Estudo de Astrofísicos da Universidade de Viena, Aponta Que os Dois Métodos Mais Usados Para Determinar a Idade das Estrelas Medem Coisas Diferentes
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (18/12) foi postada uma notícia
no site Inovação Tecnológica destacando
que Astrofísicos da Universidade
de Viena, na Áustria, descobriram que os dois métodos mais
usados para determinar a idade das estrelas medem coisas diferentes. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Técnicas Para Medir Idade das Estrelas Estão Medindo
Coisas Diferentes
Redação do Site
Inovação Tecnológica
18/12/2023
[Imagem: NASA/ESA/CSA/STScI/Klaus
Pontoppidan (STScI)]
Imagem do berçário estelar Ofiúco, ou Serpentário, a região de formação estelar mais próxima da Terra. Os dados mostraram que as estrelas recém-nascidas lá ainda não começaram a afastar-se e que a nuvem progenitora ainda as mantém unidas. |
Como Medir a Idade de Uma Estrela?
Astrofísicos
descobriram que os dois métodos mais usados para determinar a idade das
estrelas medem coisas diferentes.
A idade das estrelas
é um parâmetro fundamental na astrofísica, mas ainda é relativamente difícil de
medir. As melhores aproximações até agora foram para os chamados aglomerados de
estrelas, ou seja, grupos de estrelas da mesma idade com uma origem comum.
Núria Miret-Roig
e seus colegas da Universidade de Viena, na Áustria, decidiram fazer uma
aferição dos métodos usados para as medições observando seis aglomerados
estelares relativamente próximos e jovens.
Eles descobriram
que dois dos métodos mais confiáveis para determinar a idade das estrelas - a
medição isócrona e o rastreamento dinâmico - são sistemática e consistentemente
diferentes: As estrelas eram cerca de 5,5 milhões de anos mais jovens de acordo
com o método de rastreamento dinâmico do que com a medição isócrona.
"Isto indica
que os dois métodos de medição medem coisas diferentes," disse Núria.
"Esta descoberta tem implicações significativas para a nossa compreensão
da formação estelar e da evolução estelar, incluindo a formação planetária e a
formação de galáxias, e abre uma nova perspectiva sobre a cronologia da
formação estelar. Por exemplo, a duração da chamada 'fase incorporada', durante
a qual as estrelas bebês permanecem dentro da nuvem de gás parental, pode ser
estimada," completou seu colega João Alves.
A medição
isócrona (eventos que ocorrem em intervalos iguais, ou ao mesmo tempo) consiste
em comparar a luminosidade e a temperatura superficial de uma estrela com a
curva de evolução estelar: A posição da estrela na curva fornece sua idade. O
rastreamento dinâmico, por sua vez, determina a idade de uma estrela com base
em seu movimento ao longo do tempo levando em conta as influências
gravitacionais que operam sobre ela.
Em resumo, o que
a equipe descobriu é que o método isócrono de fato determina a data de
nascimento das estrelas, enquanto o rastreamento dinâmico na verdade fornece
informações sobre quando as estrelas "deixam seu ninho", o que parece
ocorrer cerca de 5,5 milhões de anos depois do seu nascimento, com base na
amostragem usada pela equipe.
Ferramenta Nova
Embora possa
exigir a reavaliação da idade de muitas estrelas medidas com a técnica do
rastreamento dinâmico, a descoberta na verdade dá aos astrofísicos e astrônomos
uma nova ferramenta, talhada especificamente para medir quanto tempo uma
estrela demorou para deixar seu ambiente natal, algo que até agora só podia ser
estimado.
De acordo com o
novo estudo, o "relógio" isócrono começa a contar a partir do momento
da formação estelar, mas o "relógio" do retrocesso dinâmico só começa
a funcionar quando um aglomerado estelar começa a se expandir, após deixar sua
nuvem-mãe.
"Os
astrônomos têm usado idades isócronas desde que sabemos como as estrelas
funcionam, mas estas idades dependem do modelo estelar específico que
usamos," disse Núria. "Os dados de alta qualidade do satélite Gaia
permitiram-nos agora medir as idades de forma dinâmica, independentemente dos
modelos estelares, e estamos entusiasmados por sincronizar os dois
relógios."
Bibliografia:
Artigo: Insights into star formation and dispersal from the
synchronisation of stellar clocks
Autores:
Núria Miret-Roig, João Alves, David Barrado, Andreas Burkert, Sebastian
Ratzenböck, Ralf Konietzka
Revista:
Nature Astronomy
DOI:
10.1038/s41550-023-02132-4
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