SBPC - Nota de Esclarecimento S/a Reunião em Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota de esclarecimento publicada ontem
(22/04) no site do “Jornal da Ciência” da SPBC sobre o posicionamento da SBPC na
Reunião Especial de Alcântara.
Duda Falcão
Notícias
SBPC Divulga Nota de Esclarecimento Sobre Seu
Posicionamento na Reunião Especial de Alcântara
22/04/2013
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
é uma entidade civil, sem fins lucrativos nem cor político-partidária e
religiosa, voltada para a defesa do avanço científico e tecnológico, e do
desenvolvimento social, educacional e cultural do Brasil.
Desde sua fundação, em 1948, a SBPC exerce um papel
importante na expansão e no aperfeiçoamento do sistema nacional de ciência e
tecnologia, bem como na difusão e popularização da ciência no País. Nesse
trabalho, dialoga e interage com as mais diversas instituições, pessoas e,
inclusive, órgãos de governo que estejam empenhados em defesa da ciência e da
educação. Não será diferente na Reunião Especial de Alcântara.
A SBPC em suas ações e manifestações defende com rigor os
direitos humanos, territoriais e o respeito pela diversidade cultural.
Na questão de Alcântara existe uma disputa territorial
que contrapõe, por um lado, os interesses do Estado, incluindo o Programa
Espacial Brasileiro, e por outro, as comunidades que integram o território étnico
de Alcântara.
O laudo antropológico e demais peças técnicas que compõem
o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) produzido pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) identificou o
território e as comunidades quilombolas nele presentes.
A SBPC reafirma defender os direitos territoriais das
comunidades tradicionais constituídas, nacionalmente, por indígenas,
quilombolas, pescadores, extrativistas, artesãos e pequenos agricultores.
A SBPC reconhece que, no caso de Alcântara, estão em jogo
diferentes situações sociológicas: terras de parentes, terras de santo, terras
de índio, terras de santíssimo, terras de sentenciados, terras de família,
terras de caboclo e terras da pobreza, originando territorialidades específicas
no interior e na faixa litorânea do município.
A SBPC defende, sobretudo, que não haja mais
deslocamentos compulsórios de populações, para que não se repita a tragédia
social provocada nos anos 1980 com o reassentamento nas agrovilas e que o
território quilombola, tal como delineado no RTID do INCRA, seja titulado.
Sempre pronta para atuar na defesa do cidadão e seus
direitos a SBPC se coloca à inteira disposição para esclarecimentos adicionais.
Atenciosamente
HELENA B. NADER
Presidente da SBPC
Fonte: Jornal da Ciência de 22/04/2013
Comentário: Parabéns a SBPC e a sua presidente Helena
Nader pela iniciativa dessa Reunião Especial, e pela postura adotada que condiz
com a situação de momento na região que é gravíssima em todos os aspectos, e
como tal agora tem que ser enfrentada com bom senso, mas repito que quem deveria
estar fazendo isso era o Governo, até poderia ser com o apoio e orientação de
entidades como a SBPC, mas o governo, seus órgãos, os políticos da região, a Aeronáutica
da época deveriam desde o inicio da implantação da base terem não só cumprido
com o que foi acordado, mas também e principalmente cumprir com as obrigações que
lhe cabem como governo, coisa que em momento algum ocorreu. Mais uma vez
parabéns a SBPC e a sua presidente, essa sim uma mulher de visão e de
responsabilidade. Helena Nader para presidente, rsrsrsrs.
Aqui por outro lado, eu e o Duda discordamos...
ResponderExcluirVejam, eu não duvido da seriedade nem da instituição SBPC nem da sua atual presidente, a Sra. Helena Nader. Mas lendo o teor da nota, para mim fica clara a posição da entidade.
Não vou discutir aqui, se esta posição está certa ou errada, mas exemplos inúmeros (inclusive o recente caso do antigo prédio do Museu do Índio no Rio de Janeiro), de que pessoas e/ou entidades, com fins escusos, fazem uso de "inocentes úteis" para as suas reais causas.
Ora, mais uma vez, por conta de como as coisas estão estruturadas e são conduzidas no Brasil, chegamos a essa situação ridícula. À Aeronáutica, na época, foi dada a missão de escolher o melhor local por critérios técnicos e estabelecer um centro de lançamento de grande porte capaz de dar suporte às pretensões espaciais que o Brasil tinha na época. Isso porque o centro então existente, o CLBI, já estava cercado pela ganancia imobiliária, e em breve iria se tornar inviável, como de fato aconteceu.
Assim foi feito e o CLA foi criado, com pompa e circunstância, e o apoio irrestrito daquele senhor que cultiva marimbondos em chamas, que era ou é o caudilho do lugarejo.
Logo que teve início o imbróglio com as supostas "comunidades", a Aeronáutica, que por definição não tem nada a ver (digo diretamente) com a área social, teve que começar a prestar esse tipo de assistência, e ai começaram as "promessas", e ai também a verba do PEB, começou a ser subdividida em ações sociais que nada tem a ver com foguetes e satélites e nem atendia as necessidades reais das tais comunidades. De fato, o correto já naquela época, seria essa questão ser tratada por um outro ministério.
Mas tudo isso, no meu modesto ponto de vista, é "chorar sobre leite derramado". o fato é que: por um motivo ou por outro, e com o apoio recente dessa e outras instituições, nem todas idôneas. Os nossos dois centros de lançamento estão se tornando inviáveis. O CLBI já está, e o CLA, caminha a passos largos e a meu ver irreversíveis para também ficar inviável.
Então, caros amigos, vamos ser realistas. Vamos ter, mais uma vez, que jogar todo o nosso dinheiro investido lá, no lixo, e partir para uma outra alternativa. Como também já disse antes, acredito firmemente que a estratégia mais correta para evitar mais desperdícios no futuro, é partir para uma plataforma de lançamento marítima (tipo a Sea Launch), e mesmo assim ainda podem ocorrer surpresas.
De qualquer forma está claro (para mim), que o lado de tentar fazer desses menos de 10% do que restou do CLA original minimamente viável, fica cada vez mais enfraquecido, e a essa altura, eu questiono muito se ainda vale a pena tentar.
É isso.