Projeto VLS Hoje, Segundo Seus Gestores
Olá leitor!
Dando sequência a ‘série especial’ com os artigos e
matérias postadas na edição de nº 25 do “Jornal do SindCT” de setembro de 2013,
que trata do programa do VLS-1 e do trágico acidente com os 21 heróis de
Alcântara, segue abaixo agora o
quinto dos artigos.
Duda Falcão
Nossa Pauta 4
Projeto VLS Hoje, Segundo Seus Gestores
Fernanda Soares
Jornal do SindCT
Setembro de 2013
Em
que situação se encontra o Projeto VLS, dez anos após a tragédia de Alcântara?
“O projeto sofreu uma revisão crítica completa”, explica seu gerente,
tenente-coronel Alberto Mello Junior. “Novos dispositivos de proteção foram
criados no ambiente da plataforma de lançamento, aprimorando a segurança
operacional”.
Tudo
está equacionado para o lançamento de um protótipo em 2014, garante ele. Outras
informações são acrescentadas pelo diretor do IAE, brigadeiro engenheiro Carlos
Antônio de Magalhães Kasemodel: “Os subsistemas de redes elétricas e redes
pirotécnicas foram reprojetados. Ensaios realizados no passado foram repetidos.
Novos
testes como, por exemplo, o de separação dos propulsores do primeiro estágio,
foram especificados e realizados. Novos equipamentos de ensaios, alinhados com
a tecnologia atual, foram adquiridos. Hoje, o VLS mantém a mesma aparência
externa, mas internamente são muitas as diferenças”.
O Jornal do SindCT esteve no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) em julho
de 2012 para visitar a base e conhecer a nova torre de lançamento (TMI) e o
trabalho realizado na Operação Salina, que marcou o reinício das atividades
relacionadas ao VLS-1 em Alcântara.
Objetivo
da operação: realizar o transporte, preparação e integração mecânica de um mock-up estrutural
inerte do VLS- 1 — estrutura real do veículo sem combustível a bordo — e
ensaios e simulações para verificação da integração física, elétrica e lógica
da TMI e dos meios de solo do centro de lançamento, associados à preparação
para voo do foguete.
Durante
os 26 dias de trabalho, os funcionários também passaram por treinamento e
prevenção de acidentes, com simulação de um acidente com vítimas. Valderci
Giacomelli, pesquisador que acompanhou a visita do Jornal do SindCT,
confessou: “Estava aqui quando aconteceu o acidente. Foi emocionante ver o VLS
montado de novo na base”.
Atualmente,
a equipe trabalha com o Vsisnav, ou Veículo Lançador do Sisnav, Sistema de
Navegação do VLS-1. Antes nomeado VLS-1 XVT-01, o VSisnav é uma versão do
VLS- 1 que será utilizada para ensaios de navegação em voo. O primeiro
lançamento do VSisnav na nova TMI, somente com o primeiro e segundo estágios
ativos, estava previsto para 2013, mas foi adiado.
O
voo de teste tecnológico do VSisnav foi reagendado para 2014. Com poucos
recursos, o Projeto VLS caminha lentamente, podendo ainda realizar testes,
ensaios e preparação de equipe”. O Programa Nacional de Atividades Espaciais
(PNAE) prevê um lançamento para 2015. Porém, embora os recursos destinados ao
Projeto VLS no PNAE sejam da ordem de R$ 45 milhões a R$ 60 milhões anuais,
valores modestos, efetivamente o projeto tem recebido menos ainda: R$ 15
milhões. “Um cronograma físico não resiste à falta de recursos”, lamenta Mello
Junior. Também não houve a reposição de pessoal: “Estamos com problemas em
alguns setores porque o pessoal já se aposentou”, reconhece o oficial. Leia a
seguir os principais trechos das declarações do tenente-coronel ao Jornal do SindCT:
Quais avanços ocorreram no projeto VLS nestes últimos 10
anos?
