Iniciativa de Pesquisadores da 'Universidade de São Paulo (USP)' Pode Acabar Desvendando os Mistérios Sobre os Raios Cósmicos
Olá leitores e leitoras do BS!
Pois então, foi postado ontem (18/12) no site Olhar Digital a notícia de
que uma iniciativa de Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) pode
acabar desvendando os Mistérios Sobre os Raios Cósmicos. Entendam melhor
essa história pela matéria abaixo.
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CIÊNCIA E
ESPAÇO
Iniciativa da USP Pode Desvendar Mistérios Sobre Raios Cósmicos
Pesquisadores da USP criaram um modelo
matemático capaz de recriar os chamados raios cósmicos para estudo
Por Alessandro Di Lorenzo
Editado por Bruno Capozzi
18/12/2023 - 14h17
Via: Site Olha Digital - https://olhardigital.com.br
Crédito:
NASA/SOFIA/Lynette Cook
Pesquisadores da USP confirmaram
matematicamente um mecanismo capaz de recriar os mais energéticos raios
cósmicos conhecidos pelos astrônomos. A iniciativa pode ajudar os
cientistas a desvendar uma série de mistérios sobre esses micro objetos, em especial
qual a origem das energias extremas por trás das acelerações deles que podem
chegar próximas a velocidade da luz (um bilhão de quilômetros por hora).
Raios Cósmicos
* O trabalho da
USP correlacionou pela primeira vez simulações computacionais subatômicas às
que envolvem toda a evolução de um jato de buracos
negros.
* Como as
condições encontradas próximas aos buracos negros supermassivos não podem ser
reproduzidas em laboratório, as reproduções computacionais são indispensáveis
para entender alguns acontecimentos.
* O trabalho
simulou a propagação de subpartículas (menores que os átomos) através do jato
gerado por um buraco negro supermassivo.
* Adotando apenas
a física conhecida e sem nenhuma intervenção extra, as partículas colocadas
nesse turbilhão evoluíram para radiações gama iguais às mais energéticas
detectadas na atmosfera da Terra.
* As informações
são do Jornal da USP.
Reconstruindo o Motor Extragaláctico
A recriação
tridimensional imita a evolução complexa de um jato com um campo magnético
espiral. Nela foi introduzida uma perturbação transversal no jato que
desencadeia naturalmente uma instabilidade chamada kink,
responsável por causar a turbulência nas linhas espirais.
A simulação
permitiu ver o movimento das partículas tanto nas escalas pequenas quanto nas
muito grandes, que compreendem todo o jato de núcleos galáticos ativos. O
primeiro registro de uma simulação que calculou a possibilidade de partículas
alcançarem essas super velocidades diretamente nas linhas de campo magnético do
jato foi feito pelos mesmos cientistas da USP em 2021.
Agora, eles
conseguiram acompanhar a evolução das partículas em ação, ao mesmo tempo que o
jato evoluía. A vantagem foi observar a aceleração acontecendo até levarem às
velocidades máximas que o jato comporta.
Os feixes de
raios cósmicos são observados pelos astrônomos há mais de um século. Algumas
partículas como essas são aceleradas pelas linhas magnéticas na camada mais
externa do Sol, mas não alcançam energias tão altas.
Os raios mais
energizados produzidos na Via Láctea, a galáxia em que estamos, surgem das
sobras de explosão de estrelas gigantes conhecidas como supernovas. Os raios
cósmicos de ultra energia, no entanto, só podem vir de fontes extragaláticas.
“Os aceleradores de partículas mais potentes
aqui na Terra são capazes de produzir partículas com energias de até 10¹³
[10 trilhões] elétron-volts, enquanto essas partículas super relativísticas têm
energias até 10²¹ [1 sextilhão, ou mil quintilhões] elétron-volts.”
Elisabete Dal
Pino, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
(IAG) da USP
Os núcleos ativos
são uma região compacta em torno dos buracos negros do centro das galáxias.
Alguns deles, conhecidos como blazars, emitem enormes jatos em
direção à Terra formados por plasma, um estado da matéria em que os gases ficam
eletricamente carregados.
Ao invés de
seguirem por uma linha reta, as partículas como o próton e o elétron caminham
em círculos em torno do campo magnético dos blazars. Quando muito
acelerado, esse giro sai ou fica próximo das bordas do jato em acelerações
extremas.
(Imagem: Osaka
Metropolitan University/L-INSIGHT, Kyoto University/Ryuunosuke Takeshige)
Como Funciona a Reconexão Magnética
Os astrofísicos
perceberam que os choques, um mecanismo de aceleração que ocorre nos jatos, não
poderia explicar a existência das partículas mais energizadas que chegam à
Terra. Dessa forma, a única explicação são as regiões observadas no início dos
jatos.
Em 2005,
cientistas propuseram pela primeira vez que a reconexão magnética poderia
acelerar essas partículas de modo eficiente. Isso seria possível convertendo a
energia magnética disponível em energia cinética, graças a um princípio
previsto pelo físico italiano Enrico Fermi em 1949.
Os
radiotelescópios mais modernos e os telescópios de raios gama parecem confirmar
as previsões teóricas de que a aceleração mais intensa ocorra na região do
início dos jatos, onde eles são muito mais magnetizados. E é aí que ocorre a
reconexão magnética, um processo físico que transforma as cargas dos campos
magnéticos em energia capaz de acelerar as partículas atômicas até que esses
campos sejam consumidos.
Nesse fenômeno,
uma partícula pode ser refletida com uma velocidade mais alta sempre que
encontrar uma mudança no campo magnético no caminho. Essas reflexões conseguem
levar uma partícula a atingir velocidades próximas à da luz.
As partículas
carregadas caminham por correntes elétricas que parecem correntezas de um rio.
No entanto, em regiões turbulentas, a probabilidade de uma colisão frontal com
outro fluxo magnético é maior do que a continuidade. Essa perturbação quebra
algumas dessas linhas espirais e isso faz com que campos magnéticos em direção
oposta se encontrem.
O encontro de
linhas de campos magnéticos contrários forma uma nova conexão que libera
energia para o meio, acelerando partículas e aquecendo o gás. É nesses pontos
que ocorrem as reconexões.
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