Estratégia Aeroespacial Prevê Uso Comercial da Base de Alcântara
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada dia (01/08) no site da
“Agência Brasil” destacando que Estratégia Aeroespacial Brasileira prevê o uso
comercial da Base de Alcântara.
Duda Falcão
ECONOMIA
Estratégia Aeroespacial Prevê
Uso Comercial da Base de Alcântara
Por Luciano Nascimento
Agência Brasil
Publicado em 01/08/2018 - 21:23
Brasília – A Base Aeroespacial de Alcântara, localizada
no litoral do Maranhão, está no centro do novo modelo de governança do Programa
Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), assinado hoje (1º). A nova
estratégia prevê, ao lado da retomada da exploração comercial do centro, o uso
de foguetes para lançar satélites de pequeno porte.
“O que muda é que o programa inicialmente pensava só em
satélite e hoje temos a incumbência de alavancar o Centro de
Lançamento [de Alcântara] e os nossos veículos lançadores, nossos foguetes que
vão colocar nossos satélites no espaço. O que queremos é que esse tripé
funcione: o satélite, o lançador e o centro de lançamento”, disse o presidente
da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE),
Major-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar.
A Base de Alcântara é considerada como uma das melhores
zonas de lançamento do mundo. Sua localização, próxima à Linha do Equador,
permite uma economia de cerca de 30% no combustível usado nos foguetes. Com
isso, o governo poderia gerar recursos alugando a Base para países e empresas
colocarem seus satélites em órbita.
A intenção é focar no desenvolvimento de lançadores de
microsatélites que transportam satélites menores utilizados para comunicação
por internet, produção de imagens da terra, vigilância, navegação por GPS. Um
protótipo, chamado de Veículo Lançador de Microsatélite, tem conclusão prevista
para até 2020.
“Temos nove mil hectares naquele Centro [de Alcântara] e
estamos focando no lançamento de pequenos e nano satélites, estamos falando na
faixa de 50 milhões de reais para cada lançamento, dependendo do número de
lançamento poderemos chegar a 10, 15 lançamentos por anos. Mas isso ainda é uma
estimativa”, disse o major-brigadeiro.
Acordo com os EUA
O CCISE é responsável pela implantação dos sistemas
espaciais de Defesa e está à frente das negociações envolvendo a Base de
Alcântara. Uma das possibilidades é o governo fechar um acordo com os Estados Unidos para o
uso da Base. Uma sugestão do governo brasileiro foi enviada em 2017. Os EUA
enviaram uma contraproposta em maio deste ano. Os termos finais ainda estão em
negociação entre os dois governos.
Um dos pontos questionados são as salvaguardas impostas
pelos EUA para evitar o uso de tecnologia. Este tópico constou da primeira
tentativa de acordo, nos anos 2000. Também constava a o acesso restrito aos
americanos e também proibia que determinados países laçassem foguetes do
Brasil.
De acordo com major-brigadeiro, o governo negocia agora
um texto sem tantas restrições e que não agrida a soberania nacional. Há
expectativa de um acordo final ainda neste ano. Mas para valer, ele tem que ser
aprovado pelo Congresso Nacional.
"Essa é uma visão do acordo que tramitou em 2001. O
acordo que tramita desde o ano passado é totalmente diferente no que diz
respeito às nossas necessidades. Ainda estamos em conversações e esperamos que
o novo acordo chegue ao Brasil em breve. Hoje nós temos um texto que
consideramos melhor que aquele dos anos 2000", disse Fernando de Aguiar.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, discursa
na
cerimônia de assinatura do Programa Estratégico
de Sistemas Espaciais (PESE).
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Uso Integrado do Espaço
Além do uso comercial, a estratégia apresentada
nesta quarta-feira também foca em sistemas espaciais que possibilitem o
uso integrado do espaço, ou seja, civil e militar. De acordo com o ministro da
Defesa Joaquim de Silva e Luna, essa infraestrutura também poderá ser utilizada
em apoio à agricultura de precisão, na prevenção de desastres ambientais, na
segurança pública e em outras demandas da sociedade civil.
Um exemplo apontado durante o lançamento do programa é o
do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), lançado em maio do
ano passado. Com duas bandas, uma para uso militar exclusivo e outra para uso
do governo, a expectativa era de que o satélite auxiliasse a levar internet
banda larga para as áreas previstas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), em
áreas de difícil acesso.
“Ele tem uma atividade dual, uma parcela desse espaço do
satélite, da sua banda é dedicada a atividades civis, a banda Ka, e a outra
para atividades militares. A ideia é entregar a banda larga para comunicações
nas escolas, hospitais, em todo o território brasileiro”, disse o ministro da
Defesa, após a solenidade.
Entretanto, desde que a Telebras, escolhida pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCITC), para gerir o
programa, uma batalha judicial tem travado o uso do satélite. O Siditelebrasil,
que agrega as operadoras de telefonia e serviço móvel de celular, questiona o
contrato da Telebras na Justiça.
Em meio a diversas liminares, na semana passada, o
Tribunal de Contas da União (TCU) deferiu liminar contra o MCTIC em relação ao
contrato com a Telebras para o programa Gesac, programa que leva internet a
áreas de difícil acesso. O contrato foi suspenso então até que o TCU delibere
sobre o mérito da matéria "devido aos riscos iminentes" perante
"indícios de irregularidade", disse a decisão da corte.
Fonte: Site da Agência Brasil - http://agenciabrasil.ebc.com.br
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