Geofísico Espacial Brasileiro Que Participou de Pesquisa da NASA, Explica aos Ouvintes da 'Rádio Uirapuru FM', de Passo Fundo (RS), os Riscos Riscos do Buraco Gigante Surgido no Sol Recentemente
Olá
leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo
uma entrevista postada ontem (18/12) no site da ‘Rádio Uirapuru FM’ de Passo Fundo-RS, com o geofísico gaúcho da cidade de David Canabarro, o Dr. José Paulo Marchezi, que
realizou uma Pesquisa com a NASA que explica os riscos do Buraco Gigante
que surgiu recentemente no Sol. Saibam mais pela matéria abaixo.
Brazilian
Space
NOTÍCIAS - CIÊNCIAS
Geofísico Espacial de David Canabarro Realizou Pesquisa com a NASA e Explica Riscos de Buraco Gigante no Sol
A empresa, fundada pelo
empresário Elon Musk, conduziu o que chama de “fogo estático” do Super Heavy
Por Cleber
Oliveira
Publicado
em: 18/12/2023
Fonte: site
da Rádio Uirapuru FM - https://rduirapuru.com.br
Na última
semana, o Sol protagonizou um espetáculo astronômico, expelindo uma
impressionante quantidade de plasma e partículas carregadas, formando um buraco
coronal colossal, aproximadamente do tamanho de 60 Terras. Essa ocorrência,
embora seja um evento natural, levanta preocupações sobre os possíveis impactos
na Terra.
Para
esclarecer dúvidas e oferecer um olhar mais amplo sobre a natureza desses
fenômenos do sol, a Rádio Uirapuru teve uma conversa exclusiva com o Dr. José
Paulo Marchezi, ele que é doutor em Geofísica Espacial, cuja expertise inclui
física solar, meio interplanetário, magnetosfera, clima espacial, interações Sol-Terra
e cinturão de radiação de Van Allen.
Marchezi
realizou parte de sua pesquisa na NASA – Goddard Space Flight Center e
atualmente é referência no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Entendendo os Buracos Coronais
Marchezi
explica que os buracos coronais são áreas específicas na atmosfera solar onde o
campo magnético apresenta uma intensidade menor.
Vale
ressaltar que essa condição não significa que o Sol está se apagando naquela
região, mas sim que as linhas do campo magnético estão se tornando mais
complexas. Essa complexidade facilita a liberação de plasma e partículas
carregadas em direção à Terra, como se fosse uma espécie de “porta de saída”
para esses elementos solares. Esses eventos, embora não representem uma
extinção momentânea do sol na região afetada, desencadeiam reações que
influenciam os efeitos magnéticos em nosso planeta.
Quais São os Impactos Potenciais?
Mesmo que o
Dr. Marchezi diga que os buracos coronais não são um perigo direto para as
pessoas, ele destaca que eles podem causar problemas na nossa vida cotidiana.
“A cada 11
anos quando o Sol está em sua fase mais ativa, esses buracos podem acontecer
com mais frequência, o que aumenta a chance de causarem efeitos aqui na Terra.”
Então, embora não seja algo que vai afetar o ser humano diretamente, ainda
precisamos ficar de olho nos possíveis transtornos que podem surgir por causa
desses buracos solares.
Interferências na Comunicação e Infraestrutura Elétrica
Os impactos
incluem interferências na comunicação por satélite e na rede elétrica.
Oscilações nos sinais de rádio e GPS, bem como interrupções no fornecimento de
energia, são cenários possíveis. Empresas que dependem desses serviços são
aconselhadas a adotar medidas de proteção.
Efeitos na Comunicação
Quando as
partículas carregadas provenientes dos buracos coronais alcançam a ionosfera,
desencadeiam processos de condução elétrica. Essa atividade resulta na geração
de campos elétricos que, por sua vez, podem interferir significativamente nos
meios de comunicação que dependem de satélites.
Telefones
celulares, conexões de internet e transmissões televisivas podem experimentar
perturbações, afetando diretamente a qualidade e a estabilidade desses
serviços. Além disso, as flutuações nos sinais de GPS são alguns dos efeitos
dessas partículas carregadas. Estas flutuações podem provocar imprecisões na
navegação, impactando desde a direção correta para quem utiliza aplicativos de
mapas até a precisão em sistemas de orientação de veículos e aeronaves.
Impactos na Infraestrutura Elétrica
Os danos
causados pelos buracos coronais na infraestrutura elétrica podem mexer com
coisas importantes, como os transformadores de corrente.
Esses
transformadores são como peças-chave em todo o sistema elétrico que fornecem
energia para nossas casas e empresas. Se as correntes induzidas no solo forem
fortes o suficiente, elas podem acabar danificando esses transformadores.
E aí, se
isso acontecer, podemos ficar sem energia por um bom tempo.
Curiosidade:
Em 1989, um
evento solar extremo, conhecido como tempestade geomagnética de março de 1989,
causou uma série de perturbações na Terra, incluindo uma interrupção na rede
elétrica no Canadá. A interrupção afetou cerca de seis milhões de pessoas,
principalmente na província de Quebec. Ela causou danos significativos à
infraestrutura elétrica, incluindo hospitais, aeroportos e indústrias.
Medidas Preventivas
Embora o
público em geral tenha poucas opções de proteção, empresas dependentes de
comunicação via satélite ou infraestrutura elétrica podem implementar medidas
preventivas.
A missão de
Marchezi é estar atento aos dados e relacionar as causas e os efeitos. “Meu
trabalho é basicamente sentar na frente de um computador, analisar dados dos
satélites que ficam medindo o vento solar, analisar dados de campo magnético do
solo aqui na Terra em vários lugares do mundo e criar modelos. E basicamente eu
analiso esses dados de vento solar, analiso os dados do solo, crio correlações
entre esses dois fenômenos e tento entender quais são as características do
vento solar e quais são os fenômenos que estão acontecendo,” disse Dr.
Marchezi.
Apesar
desses efeitos, é importante notar que eles são geralmente leves. Os buracos
coronais maiores, que podem causar danos elétricos extremos, são relativamente
raros.
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