ACS Descreve Lançamento da Pedra Fundamental
Olá leitor!
Segue abaixo um relato postado hoje (23/09) no site da Alcântara Cyclone Space (ACS), descrevendo o lançamento da “Pedra Fundamental” das obras de construção do sítio de lançamento do foguete russo/ucraniano Cyclone-4, evento esse ocorrido na manhã de 09 de setembro do corrente ano.
Duda Falcão
ACS lança Pedra Fundamental em Alcântara
23/09/2010
A Binacional brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space lançou, na manhã de 9 de setembro, as obras de construção do seu sítio de lançamento. Instalado onde futuramente será a entrada da ACS, o monumento foi inaugurado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelos diretores gerais da ACS, Roberto Amaral e Oleksandr Serdyuk.
Dentro da chamada Pedra Fundamental, Amaral e Serdyuk guardaram documentos importantes, que ficarão eternizados sob a placa de inauguração das obras. São os casos das licenças que permitiram à Binacional dar início às obras de seu sítio de lançamento e a publicação no Diário Oficial da União do Estatuto da ACS e do Tratado entre Brasil e Ucrânia.
Dentro da chamada Pedra Fundamental, Amaral e Serdyuk guardaram documentos importantes, que ficarão eternizados sob a placa de inauguração das obras. São os casos das licenças que permitiram à Binacional dar início às obras de seu sítio de lançamento e a publicação no Diário Oficial da União do Estatuto da ACS e do Tratado entre Brasil e Ucrânia.
Casa Cheia
A cerimônia de lançamento teve início às 11h e durou cerca de uma hora. O público presente foi de aproximadamente 120 pessoas, entre elas autoridades como o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Igor Hrushkó, o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro-do-ar Ailton dos Santos Pohlmann, o comandante do Primeiro Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro Odil Martuchelli Ferreira, o comandante do Quarto Distrito Naval, Vice-almirante Rodrigo Otávio Fernandes de Honkis, o prefeito de Alcântara, Raimundo Soares, e vereadores do município. As comunidades quilombolas de Alcântara também estavam lá.
As obras do sítio de lançamento da Binacional terão início ainda em outubro de 2010. Atualmente, trabalha-se intensamente na supressão vegetal do terreno que abrigará o complexo espacial: uma área de quase 500 hectares do município alcantarense. A expectativa da Binacional é lançar o primeiro foguete Cyclone-4 em fevereiro de 2012.
Veículo Lançador
Iniciadas as obras de construção do sítio de lançamento da ACS, chega a hora de voltar as atenções para o veículo lançador Cyclone-4, cujo desenvolvimento e construção estão ocorrendo na Ucrânia. O foguete brasileiro-ucraniano, que conta, paritariamente, com capital dividido entre Brasil e Ucrânia, está em fase final de produção. Assim que ficar pronto, o foguete será propriedade da ACS, igualmente de forma paritária.
O capital social da Binacional Alcântara Cyclone Space, somadas as parcelas que devem ser integralizadas por Brasil e Ucrânia, chega a US$ 487 milhões. Isso significa dizer que cada país investirá na ACS US$ 243,5 milhões até que a Binacional inicie suas operações comerciais, em 2012.
Mercado Mundial
O mercado de transporte de satélites é segmentado por tipo de foguete, classificados pela carga que podem transportar, pelo seu alcance ou pela órbita na qual colocarão suas cargas úteis (satélites). A expectativa do mercado de satélites é que boa parte dos que hoje estão em operação na órbita terrestre sejam trocados até 2016. Isso é prova cabal de que o mercado não está estagnado.
De acordo com a estimativa da empresa Euroconsult, um dos líderes mundiais na área de consultoria da indústria espacial, o valor do mercado de lançamentos espaciais nos anos 2009 – 2018 vai atingir quase US$ 60 bilhões de dólares. O mercado é bastante variável, mas anualmente o valor beira a casa dos US$ 6 bilhões. Falando em crescimento do mercado, nos anos 1999 – 2008, o mercado de serviços de lançamentos espaciais faturou US$ 41 bilhões. Tendo isso em vista, espera-se, pois, um crescimento de quase 50%.
A Binacional ACS espera, a partir de 2016, lançar 6 foguetes Cyclone-4 anualmente a partir de seu sítio de lançamento, em Alcântara. De 2012 a 2015, a Binacional espera lançar de 1 a 4 foguetes por ano.
Porto
Atendendo a compromissos internacionais - como é o caso do Tratado entre o Brasil e a Ucrânia, o governo brasileiro deverá construir um porto em Alcântara, o qual, além de atender às necessidades do sítio de lançamento da ACS, responderá a uma velha reivindicação da população local.
O Brasil e o Estado do Maranhão serão beneficiados com a instalação da referida obra, uma vez que agilizará o transporte de cargas e pessoas de São Luís a Alcântara (em nível regional) e, também, do exterior para o Maranhão (em nível global). Ressalte-se que grandes empresas atuam no Estado do Maranhão atualmente, gerando divisas para o Brasil.
É o caso da Vale, uma das maiores empresas do mundo, e que tem nada menos do que a maior obra de portos em construção do mundo, para receber cargueiros de 500 mil toneladas.
Benefícios para o Brasil
O Projeto Cycloe-4 fará com que o Brasil entre para o rol restritíssimo de países que detêm um programa espacial completo. Isso significa dizer que não mais dependeremos de uma terceira Nação para lançar ao espaço nossos satélites - que servem, entre outras coisas, para monitorar nossas riquezas, nossas fronteiras e nosso litoral.
Com nossos próprios satélites, seremos donos de nossas próprias informações, e não meros receptores de informações sobre nosso País advindas de satélites alugados de outros países;
MA-106
As obras da MA-106 (essa estrada já existia; está sendo reformada e recapeada), indispensáveis enquanto o porto não é construído, custarão R$ 17 milhões. Vale ressaltar que essa estrada é indispensável não apenas para o Projeto Cyclone-4, mas também para a comunidade alcantarense - sobretudo as comunidades quilombolas, uma vez que a mesma faz a ligação interna entre elas. Trata-se de investimento da União no Município de Alcântara que ali permanecerá, para uso das populações.
Possuindo condições geográficas similares às do sítio de lançamento da Binacional ACS, o Centro Espacial Guianês, em Kourou, na Guiana Francesa, custou mais do que custará o sítio da ACS - e ainda há muito o que fazer ali. A respeito disso, ressalte-se que o Centro Espacial Guianês está sendo ampliado: a União Européia está construindo o sítio do lançamento do foguete russo Soyuz ali.
Os investimentos em Kourou durante os nove anos de desenvolvimento do sítio de lançamento para o veículo Ariane 5 estão na ordem de US$ 3 bilhões de dólares, o que corresponde a uma receita anual de US$ 600 milhões. Tal valor representa nada menos do que 35% do Produto Interno Bruto (PIB) da Guiana Francesa.
Fonte: Site da Alcântara Cyclone Space (ACS)
Comentário: A estrada MA-106 custará R$ 17 milhões? O que houve com os R$ 33 milhões do convênio assinado para esse fim em 13/08/2009 entre a Agência Espacial Brasileira (AEB), na pessoa do seu presidente, Carlos Ganem, e o Estado do Maranhão, na pessoa de sua governadora Roseana Sarney? (Veja a nota MCT/AEB Liberam Recursos para Obras em Alcântara). Porque essa diferença de quase 50%? A estrada encolheu de tamanho ou alguma tecnologia alienígena esta sendo utilizada permitindo assim a diminuição de custos? Pois é leitor na esfera pública desse país tudo é possível. Isto é uma vergonha.
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