O
projeto sofreu uma revisão crítica completa e passou-se a adotar a cultura de
certificação, melhorando a garantia da qualidade dos produtos. O veículo e os
meios de solo do IAE e do CLA estão utilizando componentes compatíveis com o
que há de mais moderno no mundo.
A
revisão crítica levou à reestruturação completa das redes elétricas e redes
pirotécnicas. Dados coletados durante os voos dos veículos V01 e V02 também
foram minuciosamente analisados e soluções de amortecimentos foram implantadas
visando melhorar a confiabilidade funcional dos sistemas embarcados. Novos
dispositivos de proteção foram criados no ambiente da plataforma de
lançamento, aprimorando a segurança operacional.
Há previsão de voltar a utilizar o DMS? Qual o status atual
do projeto VLS?
Os
próximos veículos contarão com todos os dispositivos necessários para garantia
da confiabilidade dos sistemas, reduzindo-se qualquer risco de incidente para
faixa de extremamente improvável. Este é o mesmo nível de segurança que se tem
quando se embarca em um avião comercial. O DMS [dispositivo de segurança] a ser
empregado já no VSisnav possui acionamento remoto, tendo sido amplamente
testado.
A
filosofia atual do projeto é a de se cumprir etapas. O orçamento previsto nos
permite que se atinjam até o próximo ano duas metas bem definidas: o ensaio dos
sistemas embarcados e o voo do VSisnav. Todo recurso necessário para essas duas
metas já está assegurado. Para a continuidade do projeto, ou seja, lançamento
do protótipo do VLS, o XVT-02, e do VLS V 04, será necessária complementação de
verba. As autoridades em nossa cadeia de comando estão cientes e sensibilizadas
com essa situação e buscam a solução para o problema. A segurança física, a
qualidade do produto e o foco no cumprimento da missão jamais serão
comprometidos. O projeto somente seguirá adiante com os recursos necessários
para se cumprirem todos os processos do desenvolvimento seguro. Não
há exceção.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 25ª - Setembro de 2013
Comentário: Pois é leitor, pelo que eu pude entender nas
palavras do tenente-coronel
Alberto Mello Junior, os recursos para a “Operação Santa Bárbara” (Operação
simulada de voo) e para a operação de lançamento do “VLS-1 VSISNAV” já estão
assegurados para 2014, mas ao mesmo tempo o tenente-coronel condiciona a
continuação do projeto somente se houver os recursos necessários para se
cumprirem todos os processos do desenvolvimento de forma segura. Hummm.....
isso não é bom sinal e pode significar que a direção do IAE já esteja estudando a possibilidade de
encerrar o projeto como ocorreu com o L15, caso o governo continue boicotando
as suas atividades. Caro leitor, parece que esse é o fim.
Pelo fato de eu ser habilitado em: Engenharia Mecânica (ITA 77), Extensão Universitária em Engenharia de Armamento Aéreo, (ITA 84) e Engenharia de Segurança do Trabalho (FEI 95), eu criei a página cuja URL é: < http://dallapiazza.wordpress.com >, para orientar os atuais e futuros engenheiros aeroespaciais, formados ou não pelo ITA, sobre os riscos e medidas preventivas que devem ser adotadas nestas atividades de lançamento de foguetes.
ResponderExcluirAtenciosamente
Eng Emiliano
Eu lembrei que os voos TESTES seriam em meados de 2010, depois adiaram para 2011, 2012 ... e então afirmaram que seria em novembro de 2013, mas agora está agendado para 2014.
ResponderExcluirSó mesmo uma corrida espacial para acelerar as coisas, espero que pelo menos lancem o VLS antes do TRONADOR II da Argentina (previsto para 2015)
Atenciosamente,
Everton
A cada dia que passa eu perco a esperança no brasil o papo é sempre o mesmo só adiam e adiam e assim vamos talvez em 2050 o brasil lance este foguete.
ResponderExcluirTudo é difícil ou não temos dinheiro, outra não temos técnicos e assim caminha a ciência no brasil.