O MIT Pode Trazer Uma Nova Visão para o Ensino Brasileiro
Olá leitor!
Segue abaixo uma pequena entrevista postada dia (21/08)
no site “Olhar Digital” com o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA), Carlos Américo Pacheco, sobre como a recente parceria com o Massachusetts
Institute of Technology (MIT) dos EUA pode trazer uma nova visão para o ensino
brasileiro.
Duda Falcão
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“O MIT Pode Trazer uma Nova Visão para
o Ensino Brasileiro”, Diz Reitor do ITA
Instituição norte-americana
de pesquisa em tecnologia
anunciou cooperação com
universidade brasileira
Rafael Cabral
21 de Agosto de 2012 | 15:30h
Divulgação
Na semana passada, o governo federal anunciou a chegada
oficial do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a principal instituição
acadêmica de inovação tecnológica no mundo, ao Brasil. A universidade
participará de pesquisas na cidade de São José dos Campos em parceria com o
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e instalará um centro independente
em Campinas. Ao contrário do que muitos pensaram, o MIT não abrirá uma
filial, e sim tornará mais profunda a sua cooperação com as instituições de
ensino e com o próprio governo brasileiro.
A universidade norte-americana enviará parte dos seus
professores para aulas especiais em cursos daqui e concederá mais vagas aos
estudantes brasileiros que desejam cumprir uma parte da sua formação nos
Estados Unidos. Como parte da iniciativa, o MIT firmou um contrato
com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para
a distribuição de até R$ 2 milhões em bolsas para doutorados-sanduíche (uma
parte aqui e outra lá) ou pós-doutorados que focam em áreas prioritárias, como
biotecnologia, computação e estudos com novos materiais.
Além disso, a instituição também trabalhará em conjunto com
o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) na instalação de uma rede
de centros de inovação no país, em um plano ainda por ser detalhado.
Para entender melhor como funcionará a chegada do MIT ao Brasil e o
acordo com centros de pesquisa brasileiros, o Olhar
Digital conversou com o reitor do Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA), Carlos Américo Pacheco (foto), e descobriu que a parceria
focará em "projetos de longo prazo e longo alcance, com impacto
mundial". Confira o papo completo abaixo:
No que consistirá a parceria
entre o MIT e o ITA e quando ela começará?
A parceria começará em 2013. Até o fim de outubro, já
teremos recebido a proposta técnica do MIT para a cooperação
e no fim do ano definiremos um cronograma. Trata-se de um projeto de longo
prazo, no qual pretendemos trabalhar nos próximos cinco anos. No momento,
estamos na fase zero, ainda definindo as pesquisas prioritárias para as duas
instituições e as parcerias que nos ajudarão a realizá-las. O acordo firmado
entre o ITA e o MIT
envolve o intercâmbio acadêmico de estudantes, professores visitantes e a
definição de linhas de pesquisa conjuntas.
O MIT
é provavelmente o principal órgão acadêmico de pesquisa tecnológica do mundo. A
instituição pode trazer uma nova metodologia para o ensino superior brasileiro?
Acredito que sim, mas a parceria não consistirá apenas na
importação de conceitos do MIT
e sim de um intercâmbio com o nosso sistema, reconhecidamente um dos melhores
do país. Com o MIT, queremos trabalhar na renovação e na reestruturação da
forma como ensinamos engenharia no Brasil, principalmente aqui em São José dos
Campos. Eles nos ajudarão a formar melhores engenheiros. Pretendemos atualizar
o nosso currículo adotando algumas táticas comuns do MIT: foco maior na solução
de problemas, trabalho em equipe e estimulo à inovação.
Quais são as áreas
prioritárias para a pesquisa conjunta?
Queremos focar em áreas que sejam realmente transformadoras, que possam trazer
grandes inovações tecnológicas para o contexto brasileiro e mundial. Ainda não
definimos ao certo quais as áreas prioritárias, mas estamos estudando cerca de
30 temas diferentes. Alguns setores – novos materiais, software e tecnologias
aeronáuticas, por exemplo – certamente estarão presentes, mas o resto vai
depender dos nossos interesses, dos interesses do MIT e do impacto e
relevância dos estudos.
Qual a sua opinião sobres os
incentivos recentemente anunciados pelo governo federal para a área de
tecnologia?
Acho muito positivo. Estamos começando a ver uma maior convergência entre os
interesses do setor público e privado, o que é muito positivo. No momento temos
um problema no Brasil, que é manter o nível da atividade econômica e evitar que
a crise internacional tenha um maior impacto por aqui, por isso estamos tendo
dificuldade de investir em projetos de longo prazo. Temos que pensar não apenas
em crescer, mas como vamos crescer. Que vamos crescer é certo, basta pensar no
pré-sal ou mesmo no aumento do consumo doméstico para notar que temos
estimativas bem razoáveis se comparadas com o resto do mundo. No entanto,
precisamos investir mais para criarmos uma produtividade maior, principalmente
nas áreas estratégicas de inovação e tecnologia. Podemos gerar melhores
oportunidades de emprego, agregar valora o que já fazemos e crescer com mais
direcionamento.
Fonte: Site Olhar Digital - http://olhardigital.uol.com.br/
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