INPE Avança no Entendimento dos Processos Que Influenciam o Desmatamento na Amazônia
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (02/08) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o
instituto está avançando no entendimento dos processos que influenciam o
desmatamento na Amazônia.
Duda Falcão
NOTÍCIA
INPE Avança no Entendimento dos Processos
Que Influenciam
o Desmatamento na Amazônia
Por INPE
Publicado: Ago 02, 2018
São José dos
Campos-SP, 02 de agosto de 2018
A preservação das florestas em prol da manutenção da
biodiversidade do planeta está no topo da lista de prioridades dos governos
pelo mundo. No Brasil, país por onde se estende a maior floresta tropical do
planeta, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) monitora desde o
final da década de 1980 a degradação da floresta. Os esforços do Instituto
somados à pressão da sociedade contribuem ativamente para que o governo federal
atue fortemente no combate à degradação e ao desflorestamento da Amazônia.
Uma das missões do INPE é fornecer dados e informações
sobre a conservação da floresta. Além disto, investigar a dinâmica do uso e da
cobertura da terra é importante para se entender os processos que contribuem
para a degradação que a Amazônia vem passando ao longo dos anos. As florestas
geram matérias-primas, são riquíssimas em biodiversidade, regulam o clima,
oferecem alimentos e, claro, abrigam uma gama de espécies de fauna e flora. Sua
preservação significa a preservação da vida.
No Projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia
(MSA), financiado pelo Fundo Amazônia e executado pelo INPE em parceria com
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realizou-se o
"Mapeamento do uso e cobertura da terra na Amazônia Legal", um
trabalho que representa um avanço no conhecimento e no entendimento das dinâmicas
e processos de uso e cobertura da terra que influenciam o desmatamento na
Amazônia Legal Brasileira. As ações que envolvem essa atividade foram
desenvolvidas no Centro
Regional da Amazônia (CRA), localizado em Belém (PA) e fundamentadas em
quatro linhas de ação.
A primeira delas foi o mapeamento do PRODES Pretérito.
Segundo a chefe do CRA/INPE, Alessandra Rodrigues Gomes, "de 1988, quando o INPE
iniciou o PRODES - Monitoramento da Floresta Amazônia Brasileira por
Satélite, até o final dos anos 1990, os mapas eram realizados a partir de
imagens em papel. Com o avanço das geotecnologias e do geoprocessamento, o
PRODES passou a ser executado digitalmente, passando por diversos sistemas como
SGI/SITIM, SPRING e TerraAmazon. Todos os desmatamentos acumulados entre 1988 e
2000 foram integrados em uma única máscara".
A execução do PRODES Pretérito atualizou a máscara
existente e interpretou dados referentes aos anos de 1991, 1988 e 1985,
melhorando a série de dados do Projeto PRODES. "Esse trabalho é necessário
para a compreensão dos processos que envolvem o desmatamento da maior floresta
tropical contígua do planeta, facilitando a implementação de políticas públicas
de redução do desflorestamento", ressalta Alessandra Gomes.
Outra linha de ação foi o Mapeamento de Incertezas do
PRODES, um trabalho de avaliação estatística da precisão dos dados gerados pelo
PRODES, que é o projeto que apresenta dados oficiais sobre o desmatamento na
Amazônia. Para garantir a independência desta estimativa, foram convidados os
pesquisadores Orlando Watrin, da Embrapa Amazônia Oriental (PA); Irving Foster
Brown, da Universidade Federal do Acre (UFAC), e Paulo Maurício Graça, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/AM) para serem auditores
deste trabalho, permitindo, dessa forma, que o INPE evidenciasse o seu
comprometimento com qualidade do PRODES, dada à importância deste Projeto.
"Para o desenvolvimento deste trabalho foi
desenvolvida uma ferramenta web com base em um painel amostral que usou
amostragem aleatória estratificada. Esta ferramenta integrou diversas fontes de
dados, como imagens de alta resolução espacial, imagens de média resolução
espacial e série histórica de índices de vegetação. Como a ferramenta é web, os
pesquisadores puderam realizar suas avaliações de maneira independente. Isto
permite realizar as estimativas de precisão dos mapeamentos sem viés",
explica o pesquisador do CRA/INPE, Marcos Adami.
