Workshop Discute Riscos de Eventos Climáticos Extremos
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (17/08) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que workshop
discutiu dia 16/08 na cidade de São Paulo os riscos de Eventos Climáticos Extremos.
Duda Falcão
Workshop Discute Riscos de
Eventos Climáticos Extremos
Sexta-feira, 17 de Agosto de 2012
Com informações da FAPESP
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) promoveram
workshop para debater resultados do Relatório Especial sobre Gestão dos
Riscos de Eventos Climáticos e Desastres (SREX, na sigla em inglês), elaborado
e recentemente publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC). Realizado na cidade de São Paulo, o evento reuniu nesta
quinta-feira (16/8) cientistas, gestores e representantes de organizações da
sociedade civil cujas políticas ou programas possam ser afetados por eventos
climáticos extremos.
Segundo o relatório, em função das mudanças climáticas
globais, eventos extremos como ondas de calor, recordes de temperaturas e
fortes chuvas, que ocorriam em intervalos de 20 anos, devem acontecer com maior
frequência, intensidade e duração do que há cinco décadas. Porém, o que irá
determinar o risco de desastres, que acarretam a perda de vidas humanas e
prejuízos econômicos, como os causados por deslizamentos de terra desencadeados
pelas fortes chuvas que assolaram o Rio de Janeiro no início de 2011, será o
nível de vulnerabilidade e de exposição das populações a esses eventos
climáticos extremos.
O workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres
na América Central e na América do Sul – O que
podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre extremos?” prossegue
nesta sexta-feira (17) com a formação de grupos de trabalho para discussão de
propostas de ação em nível regional, nacional e comunitário. O evento é
realizado em parceria com o IPCC, o Overseas Development Institute (ODI) e a
Climate and Development Knowledge Development (CKDN), ambos do Reino Unido, com
o apoio da Agência de Clima e Poluição e do Ministério de Relações Exteriores
da Noruega.
Políticas Públicas
O SREX foi preparado
durante dois anos por 220 autores de 62 países, envolvendo os grupos de
trabalho 1 e 2 do IPCC. O documento destaca que os impactos dos eventos
climáticos extremos dependem não só da natureza, mas especialmente da
vulnerabilidade e condições das pessoas nos locais afetados. Uma das principais
ações destacadas no relatório para diminuir os riscos de eventos climáticos é
reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, que são a principal causa das
mudanças climáticas. Já para reduzir o nível de exposição das populações aos
eventos climáticos extremos, os cientistas afirmam que é preciso aprimorar os
sistemas de alertas e, em alguns casos, realocar as pessoas.
Assim, para atenuar a vulnerabilidade humana aos riscos
de desastres causados pelas mudanças do clima, o documento indica que é preciso
implementar políticas de diminuição de pobreza e melhorar o nível educacional
das populações para aumentar o grau de conscientização das pessoas sobre os
riscos dos eventos climáticos extremos. De acordo com dados do relatório, 95%
dos desastres causados por eventos climáticos extremos no período de 1970 a
2008 ocorreram em países em desenvolvimento e apenas 5% em países
desenvolvidos.
Uma das deficiências identificadas pelos cientistas na
elaboração do relatório foi a necessidade de realização de mais pesquisas sobre
extremos climáticos relacionados às regiões do Brasil. “Detectamos uma ausência
de estudos, publicados em revistas indexadas, sobre extremos climáticos nas
regiões do Brasil”, disse José Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do
Sistema Terrestre do INPE e membro do comitê organizador do evento. “Só agora a
Amazônia começou a aparecer nos estudos sobre os extremos climáticos, e ainda
há poucos artigos científicos sobre outras regiões do país como o Nordeste”.
As análises sobre o Nordeste no relatório foram baseadas
em artigos publicados em revistas científicas brasileiras da área, como a Revista Brasileira de Meteorologia
e a Revista Brasileira de Agrometeorologia,
que estão indexadas no SciELO (Bireme/FAPESP), o que representou uma conquista
dos cientistas brasileiros no IPCC. “Conseguimos, pela primeira vez, fazer
referências de artigos publicados em revistas científicas brasileiras, que são
indexadas e têm um comitê de revisores, em um relatório do IPCC”, disse
Marengo. “Isso representou a quebra de um tabu do IPCC, que só fazia referência
a artigos científicos publicadas em revistas em inglês. Mas é preciso
desenvolver mais estudos sobre eventos climáticos extremos em regiões
brasileiras”.
Outra área carente de pesquisas que os autores do
relatório identificaram foi sobre estudos sobre os aspectos socioeconômicos dos
impactos das mudanças climáticas. “Há muitos dados sobre a base física das
mudanças climáticas, mas estão faltando mais estudos socioeconômicos em nível
global”, disse Vicente Barros, pesquisador do Centro de Investigacíon del Mar y
la Atmósfera (Cima) da Universidad de Buenos Aires, na Argentina, e
co-presidente do Grupo de Trabalho II do SREX.
Um dos pontos mais importantes do SREX, que é o mais novo
relatório do IPCC, é que ele fornece informações mais atualizadas e analisa a
questão dos extremos climáticos com maior nível de detalhe. Entretanto, ainda
apresenta limitações em termos de cobertura de dados e sobre os modelos
utilizados para prever as mudanças climáticas globais, que devem ser mais
clarificados no quinto relatório do IPCC, que está previsto para ser publicado
em 2013. “Muitas das informações publicadas no SREX serão atualizadas no quinto
relatório do IPCC, por meio do qual esperamos ter uma melhor compreensão dos
eventos climáticos extremos”, conclui Marengo.
Fonte:
Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Ate quando as pessoas vao continuar acreditando nessa farsa do aquecimento global causado pelo homem!
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