IBAMA Realiza Hoje Audiência para Discutir o Cyclone-4
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia 18/01 no site da “Central de Notícias” de São Luis do Maranhão destacando que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realiza hoje (21/01) na capital maranhense uma audiência pública para discutir o impacto ambiental do "Complexo do Foguete Cyclone-4" da ACS.
Duda Falcão
IBAMA realiza Audiência Pública para Discutir
Impacto Ambiental do Complexo Cyclone 4
Central de Notícias
Henrique Bois
18/01/2010
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA, no Maranhão, realiza na próxima quinta-feira, 21, audiência pública do Estudo de Impacto Ambiental, EIA, do empreendimento complexo Terrestre Cyclone 4.
A audiência será realizada às 14 horas no auditório Terezinha Jansen, do Centro de Convenções do Estado do Maranhão governador Pedro Neiva de Santana, no bairro do Cohafuma, em São Luís. O IBAMA colocou à disposição do público do EIA e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental em São Luís, Alcântara e em Brasília.
O foguete Cyclone-4 é um veículo lançado de satélite fabricado pela Ucrânia, país do leste europeu. O lançamento do foguete será feito pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space reunindo Brasil e Ucrânia com interesses comerciais.
A empresa foi oficialmente criada pelos governos do Brasil e da Ucrânia em 21 de outubro de 2003, pelo artigo terceiro do Tratado de Cooperação de Longo Prazo assinado entre os dois países. O primeiro lançamento está previsto para acontecer em julho deste ano no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e deverá abrir as portas brasileiras para a exploração comercial das atividades espaciais.
Foguete
O foguete Cyclone-4 poderá colocar em órbita terrestre um satélite de até 5,3 toneladas em baixa órbita, de até 2 mil km de distância do solo; ou um satélite de até 1,8 toneladas em órbita de transferência geoestacionária, a 36 mil km da Terra. O Cyclone-4 está atualmente sendo desenvolvido na Ucrânia por um custo estimado de US $ 120 milhões. O primeiro lançamento será de qualificação do foguete e das novas instalações do centro de lançamento.
O CLA, localizado no Estado do Maranhão é administrado pelo Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), órgão do Comando da Aeronáutica, localizado em São José dos Campos (SP) e possui uma localização estratégica devido a sua proximidade com a linha do Equador, situação essa que permite a economia de até 30% de combustível para lançamento de foguetes, se comparada a outras regiões da Terra. Por sua localização verdadeiramente privilegiada, o CLA é considerado o centro de lançamento mais competitivo do mundo.
O satélite planejado para ser transportado pelo Cyclone-4, a partir do solo brasileiro, deverá ser o Nano-Jasmine, desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas Espaciais Inteligentes, da Universidade de Tóquio, no Japão, e cujo objetivo é fazer um mapeamento tridimensional de posições e velocidades de estrelas. Uma vez consolidada, a ACS espera conseguir até 30% do mercado potencial de lançamento de satélites mundiais, o que seria equivalente a US $ 14 bilhões no período entre 2007 e 2016. A ACS possui atualmente US$ 105 milhões de capital e planeja aumentá-lo para US $ 375 milhões.
Em setembro do ano passado, a Justiça Federal do Maranhão determinou que a Agência Espacial Brasileira (AEB), a ACS e a Fundação Atech, interrompessem as obras de construção de locais de lançamentos em territórios pertencentes a duas comunidades quilombolas (Mamuna e Baracatativa), como parte do projeto de expansão do CLA. Após uma audiência pública conciliatória, realizada em 6 de novembro passado, a AEB e a ACS anunciaram que oficialmente desistiram do projeto de ampliação do CLA nas áreas das duas comunidades quilombolas.
*Com informações de agências
Fonte: Site Central de Notícias do Maranhão - http://www.cnsaoluis.com.br
Comentário: Notícia confirmada dia (19/01) por carta convite do IBAMA publicada no jornal “O Estado do Maranhão” em cópia enviada ao blog pelo leitor maranhense Edvaldo Coqueiro (ao qual agradeço uma vez mais), demonstra que a mal engenhada empresa ACS segue aos trancos e barrancos sua trajetória que poderá levar o país a um sério desastre financeiro, científico e tecnológico. Quero que fique claro ao leitor que não sou contra a implantação de uma empresa bi-nacional desse tipo, mas sim por esse projeto que foi mal conduzido desde a escolha do sócio (deveria ser os russos e não os ucranianos) a escolha do gestor político responsável pela condução da parte brasileira desse acordo.Sinceramente é difícil acreditar que a ACS com um único foguete de médio porte ou mesmo com uma família de foguetes venha algum dia alcançar 30% do mercado potencial de lançamento de satélites mundiais, já que para isso seria necessária uma administração altamente competente e extremamente agressiva mercadologicamente falando, algo que no atual desempenho público brasileiro é uma grande utopia que chega até as raias da comicidade acreditar em algo assim. Chamo atenção do leitor que o autor da matéria está equivocado quando diz: “O primeiro lançamento está previsto para acontecer em julho deste ano”. Na realidade, nada garante que esse lançamento possa ocorrer antes do segundo semestre de 2011 ou se realmente sairá do chão algum dia.
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