Na dinâmica dos órgãos contra o desflorestamento da
Amazônia, buscando o enfraquecimento desta atividade, a redução dos índices e
suas consequências, existem diversos processos desenvolvidos, que vão de
mapeamento à aplicação de multas. O Centro Regional da Amazônia participa dessa
dinâmica através da realização de estudos dos usos e cobertura da terra.
Desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a terceira linha de atuação está relacionada
ao Projeto TerraClass, responsável por qualificar o
desflorestamento. Seu objetivo é responder a questão: como as áreas desmatadas
na Amazônia estão sendo utilizadas? O resultado desse mapeamento, iniciativa
inédita no mundo, apresenta dados para que se estimem os principais vetores do
desmatamento. No âmbito do Projeto MSA foram realizados levantamentos de uso e
cobertura da terra para os anos de 1991, 2000 e 2014.
As informações geradas pelo TerraClass representam um
avanço no conhecimento do uso e cobertura da terra na Amazônia como um todo. O
projeto utiliza 12 classes temáticas para mapear o desflorestamento e
classificar os tipos de uso e cobertura da terra, tendo como base a
interpretação de imagens de satélites e tecnologias de geoprocessamento.
Já a linha de ação Não-Floresta objetivou desenvolver uma
metodologia para mapear o uso e cobertura da terra em áreas de formações Não
Florestais existentes no Bioma Amazônia. "Apesar da diversidade florística
e da relevância desses tipos de vegetação para a conservação da biodiversidade,
haja vista comumente serem áreas de endemismo o que possibilita o fornecimento
de informações sobre processos de evolução e montagem de comunidades em
florestas tropicais, esses habitats, presentes no bioma Amazônia, não possuem
um projeto oficial de monitoramento contínuo da sua cobertura vegetal, ainda
que essas áreas sejam foco de severas modificações em razão do uso da terra
provocado pela expansão de atividades agropecuárias", diz Marcos Adami.
Inicialmente foram selecionadas áreas nos estados de
Roraima, Amazonas, Pará, Amapá, Mato Grosso e Rondônia que serviram para a
aplicação do modelo. As formações não florestais da Amazônia sofrem grandes
interferências em função da dinâmica e intensificação do uso e cobertura da
terra. Essa mudança pode ser provocada pela entrada de agricultura e pastagem,
bem como das queimadas, influenciadas por atividades humanas ou eventos
climáticos como o El Niño.
"A metodologia desenvolvida poderá servir de base
para futuros mapeamentos de uso e cobertura e geração de informações destas
áreas, onde não existem dados consistentes e que permitam uma análise mais
precisa sobre ações a serem tomadas para evitar o desmatamento", complementa
Alessandra Gomes.
O Projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia
(MSA) teve início em 2014 para apoiar o desenvolvimento de estudos
sobre usos e cobertura da terra no bioma Amazônia, bem como a ampliação e o
aprimoramento do monitoramento ambiental por satélites realizado pelo INPE. Foi
executado pelo Instituto através de sua instituição de apoio, a Fundação de
Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais (Funcate) e o BNDES, com recursos
do Fundo Amazônia.
Nos dias 13 e 14 de agosto, no INPE em São José dos
Campos (SP) ocorre o seminário de encerramento do projeto, onde serão
apresentados e discutidos os resultados obtidos durante sua execução.
Em iniciativa inédita no mundo INPE apresenta
dados para
se estimar o principais vetores do
desmatamento da Amazônia.
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INPE avança no entendimento dos processos que
influenciam
o desmatamento na Amazônia.
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INPE mapeia uso e cobertura da terra na
Amazônia Legal
Brasileira.
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Metodologia para mapear áreas de formações
não florestais
foi desenvolvida.
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Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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