade estática se acumularia nos fios dos oito detonadores dos propulsores A, B, C e D pelo fato de não terem um caminho de fuga.

    Consequência: Acúmulo de eletricidade estática na capacitância intrínseca dos detonadores e seus respectivos pares de fios dos propulsores A e D conectados antecipadamente à linha de fogo.
    Pelo fato de não existirem Dispositivos Mecânicos de Segurança, o VLS-1 V03 foi ARMADO a partir do instante da conexão dos fios dos quatro detonadores dos propulsores A e D.
    Para armar o VLS-1 V03 era necessário evacuar o pessoal antes deste procedimento.
    Alguém mandou instalar os quatro detonadores na condição do VLS-1 V03 ARMADO sem evacuar o pessoal.

    Justificativa da acumulação da eletricidade estática:

    "21. Electrostatic Energy(ESE) - This is the storage of electric charge. It can accumulate on almost any item regardless of size or properties. ITS ACCUMULATION CAN RESULT IN AN UNCONTROLLED/UNPLANNED DISCHARGE. A CONDUCTOR WILL ONLY STORE ELECTROSTATIC ENERGY IF IT IS UNGROUNDED."

    "Title: Electrostatic Discharge MSFC-STD-1800 Revision: A (ESD) Control for Propellant and Explosive Devices"

    Mais detalhes poderão ser obtidos em < dallapiazza.wordpress.com >.

    Eng Emiliano

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  5. Se o projeto do circuito de segurança e atuação (linha de fogo) estava errado, sem a presença dos resistores de fuga da eletricidade estática que se acumula naturalmente nos fios dos detonadores, não há motivo para procurar-se uma prova para a causa da iniciação dos detonadores.
    A causa do acionamento de um dos detonadores do propulsor A foi a ausência dos resistores de fuga de eletricidade estática (entre 10 e 100 kΩ de acordo com as normas MIL-STD) que deveriam existir entre os fios curto-circuitados dos detonadores e o aterramento do VLS-1 V03.
    Com a ausência destes resistores de fuga, a eletricidade estática acumulou-se na capacitância intrínseca dos detonadores instalados e seus respectivos fios, ocasionando a descarga da mesma através do explosivo primário de um dos detonadores do propulsor A, aquele que ofereceu menos resistência à descarga de aproximadamente 3 kV entre seus pinos e a carcaça do detonador aterrada no veículo. Este era o único caminho para o escoamento da eletricidade estática acumulada nos 4 detonadores e nos 4 pares de fios de 5 m de comprimento, totalizando 40 m de fios dos detonadores dos propulsores A e D carregados de eletricidade estática a aproximadamente 3 kV.
    É por este motivo que no relatório está escrito que os fios dos detonadores encontravam-se flutuantes (aproximadamente 3 kV no instante do acidente).
    Nem no desenho da figura 79 do relatório de investigação do acidente estes resistores existem. Comprovem visitando e estudando a minha pesquisa independente sobre o acidente com o VLS-1 V03 em < dallapiazza.wordpress.com >.

    Eng Emiliano

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  6. A conclusão: uma faísca elétrica, resultante das condições adversas de trabalho provocadas pela falta de recursos, foi a principal causa do incêndio e imediata explosão do foguete. Durante a apresentação do relatório, em São José dos Campos, o então ministro da Defesa, diplomata José Viegas Filho, resumiu: “Muitos equipamentos ficaram guardados por falta de dinheiro para a manutenção, e a escassez de recursos materiais colaborou para a falta de condições de trabalho”.

    Com certeza o diplomata José Viegas Filho não sabe o que é um resistor, ou melhor dizendo, o que são 8 resistores e um fio para aterramento dos mesmos na carcaça do veículo, a fim de escoar a eletricidade estática acumulada na capacitância intrínseca dos detonadores dos propulsores A e D e seus respectivos pares de fios.
    Olhem a figura 79 do relatório da investigação e verão a ausência dos 8 resistores que deveriam estar conectados entre os fios curto-circuitados dos detonadores e o aterramento do veículo. No relatório da minha pesquisa tudo está bem esclarecido, inclusive com o desenho correto da figura 79 com os 8 resistores que não foram previstos no projeto e não foram instalados. Nem os assessores dos políticos são competentes.

    Mas permitir que os fios curto-circuitados dos detonadores permanecessem flutuantes a aproximadamente 3 kV pôde, não é mesmo Sr Viegas e Srs militares e civis responsáveis pelo projeto do circuito de segurança e atuação?

