Descoberto Intenso Brilho Infravermelho em Explosão Solar
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo postado hoje (25/04) no site da “Agência
FAPESP” destacando que Projeto de pesquisadores brasileiros descobre intenso
brilho infravermelho em Explosão Solar.
Duda Falcão
Especiais
Descoberto Intenso Brilho
Infravermelho em Explosão Solar
Por José Tadeu Arantes
25/04/2012
Agência
FAPESP – Um
intenso clarão solar foi detectado, pela primeira vez, na faixa de frequências
do infravermelho médio e distante. A descoberta foi noticiada pela edição
on-line do Astrophysical Journal de 24 de abril de 2013, com a versão
impressa programada para 10 de maio.
O fenômeno,
ocorrido na frequência de 30 tera-hertz (30 trilhões de Hertz ou 30x1012
Hz), na banda do espectro eletromagnético situada entre o rádio e a luz
visível, foi detectado por um novo sistema em operação no observatório de El
Leoncito, nos Andes Argentinos, no dia 13 de março de 2012. Foi mantido em
sigilo até a divulgação em primeira mão pelo prestigioso periódico científico.
A pesquisa
faz parte do Projeto Temático “Emissões da atividade solar do submilimétrico ao infravermelho (SIRA)”,
apoiado pela FAPESP e liderado pelo Centro de Radioastronomia e Astrofísica
Mackenzie (CRAAM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com colaborações do
Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), do Complejo Astronomico El Leoncito, da Argentina, e do Observatório
Solar Bernard Lyot, de Campinas.
“A faixa de
frequências do tera-hertz é a derradeira fronteira inexplorada no estudo de
explosões solares. E esta descoberta, absolutamente inesperada e surpreendente,
poderá inaugurar uma nova fase nas pesquisas do sol”, disse o coordenador do
projeto, Pierre Kaufmann, do CRAAM, à Agência FAPESP.
Kaufmann tem
se dedicado intensamente ao estudo das emissões solares em tera-hertz,
particularmente com o experimento Solar-T, por ele liderado e também apoiado
pela FAPESP no âmbito do mesmo Projeto Temático. Mas, enquanto o equipamento do
Solar-T, que será enviado em voos de longa duração a bordo de balões
estratosféricos, destina-se a observar explosões solares em 3 THz e 7 THz, o
clarão agora noticiado ocorreu em frequência 10 vezes maior, em uma “janela”
com pouca absorção, e, por isso, pode ser observado desde o solo, em El
Leoncito, apesar da espessa barreira que a atmosfera terrestre interpõe à
radiação tera-hertz.
“O intenso
brilho detectado em infravermelho apresentou notável coincidência, no espaço e
no tempo, com outras emissões, observadas, no solo ou por satélites, em rádio,
luz branca, ultravioleta e raios X duros”, informou Kaufmann. A conclusão é que
todas essas radiações foram provocadas por um mesmo fenômeno, altamente
energético.
“Nossa
principal hipótese é que essas emissões resultem da aceleração de partículas a
elevadas energias no campos magnéticos das manchas solares. Mas, além do
mecanismo de aceleração das partículas ser ainda ignorado, também não sabemos
em que região do sol ele ocorre, se na superfície ou na atmosfera solar”,
disse.
Manchas Solares
Grosso modo,
os modelos atuais acerca da estrutura do sol reconhecem quatro grandes regiões:
o núcleo, onde ocorrem as reações termonucleares responsáveis pela energia
solar; a zona convectiva, palco dos gigantescos movimentos de convecção que
transportam a energia do núcleo à superfície; a superfície ou fotosfera; e a
atmosfera, constituída por uma fina camada de transição, denominada de
cromosfera, e pela coroa, que se estende pelo espaço. A atmosfera é composta
por plasmas, gases ionizados muito quentes, permeados por campos magnéticos
originados nas manchas solares.
As explosões
que ocorrem nestas estruturas de plasma magnetizado são, supostamente,
fenômenos originados na superfície ou acima dela, na cromosfera e coroa. Mas a
causa dessas explosões ainda é desconhecida e sua interpretação constitui um
dos grandes desafios da física contemporânea.
“Muito
embora sejam bem descritas e explicadas as diversas e espetaculares
manifestações das explosões, com emissões que vão do rádio aos raios gama, os
processos físicos que as originam permanecem misteriosos”, comentou Kaufmann.
O Projeto
Temático por ele coordenado, que, além do apoio da FAPESP, recebe subsídios
complementares do CNPq, do Mackpesquisa, do Conicet da Argentina, do
Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos Estados Unidos e da Nasa, tem
exatamente por objetivo entender esses processos explosivos. E a descoberta
agora revelada pode representar um passo importantíssimo nesse sentido, pois
abre uma nova “janela”, em torno dos 30 THZ, para obtenção de dados sem
precedentes.
O artigo A
bright impulsive solar burst detected at 30 THz
(doi:10.1088/0004-637X/768/2/134) pode ser lido em http://iopscience.iop.org/0004-637X/768/2/134.
Fonte: Site da Agência FAPESP
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