Novo Estudo de Astrofísicos do 'Laboratório Nacional Los Alamos' (EUA), Aponta Que a 'Fissão Nuclear Cósmica' Pode Desempenhar um Papel na Criação dos Elementos Mais Pesados
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, no dia de ontem (12/12) foi postada uma notícia
no site Inovação Tecnológica destacando
que um novo estudo de pesquisadores do ‘Laboratório Nacional
Los Alamos’, nos EUA, aponta que a Fissão Nuclear Cósmica
pode desempenhar um papel na criação dos elementos mais pesados. Entendam
melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ESPAÇO
Fissão Nuclear Cósmica Pode Comprovar Elementos Além
da Tabela Periódica
Redação do Site
Inovação Tecnológica
12/12/2023
[Imagem: Matthew
Mumpower/LNNL]
Fissão nuclear nas estrelas
Ante os eventos
cataclísmicos que imperam universo afora, como buracos negros engolindo
estrelas, fusões de estrelas de nêutrons e explosões
de raios gama que parecem durar mais do que deveriam, a explosão de uma
bomba de fissão nuclear parece um fogo de artifício em uma data comemorativa.
Mas os astrônomos
acreditam que mesmo esses "traques cósmicos" podem desempenhar um
papel em um processo fundamental do Universo: A criação dos elementos químicos
mais pesados.
As teorias
sugerem que os elementos químicos acima do ferro na Tabela Periódica sejam
criados em explosões verdadeiramente cataclísmicas, do quilate de uma fusão
entre duas estrelas de nêutrons ou de explosões de supernovas muito raras.
Mas Ian Roederer
e seus colegas do Laboratório Nacional Los Alamos, nos EUA, acreditam que a
reles fissão nuclear pode desempenhar um papel na criação dos elementos mais
pesados. Ao analisar dados sobre uma variedade de elementos químicos detectados
em estrelas muito antigas, a equipe encontrou uma explicação nada menos do que
corajosa.
Em vez de serem
produzidos por fusão nuclear, a reação que ocorre nas estrelas, os elementos
mais pesados seriam fruto da fissão nuclear de elementos muito pesados, mais
pesados do que todos os que existem na Tabela Periódica - enquanto a fusão cria
elementos mais pesados juntando átomos mais leves, a fissão cria átomos mais
leves quebrando átomos mais pesados.
Assim, e esta é a
conclusão da equipe, a presença dos elementos mais pesados seria uma espécie de
assinatura da fissão nuclear ocorrendo cosmos afora.
Elementos Pesados e Superpesados
[Imagem: fszalai/Pixabay]
Há indícios de que alguns asteroides possam conter elementos superpesados, que não existem na Terra. |
Indo para as
observações, os pesquisadores encontraram uma correlação entre metais leves,
como a prata, e núcleos de terras raras, como o európio. Quando um desses
grupos de elementos aumenta, os elementos correspondentes do outro grupo também
aumentam - a correlação é positiva.
"A única
maneira plausível de isto surgir entre estrelas diferentes é se existir um
processo consistente operando durante a formação dos elementos pesados,"
disse Matthew Mumpower - a equipe testou todas as possibilidades e a fissão foi
a única explicação capaz de reproduzir essa tendência.
Este é o primeiro
indício substancial da fissão nuclear operando em escala cósmica. Os frutos da
fissão são produtos do processo de divisão de átomos relativamente pesados em
átomos mais leves - o mesmo processo utilizado em armas e reatores nucleares.
Se os modelos da
equipe estiverem corretos, há uma implicação dramática não apenas sobre o
processo de gênese dos elementos, mas sobre a própria matéria: Se o processo de
fissão nuclear é o mecanismo em ação, então existem na natureza elementos com
uma massa atômica (o número de prótons mais nêutrons) de 260 para cima,
portanto mais pesados do que aqueles na extremidade superior da Tabela
Periódica.
Bibliografia:
Artigo: Element
abundance patterns in stars indicate fission of nuclei heavier than uranium
Autores:
Ian U. Roederer, Nicole Vassh, Erika M. Holmbeck, Matthew R. Mumpower, Rebecca
Surman, John J. Cowan, Timothy C. Beers, Rana Ezzeddine, Anna Frebel, Terese T.
Hansen, Vinicius M. Placco, Charli M. Sakari
Revista:
Science
Vol.: 382,
Issue 6675 pp. 1177-1180
DOI:
10.1126/science.adf1341
Comentários
Postar um comentário