    Eng Emiliano ITA 77

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  7. Preciso acrescentar uma informação fundamental à esta outra já divulgada:

    "Eu fui acusado por colegas militares da Aeronáutica (um TCel, um Maj e vários primeiros tenentes) e um colega civil, de colar em provas com consulta a todo material didático disponível sobre o assunto, na matéria Aerodinâmica de Mísseis, cujas provas eram puxadas, do curso de Extensão Universitária em Engenharia de Armamento Aéreo, ministrada pelo prof Osvaldo Saback Sampaio, ITA T74, pelo fato de somente eu tirar 10 ou 9,5 nas quatro provas e os que me acusaram quererem aumentar a nota e não poder devido às minhas notas serem consideradas pelo professor como máximas, não permitindo desta forma aplicar a curva de Gauss."

    O erro cometido no projeto da segurança do circuito de segurança e atuação do VLS-1 V03 se assemelha a uma prova com consulta, na qual os responsáveis pelo projeto erraram por falta de conhecimento sobre o assunto ou por algum outro motivo que nunca será divulgado, se não for solicitada uma Nova Comissão de Investigação com base nas informações existentes na minha pesquisa disponível em < dallapiazza.wordpress.com >.

    Eu já tentei solicitar uma nova Comissão de Investigação pela AEITA, mas fizeram-me as seguintes perguntas:

    Por que você está querendo criar uma nova comissão de investigação? Você tem algo contra os militares do CTA? Você perdeu algum parente no acidente?

    Portanto, eu sugiro que alguém que perdeu um parente no acidente ou todos que perderam um parente no acidente solicitem uma nova Comissão de Investigação utilizando como argumento o sub-item 2 do item 20 da minha pesquisa: < http://dallapiazza.wordpress.com/2013/09/03/20-recomendacoes-para-o-lancamento-seguro-do-vls-1-v04-e-algumas-perguntas-sobre-o-vls-1-v03/ >, porque o erro que gerou o acidente foi banal, pois foi o descumprimento de normas técnicas e literatura científica, que exigiam:

    2 – a) Efetuar o aterramento dos 16 resistores de 100 kΩ, existentes dentro da Caixa de relés da Torre de umbilicais, destinados a impedir a acumulação de eletricidade estática na cablagem dos pares de fios dos detonadores e nos próprios detonadores.

    b) Colocar 8 resistores de 100 kΩ, previstos em (DOD, 1997), entre os curto-circuitos dos fios dos detonadores e o aterramento do Veículo. Em (CAMPELLO, 2004), na figura 4 fornecida pelo IAE, estes últimos resistores citados existiam e estavam aterrados.

    Atenciosamente
    Eng Emiliano ITA T77

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  8. Caros leitores

    As informações existentes nas páginas 2 e 5 obtidas na página da Internet disponível em URL: < http://quimicanova.sbq.org.br/qn/No%20Prelo/Artigos/AR13138.pdf >:

    Página 2:

    "quando em posição de lançamento pode ocorrer atrito com partículas externas (vento e poeira) na estrutura do motor-foguete gerando cargas por fricção."

    Página 5:

    "Se a velocidade de dissipação é baixa, o acúmulo de cargas elétricas pode atingir um potencial muito alto. Este potencial acumulado, gerado pelas cargas elétricas, sendo descarregado de forma abrupta, pode gerar uma faísca elétrica com energia suficiente para ignitar de forma sustentada o motor foguete de um lançador de satélites ou de um armamento como um míssil."

    não se referem ao acidente ocorrido com o VLS-1 V03.

    Porém, elas ocorreram e contribuíram para a acumulação da eletricidade estática nos quatro detonadores dos propulsores A e D e seus respectivos fios paralelos encapados expostos ao vento e à poeira trazida pelo vento, sem blindagem eletromagnética.

    Para que o vento e a poeira não gerassem cargas por fricção nas capas dos fios utilizados nos detonadores e no restante da "linha de fogo" entre a Caixa de Relés e o Quadro de Distribuição das Linhas Umbilicais da Sala de Interface, deveriam ter sido utilizados fios torcidos e blindados, com blindagem aterrada na carcaça do veículo.

    Para que a velocidade de dissipação da eletricidade estática nos fios dos detonadores não fosse baixa, deveria ter sido utilizado um resistor na faixa de 10 a 100 kΩ, adequadamente especificado, entre cada um dos fios curto-circuitados dos detonadores e o aterramento da carcaça do VLS-1 V03, conforme descrito nos itens abaixo da minha pesquisa:

    20 – Recomendações para o lançamento seguro do VLS-1 V04 e algumas perguntas sobre o VLS-1 V03.
    < http://dallapiazza.wordpress.com/2013/09/03/20-recomendacoes-para-o-lancamento-seguro-do-vls-1-v04-e-algumas-perguntas-sobre-o-vls-1-v03/ >.

    21 – Objetivo, Comentários e Conclusões.
    < http://dallapiazza.wordpress.com/2013/09/19/21-objetivo-comentarios-e-conclusoes/ >.

    Atenciosamente
    Eng Emiliano ITA T77

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