LAAD 2013: O Satélite SGDC
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (17/04) no blog
“Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski, destacando
notícias que surgiram sobre esse novelesco projeto do Satélite SGDC durante a realização da "LAAD
Defence & Security 2013".
Duda Falcão
LAAD 2013: O SGDC
André Mileski
17/04/2013
No setor espacial, embora não tenha
sido único, o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações
Estratégicas (SGDC), tocado pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture
entre a Embraer e a estatal Telebrás, foi o grande destaque na LAAD Defence
& Security 2013.
As Propostas
No último dia 8, oito propostas foram
entregues à Visiona. Apresentaram suas ofertas as europeias Astrium e Thales
Alenia Space, as norte-americanas Boeing e Space Systems Loral, a japonesa
Mitsubishi Electric, a Israel Aerospace Industries (IAI), e a russa ISS
Reshetnev. As propostas da IAI e Reshetnev tem como parceira a canadense MDA,
que seria responsável pelo fornecimento das cargas úteis das bandas Ka e X. É
curioso observar o fato de que a MDA é controladora da Loral, adquirida em
2012.
"Short List" e Definição
A expectativa é que a Visiona anuncie
uma lista reduzida com três propostas (conhecida pelo termo em inglês
"short list") em maio. A decisão do fabricante é aguardada para
junho, com a assinatura do contrato nos meses seguintes.
Encontros
A LAAD 2013 foi o ambiente propício
para encontros entre os interessados no SGDC. Executivos sêniores dos
principais fabricantes, como Astrium, Thales Alenia Space e Boeing, além de
Nelson Salgado, presidente da Visiona, estiveram circulando na feira e se
reunindo com parceiros e governo. José Raimundo Coelho, presidente da Agência
Espacial Brasileira (AEB) e Petrônio Noronha, diretor de Política Espacial e
Investimentos Estratégicos da AEB também compareceram ao evento, com agendas
cheias.
Movimentação Israelense
Chama atenção o grande interesse da
estatal IAI em participar dos projetos espaciais brasileiros. O grupo, que atua
nos setores aeroespacial e de defesa, tem em seu portfólio de produtos
espaciais soluções em lançadores (Shavit, de pequeno porte) e satélites de
comunicações e imageamento, tanto ótico como radar. Em entrevista dada a uma
publicação especializada, um representante da IAI no Brasil destacou o
interesse do grupo no País em satélites geoestacionários e de monitoramento
ambiental. Na semana passada, a IAI anunciou a aquisição de participação na
IACIT, empresa de São José dos Campos especializada na área de radares e
sistemas eletrônicos. Há meses, o blog Panorama Espacial também tem ouvido
rumores sobre discussões para parcerias e/ou iniciativas conjuntas entre a IAI
e a Opto Eletrônica, de São Carlos (SP). A IAI e seus interesses espaciais na
América do Sul será objeto em breve de uma postagem com análise específica.
Escolha Comercial Versus Escolha Estratégica
A pergunta que todos se fazem é sobre
os critérios que pautarão a decisão do SGDC, e qual é a extensão do mandato
dado pelo governo à Visiona. Será meramente uma escolha comercial, em que o
preço é item crítico, ou a Visiona e o governo também levarão em consideração
compromissos e ações voltadas a transferência de tecnologia e contrapartidas,
entre outros?
Fonte: Blog “Panorama Espacial“ – André Mileski
Comentário: Quanto ao SGDC não tenho nada a dizer, pois
para mim é um projeto que pouco acrescenta ao país tecnologicamente, isto é, se
vier acrescentar alguma coisa. Entretanto a nota do Mileski traz algo que é
realmente preocupante, para não dizer terrível. Refiro-me a movimentação da
empresa israelense IAI em todo da empresa brasileira Opto
Eletrônica, empresa altamente estratégica envolvida com vários projetos do nosso
Programa Espacial. Diante dessa casa de Mãe Joana que é o Brasil, não duvido
nada caro leitor de que essa importante empresa para o país seja a próxima a ser
vendida, constituído assim uma vez mais um crime contra o patrimônio científico
e tecnológico do povo brasileiro. Porém, diante desse governo de m.... que
temos, não seria nada de se estranhar que algo assim venha ocorrer novamente. Sinceramente espero e torço para estar errado.
Relativamente ao SGDC, esperemos a "short list", que algo me fez lembrar sobre o processo FX-2 que dura até hoje. Pode ser que esse projeto de satélite saia mais rápido, mas dúvido que antes da Copa de 2014, como tanto queria o governo.
ResponderExcluirRelativamente a IAI, israelense, nada aponta na notícia que tenham interesses de compra, mas somente de colaboração (o que mesmo assim nos deixa apreensivos). Os israelenses são outros que gostariam de usar nossa base de lançamentos, pelo simples fato de que lá em Israel, ao contrários de outros países, o lançamento do foguete não aproveita o impulso do movimento da Terra porque tem que ser lançado para o outro lado (em direção do Mar Mediterraneo), por causa das possíveis hostilidades com os vizinhos árabes.
Os israelenses têm grandes universidades de tecnologia em Israel, e dedicam boa parte do PIB no desenvolvimento de novas tecnologias. Boa parte delas é usada na construção de armas, no entanto muito provavelmente nossos celulares ou computadores portateis têm uma peça oriunda de pesquisas israelenses. Estamos assistindo muitos países desenvolvidos querendo se assentar aqui por causa do vasto mercado e da boa maré económica, mas espero que isso não seja impecilho para que empresas brasileiras se propaguem no país (como tem acontecido na área automobilistica, onde os gigantes tapam totalmente o sol dos novos empreendedores).
Duda nem me fale uma coisa dessas.
ResponderExcluirOlá Digotorpedo!
ExcluirEssa é a nossa função, alertar e nesse caso a possibilidade é bem real.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
"ENTRE A ESPADA DE DOIS GUMES"
ResponderExcluirNesse contexto, existem interesses muito mais econômico do que patriótico, existe o risco sim! da perda gradual da OPTO e tantas outras empresas do setor aeroespacial, talentos humanos são outros objetivos dos grande centros, em drenar pesquisadores para outros institutos. Existem perdas tanto da oferta quanto da demanda causadas pelo hiperativismo da política não responsável e, pelo aumento da interferência estatal. "
Diferente do autor do artigo, eu acredito que a decisão não vai ser nem comercial nem estratégica. Na verdade é muito mais provável que a decisão seja "política".
ResponderExcluirE os motivos, são muito simples: primeiro esse "governo" não tem a menor ideia do que seja estratégia e segundo, nem os interesses comerciais (em geral suspeitos), prevalecem nessas ocasiões.
Lembram quando o nosso ex-presidente piadista, anunciou que o programa FX-2 seria fechado com a França? Os coitados da Aeronáutica ficaram atônitos. E esse aliás foi mais um motivo para paralisar todo o processo do FX-2, pois afinal as pessoas com um mínimo de bom censo, precisaram "limpar" a CAGADA feita, e tentar dar um mínimo de conotação séria para o assunto.
Talvez isso só esteja melhor situado daqui a uns dois ou três mandatos. O estrago foi grande...
Att.
Espero que não levem também a OPTSENSYS, que é o nosso carro chefe de inercial, tanto na área militar como na industrial.
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