Geração de Energia com Captura de CO₂


Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada na revista “Espaço Brasileiro” (Out., Nov. e Dez. de 2009) destacando um projeto desenvolvido pelo INPE em parceria coma a Petrobrás que poderá contribuir para reduzir a emissão de gazes poluentes que provocam o efeito estufa na atmosfera.

Duda Falcão

Meio Ambiente

Geração de Energia
Com Captura de CO₂

Projeto desenvolvido em parceria entre o INPE e a
Petrobras poderá contribuir para reduzir a emissão de gases

Uma nova tecnologia traz ao país a possibilidade de diminuir a emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa na natureza. Na unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista (SP), o recém inaugurado Laborató­rio de Captura de Gás Carbônico (CO₂) desenvolve materiais para a combustão de hidrocarbonetos, em especial, o gás natural. Na prática, isto significa que as empresas que utilizam no processo produtivo a queima de combustíveis fósseis poderão capturar e armazenar de forma segura e econômica o gás carbônico que seria emitido na atmosfera.

A redução do custo na captura de gás carbônico - nesse processo inovador - é de aproximadamente 75%, quando comparada a tec­nologias atualmente disponíveis. No futuro, essa técnica poderá, inclusive, ser empregada em re­finarias de petróleo e indústrias siderúrgicas, de cimento, cerâmicas e outras. Essa tecnologia – que poderá resultar em catalisadores e processos 100% nacionais - é um bom exemplo de spin-off resultante de aplicações espaciais.

Redução de Custo na Captura de CO₂ é de 75%

Conforme o coordenador do projeto de Captura de CO₂, o pesquisador José Augusto Rodrigues, do INPE, para a construção e aquisição de equipamentos foram disponibiliza­dos R$ 725 mil. Os recursos são provenientes da Petrobras, parceira no desenvolvimento desta pesquisa. Além disso, R$ 1 milhão está sendo investido em Pesquisa e Desenvol­vimento (P&D), também financiado pela Petrobras.

A iniciativa é resultado de um longo período de cooperação estabelecido entre o INPE, por meio do Labora­tório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) e o Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) no desenvolvimento de catalisado­res e suportes usados em sistemas propulsivos de correção de órbita e atitude de satélites e no controle de rolamento de veículos lançadores de satélites. Segundo José Augusto Rodrigues, poucos países dominam estas tecnologias.

“A hidrazina, propelente utilizado nos propulsores dos satélites que vão ao espaço, reage com um catalisador constituído por uma alumina especial contendo em sua superfície o metal irídio. Ao entrar em contato com esse metal, a hidrazina se decompõe rapidamente, gerando gases e energia aos motores de propulsão, viabilizando as correções de órbita e de atitude do satélite. Essas manobras são realizadas não apenas no lançamento, mas também durante toda a vida útil do satélite”, explica José Augusto.

Com a nacionalização do catali­sador desenvolvido pelo Grupo de Catálise do LCP, esse deve ser empregado na Plataforma Multimissão (PMM), satélite sob responsabilidade do INPE.

Laboratório de Captura


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - núm 07 - Ano 2 - Out., Nov. e Dez. de 2009 - Págs. 27 e 28

Comentário: Bom, muito bom mesmo e mais um exemplo do beneficio que pode ser gerado para sociedade quando a mesma resolve investir em tecnologia espacial. Infelizmente esses benefícios ainda não são tão grandes no Brasil devido à falta de visão da própria sociedade e dos seus governantes. No entanto, mesmo com todos os problemas que afligem o PEB, o mesmo ainda assim gera retorno que aos poucos vão sendo aplicados em nosso dia-a-dia. Parabéns aos pesquisadores do INPE e da Petrobrás pela visão aqui demonstrada.

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