Investimento Ainda é Pequeno

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (26/09) pelo site do jornal “O VALE” destacando que o investimento no Programa Espacial Brasileiro é ainda pequeno.

Duda Falcão

Região

Investimento Ainda é Pequeno

Orçamento está praticamente congelado há dois anos,
o que inviabiliza novos investimentos

Chico Pereira
São José dos Campos
26 de setembro de 2010 - 06:06

O Brasil, pelo seu imenso território e riquezas, não pode abrir mão da tecnologia espacial como ferramenta essencial para monitorar o país.

Entretanto, especialistas e dirigentes vinculados às atividades espaciais brasileiras defendem que o Programa Espacial precisa ser revisado para melhor atender as necessidades atuais do país.

O presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), Carlos Ganem, afirma que está em curso o processo de revisão do PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), para ajustá-lo à realidade do país.

Contudo, Ganem defende a tese de que, na prática, o Brasil ainda não trata o programa espacial como estratégico.

“Os organismos que tratam da questão precisam ter mais autonomia de gerenciamento”, avalia o executivo.

Para ele, os recursos aplicados pelo governo em projetos espaciais são poucos, se comparados com o que ocorrem em outros países como China e Índia, que investem pesadamente em seus programas.

“O orçamento da AEB é praticamente o mesmo desde 2009. Precisamos de pelo menos duas vezes mais recursos”, afirmou o presidente.

A verba orçamentária da AEB para este ano está estimada em R$ 293 milhões.

Gestão - Gilberto Câmara, diretor do INPE, avalia que o principal desafio do próximo governo será reformular o modelo de gestão do programa.

“O modelo de gestão que temos é antigo. Temos um órgão de controle sediado em Brasília, distante dos executores do programa que estão em São José dos Campos. O Brasil amadureceu, mas o modelo de gestão do programa espacial continua no passado”, destacou o diretor do INPE.

Câmara avalia que o Programa Espacial precisa de uma grande reforma em seu projeto e modelo para se adequar ao Brasil do século 21.

Desafios - Para José Leonardo Ferreira, doutor em ciências espaciais e professor da UnB (Universidade de Brasília), o programa espacial precisa de novos desafios.

“De fato, o programa precisa dar respostas à sociedade. Novos desafios ajudariam a alavancar mais o programa”, afirmou Ferreira.

Para ele, apesar dos problemas, o programa tem méritos pelo que já foi executado.

“É importante frisar que é preciso incentivar a pesquisa no campo espacial, apoiar escolas técnicas e universidades, formar quadros, para que o Brasil não seja dependente de outras nações”, destacou.

Incentivo - Tramita no Congresso Nacional projeto de lei que cria incentivos para a indústria espacial.

Proposto pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, o projeto institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Espacial.

A proposta tramita na Câmara dos Deputados, que ainda está coletando subsídios técnicos sobre a proposta.


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 26/09/2010

Comentário: As colocações das pessoas citadas nessa matéria não são novas e já bastantes conhecidas por aqueles que acompanham de perto o programa espacial. No entanto, é realmente surpreendente a declaração do presidente da AEB, Carlos Ganem, de que o Brasil ainda não trata o programa espacial como estratégico, pena que a mesma só foi feita ha dias da eleição. A verdade é que o governo LULA jamais olhou para o PEB como um programa estratégico, apesar de vendê-lo para sociedade como tal. A questão orçamentária do programa realmente é um problema que precisa se equacionado, no entanto, antes disso é necessário mudar o modelo de gestão do programa como citado pelo diretor do INPE , Gilberto Câmara, ou seja, arrumar a casa. Caso contrário continuarão acontecendo decisões de cunho político como a que criou a mal engenhada ACS e tantas outras decisões equivocadas tomadas antes e durante o governo LULA.

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