Segundo Novo Estudo de Pesquisadores do 'Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam', na Alemanha, Raios Cósmicos Não São Raios, Mas Têm Sim Seu Lado Raio
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (26/12) foi postada uma notícia
no site Inovação Tecnológica destacando
que segundo aponta novo estudo de pesquisadores
do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, na Alemanha, os Raios
Cósmicos não são raio, mas tem sim seu lado de raio. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
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ESPAÇO
Raios Cósmicos Não São Raios - Mas Têm Sim Seu Lado Raio
Redação do Site
Inovação Tecnológica
26/12/2023
[Imagem: ASPERA/G.Toma/A.Saftoiu]
Os observatórios de raios cósmicos captam partículas secundárias que compõem o chamado "chuveiro de partículas", criado quando os raios cósmicos chocam-se com as partículas da atmosfera da Terra. |
Partículas Chamadas Raios Se Comportando Como Raios
No início do
século passado, o físico austríaco Victor Hess [1883-1964] descobriu um novo
fenômeno que ele batizou de raios
cósmicos, que mais tarde lhe rendeu o prêmio Nobel de Física, em 1936.
Hess conduziu
voos de balão em grandes altitudes para descobrir que a atmosfera da Terra não
é ionizada pela radioatividade do solo. Em vez disso, ele confirmou que a
origem da ionização era extraterrestre.
Posteriormente,
descobriu que os raios
cósmicos consistem em partículas carregadas do espaço sideral, voando perto
da velocidade da luz - ou seja, esses "raios" não são uma radiação.
No entanto, o nome "raios cósmicos" sobreviveu a essas descobertas,
embora "partículas cósmicas" fosse um nome mais preciso.
Agora, Mohamad
Shalaby e colegas do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, na Alemanha,
realizaram simulações numéricas para seguir as trajetórias de muitas partículas
de raios cósmicos e estudar como elas interagem com o plasma circundante,
composto por elétrons e prótons. Ao observar raios cósmicos que voavam de um
lado a outro da simulação, eles descobriram um novo fenômeno que excita ondas
eletromagnéticas no plasma de fundo. Essas ondas exercem uma força sobre os
raios cósmicos, que muda seus caminhos sinuosos.
Mais importante
ainda, este novo fenômeno pode ser melhor compreendido se considerarmos que os
raios cósmicos não se comportam como partículas individuais, mas sim como
suporte para uma onda eletromagnética coletiva. À medida que essa onda interage
com as ondas fundamentais de fundo, estas são fortemente amplificadas,
ocorrendo uma transferência de energia.
"Essa
percepção nos permite considerar os raios cósmicos como se comportando como
radiação, e não como partículas individuais neste contexto, assim como Victor
Hess acreditou originalmente," comentou o professor Christoph Pfrommer.
[Imagem: Mohamad
Shalaby et al. - 10.1017/S0022377823001289]
Compreensão de Processos Astrofísicos
Uma boa analogia
para esse comportamento recém-descoberto são as moléculas individuais de água
formando coletivamente uma onda que quebra na costa. "Esse progresso só
ocorreu ao considerarmos escalas menores que vinham sendo negligenciadas, e que
questionam o uso de teorias hidrodinâmicas efetivas no estudo de processos
envolvendo o plasma," explicou Shalaby.
Há muitas
aplicações dessa instabilidade do plasma, incluindo uma primeira explicação de
como os elétrons do plasma térmico interestelar podem ser acelerados até altas
energias em remanescentes de supernovas. "Esta instabilidade do plasma
recém-descoberta representa um salto significativo na nossa compreensão do
processo de aceleração, e finalmente explica porque é que estes remanescentes
de supernovas brilham no rádio e nos raios gama," detalhou Shalaby.
Além disso, esta
descoberta abre caminho para uma compreensão mais profunda dos processos
fundamentais do transporte de raios cósmicos nas galáxias, o que representa o
maior mistério na nossa compreensão dos processos que moldam as galáxias
durante a sua evolução cósmica.
Bibliografia:
Artigo: Deciphering
the physical basis of the intermediate-scale instability
Autores: Mohamad
Shalaby, Timon Thomas, Christoph Pfrommer, Rouven Lemmerz, Virginia Bresci
Revista: Journal
of Plasma Physics
Vol.: 932, Number
2
DOI:
10.1017/S0022377823001289
Artigo: The
mechanism of efficient electron acceleration at parallel non-relativistic
shocks
Autores: Mohamad
Shalaby, Rouven Lemmerz, Timon Thomas, Christoph Pfrommer
Revista: The
Astrophysical Journal
DOI: 10.3847/1538-4357/ac6ce7
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