Lançamento em Alcântara Poderá Provocar Chuva Ácida
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia 22/01 no site da “Central de Notícias” de São Luis do Maranhão destacando que na audiência pública para discutir o impacto ambiental do "Complexo do Foguete Cyclone-4" da ACS consultores técnicos contratados pela empresa revelaram que pode ocorrer incidência de chuva ácida no município da Baixada Ocidental maranhense.
Duda Falcão
Lançamento de Foguetes em Alcântara Pode Provocar Chuva Ácida
Central de Notícias
Henrique Bois
22/01/2010
Durante a segunda audiência pública realizada para discussão do Estudo e Relatório sobre impacto ambiental do empreendimento Complexo Terrestre do Cyclone 4 em Alcântara, desta vez em São Luís, consultores técnicos contratados pela Alcântara Cyclone Space, ACS, revelaram que pode ocorrer incidência de chuva ácida no município da Baixada Ocidental maranhense.
Presidida pela superintendência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis Naturais, IBAMA, a audiência na capital ocorreu pouco mais de 30 dias da primeira realizada em Alcântara no mês de dezembro, que depois de superar decisões contrárias da Justiça Federal, contou com cerca de 400 pessoas. Foi a maior da série.
A Alerce e Atech foram responsáveis pela elaboração do EIA-RIMA, peça fundamental para o licenciamento prévio e de instalação do empreendimento, previsto para ter início em junho deste ano. Um edital para fase técnica de elaboração de projeto está previsto para ser lançado nesta sexta-feira pela ACS.
Também foi garantido pelos técnicos que não há previsão de expansão do empreendimento que vai ocupar 450 hectares do Centro de Lançamento de Alcântara, distante 22 quilômetros de São Luís. A área, em formato de ele, corresponde a pouco mais de 15% da área do CLA.
A ACS, binacional reunindo Brasil e Ucrânia, será responsável pelo lançamento de ao menos seis foguetes Cyclone 4de fabricação ucraniana durante o ano após a entrada em operação. O empreendimento deve movimentar US$ 400 milhões entre os dois países.
A audiência, com quase cinco horas de duração, reuniu uma reduzida participação de representantes da sociedade civil de São Luís no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, no Cohafuma. No caso de não ocorrer qualquer manifestação sobre uma nova audiência dentro de 15 dias, o debate antecedeu o processo administrativo anterior ao licenciamento concedido pelo IBAMA. O órgão ambiental da União presidiu a audiência pela segunda vez.
“A audiência pública com o auditório vazio pode nos levar a perguntar se ela foi divulgada como deveria ou se não foi. O ideal é que haja divulgação para que se tenha a participação das pessoas”, disse o procurar federal Alexandre Soares, representante do ministério Público Federal na Audiência.
Na apresentação do documento foram apontados diversos programas visando abrandar os impactos ambientais e sócio-econômicos que o empreendimento causará principalmente nas três comunidades alcantarenses atingidas diretamente pelo programa: Mamuna, Baracatatiua e Brito. Juntas elas reúnem pouco mais de 300 famílias, sendo Baracatatiua a menor delas com 39, quase todas remanescentes de Quilombolas.
As compensações diante dos impactos de várias ordens são reivindicadas por moradores de quase 210 comunidades do município que desde a década de 1980 vislumbra a possibilidade de sediar efetivamente o Programa Espacial Brasileiro.
Representantes da Alcântara Cyclone Space responderam por cerca de três horas seguidas aos questionamentos dos presentes à audiência.
Para o deputado federal Ribamar Alves (PSB), presente à audiência, o município de Alcântara deverá ser ponto de convergência de um grande volume de benefícios em várias áreas em conseqüência da instalação da ACS, empresa dirigida no país pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral.
Um dos primeiro benefício está sendo aguardado com ansiedade pelos moradores de Alcântara: a pavimentação da MA-106, com 60 quilômetros de extensão, ligando o porto de Cujupe à sede do município patrimônio histórico nacional desde 1948.
“Os recursos para a construção da estrada foram empenhados pela Agência Espacial Brasileira que recebeu o aporte de R$ 30 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia em agosto do ano passado. O dinheiro foi repassado para o governo do estado que já realizou a licitação e escolheu a empresa Ducol para construir a rodovia”, contou o parlamentar Ribamar Alves.
Além da rodovia, a construção de um CEFET e a instalação de um campus avançado da Universidade Federal do Maranhão voltado para o estudo de tecnologia espacial são apontados pelo deputado Alves como conquistas já em conseqüência do ACS.
A população de Alcântara e ambientalistas reclamam, no entanto, por programas que além de preservar e amparar as comunidades diretamente impactadas contribuam para reverter os baixos índices de desenvolvimento humano do município. Em Alcântara quase 50% da população ainda não conta com energia elétrica. Esperam o programa Luz para todos chegar antes da entrada do lançamento da série de foguetes Cyclone. O empreendimento que trabalha com cifras estratosféricas deve gerar 900 empregos diretos.
Fonte: Site Central de Notícias do Maranhão - http://www.cnsaoluis.com.br
Comentário: Volto a lembrar ao leitor que o combustível que será utilizado nos motores do foguete Cyclone-4 é altamente tóxico e explosivo. Esse fato que aparentemente não está sendo levado em conta pela mídia e principalmente pela desastrosa administração da parte brasileira dessa empresa, poderá gerar no futuro problemas sérios com entidades ambientalistas brasileiras e estrangeiras como, por exemplo, o Greenpeace. Essa empresa que já nasceu de forma errada, nunca operou, é um ralo de desperdício de recursos públicos que poderiam está sendo investidos no PEB, poderá sofrer no futuro manifestações dessas organizações durante as suas operações de lançamentos, inviabilizando assim a operacionalidade da mesma. Sinceramente não acredito que essa empresa saia do papel e caso o blog esteja errado quanto a isto, a mesma só sairá por capricho político para tornar-se muito provavelmente no maior fracasso comercial da história da astronáutica. Uma pena, pois a idéia é boa, poderia realmente dar certo, mais se fosse conduzida desde seu início por gente do ramo, preparada e que entendesse desse mercado altamente competitivo e dinâmico onde não existe lugar para decisões políticas e sim de mercado.
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