Mesmo Criticado Tarso Genro Ass. Conv. Com a Elbit Systems
Olá leitor!
Segue abaixo mais um artigo este postado ontem (29/04) no
site gaúcho “Opera Mundi” destacando que apesar das críticas, o Governador do
Rio Grande do Sul, Tarso Genro, assinou ontem em Telavive convênio com a Elbit Systems.
Duda Falcão
ORIENTE MÉDIO
Apesar de Críticas, Tarso Genro Assina
Convênio com Empresa Militar Israelense
Implantação de polo aeroespacial no Rio Grande
do Sul é justificativa para acordo polêmico
Breno Altman
Enviado
especial a Telavive
29/04/2013 -
16h36
À frente de uma delegação de autoridades regionais e
empresários, o governador gaúcho chegou ao Oriente Médio para uma inédita
rodada de negócios junto à Autoridade Palestina e a Israel. Trouxe na sua
pasta, ao desembarcar na capital israelense dia 26 de abril, alguns projetos de
impacto.
Mikhail Frunze/Opera Mundi
A
primeira etapa do périplo de Tarso Genro e convidados foi em Ramalah. Assinou
convênios para importar tecnologia palestina em cultivo de oliveiras e
agricultura familiar. Ofereceu, em contrapartida, assistência para
microcrédito, saúde da família e desenvolvimento de projetos agroindustriais.
A
atividade mais esperada de sua primeira agenda, contudo, foi a doação de 11,5
mil toneladas de arroz para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados Palestinos (UNRWA), compradas pelo governo federal junto aos
estoques reguladores pertencente ao Rio Grande do Sul e que serão entregues ao
longo dos próximos doze meses.
Mas
foi o programa do outro lado da chamada Linha Verde que provocou rebuliço entre
palestinos e israelenses críticos ao governo de Tel Aviv. Na tarde desta
segunda-feira, dia 29 de abril, o chefe do Palácio Piratini assinou protocolo
com a Elbit, companhia militar de Israel, para parceria no polo aeroespacial
gaúcho. O empreendimento deverá ser a segunda base nacional para lançamento de
satélites.
Várias
entidades (entre as quais, Stop the wall e Coalition of Women for Peace)
entregaram uma carta ao governador reclamando da iniciativa, que também
constrangeu lideranças da AP. A Elbit, afinal, é denunciada por sua colaboração
na construção do muro que segrega os territórios palestinos, além de fornecer
equipamentos de segurança para colônias judaicas consideradas ilegais pelas
Nações Unidas. Principal corporação bélica israelense, há estimativas de que
fature dois milhões de dólares ao dia com os contratos que detêm nessas
atividades.
A
gravidade das denúncias contra essa companhia já provocou reação de países
europeus, incomodados com o desrespeito às resoluções internacionais. O governo
norueguês, por exemplo, obrigou seus fundos públicos a venderem todas as ações
da Elbit que tinham em carteira. Processos semelhantes estão em curso na
Alemanha e na Holanda. A propósito, os três exemplos são de administrações
controladas por partidos de direita.
O
governador Tarso Genro, em entrevista exclusiva a Opera
Mundi, momentos depois de colocar sua assinatura no criticado
compromisso com a empresa, refutou as restrições apresentadas. “Se isso é um
problema, não é do Rio Grande, mas do governo brasileiro”, afirmou. “A
colaboração na área de defesa é uma pauta nacional.”
A
Elbit, segundo informou, já é sócia da Embraer em uma empresa de capital misto,
que está renovando tecnologia dos aviões Bandeirantes, utilizados pela Força
Aérea Brasileira. “Nosso estado tem o dever de estabelecer relações com
quaisquer empresas em função de seu projeto regional de desenvolvimento”,
justifica.
Tampouco
hesita quando confrontado pelo registro de que a Elbit está envolvida com
iniciativas consideradas ilegais pela comunidade internacional. “Os Estados
Unidos também violaram resoluções da ONU, na guerra do Iraque. Nem por isso as
empresas norte-americanas envolvidas nessa ação deixaram de ser parceiras”,
defende-se. “Não é possível fazer opções tecnológicas, nacionais ou regionais,
com base nesse critério.”
Mas
não haveria uma questão ética envolvida nessa polêmica? Não seria uma
contradição condenar a política expansionista de Israel e abrir espaço para a
maior corporação privada envolvida na ocupação ilegal dos territórios
palestinos? “A ética nas relações comerciais mundiais é definida a partir do
interesse nacional”, refuta Genro. “Se esse raciocínio valesse, o Brasil não
deveria se relacionar com qualquer empresa ou banco do mundo capitalista, pois
todas essas companhias estão alinhadas aos interesses tanto econômicos quanto
militares de seus países.”
As
reclamações talvez subam de tom nos próximos dias, inclusive dentro do Brasil,
onde a repercussão é polêmica. A combinação entre arroz e Elbit parece ser
indigesta entre os que discordam do estrangulamento da autonomia palestina. Ainda
mais por estar envolvido o patrono do Fórum Social Mundial, considerado por
muitos um tradicional defensor da causa do povo de Arafat.
Fonte: Site Opera Mundi - http://operamundi.uol.com.br/
Comentário: Veja você leitor que como eu disse em meu comentário
na matéria anterior (veja aqui), tem coisa nessa história. Aliás, tudo que
envolve o nome da AEL Sistemas no Brasil me causa calafrios. Essa matéria é da
imprensa gaúcha que coloca sob suspeita toda essa negociação e o que me causa
ainda mais calafrios é saber que a AEL Sistemas esta ciscando em torno do
CEITEC. Vem bomba por ai e o Brasil vai pagar um alto preço por isso. Gostaríamos de agradecer ao leitor José Ildefonso pelo envio dessa notícia.
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