Parceria Com a Rússia Pode Fazer Brasil Pular Etapas na Corrida Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia publicada dia (01/08) no site do
Sputnik News Brasil destacando que a parceria com a Rússia pode fazer Brasil
pular etapas na Corrida Espacial.
Duda Falcão
BRASIL
Parceria Com a Rússia Pode Fazer
Brasil Pular Etapas na
Corrida Espacial
Sputnik News Brasil
01/08/2018 – 16:23
Foto: CC0 / Pixabay
Um acordo em negociação entre os Governos brasileiro e
russo poderá impulsionar o Brasil na corrida aeroespacial. Avaliação positiva
sobre a proposta de assistência na criação de foguetes é feita pelo
especialista em defesa Roberto Godoy, em entrevista à Sputnik Brasil.
"O que se pretende é queimar algumas etapas para o
estágio seguinte", frisa o especialista. "Não é só [foguete de]
órbita baixa, porque isso já fazemos aqui, mas para os foguetes que podem atuar
em uma faixa mais elevada, levando cargas médias. Uma coisa mais importante,
mais pesada. […] Não é uma coisa de altíssima tecnologia, mas é óbvio que a
Rússia tem anos e anos de desenvolvimento nessa área e seria uma contribuição
espetacular, sem dúvida nenhuma."
O Governo russo já formalizou a proposta ao Brasil para
fornecer assistência na criação de foguetes portadores das classes leve e
média, e está apenas aguardando uma resposta do Governo de Michel Temer. Em
contrapartida para o fechamento do acordo, os russos poderiam utilizar
as instalações do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
Esse acordo difere da proposta norte-americana, que
levantou polêmica em diversos setores da sociedade brasileira em relação ao uso
do cosmódromo maranhense. A possível restrição de acesso de brasileiros à área,
que ficaria sob administração dos Estados Unidos, já foi rejeitada pelo
Congresso Nacional em 2002, inviabilizando o acerto. A negociação foi retomada
neste ano.
Roberto Godoy destaca que a proposta russa não envolve o
controle da base de Alcântara, mas, apenas, o seu uso para lançamento de
foguetes.
"É uma outra minuta, que não tem nada dessas coisas.
É óbvio que ela é mais limitada que a primeira, mas acho que pode satisfazer os
nossos interesses. É uma questão de uso das instalações", ressalta Godoy.
O interesse de outros países em firmar parcerias para o
uso da base brasileira, modernizada recentemente, justifica-se principalmente
por sua posição no globo, que facilita e permite um rendimento maior e mais
econômico dos lançamentos.
Segundo Roberto Godoy, a economia de combustível dos
lançamentos feitos de Alcântara pode chegar a 40% em relação aos de outras
bases. O especialista destaca ainda que o clima na região é outro fator
favorável à atividade.
"As condições são normalmente adversas, complexas.
Você tem janelas de lançamento, por exemplo, como acontece nos centros
espaciais russos. Aqui, você pode programar e ter uma fartura de datas em que
pode escolher praticamente qualquer dia para fazer sua operação", enfatiza
o jornalista.
O acordo Brasil-Rússia, no entanto, pode ser postergado
devido à imprevisibilidade da política brasileira, que terá eleições para a
Presidência e para o Congresso em outubro. Roberto Godoy salienta que há um grande
interesse do Governo de Michel Temer em deixar um legado positivo, mas o
período de campanha eleitoral pode dificultar.
"A administração dele [Michel Temer] está
muito interessada em deixar um legado positivo, depois de tanta má notícia que
vem se acumulando ao longo deste período. Então, acho que há um interesse em
acelerar, fazer com que as coisas sejam resolvidas mais depressa. Claro, o
período da campanha eleitoral complica, porque muitas dessas coisas precisam
ser aprovadas pelo Congresso. […] Mas acho que se houver empenho muitas coisas
poderão ser resolvidas ainda neste ano. É difícil, mas há um certo
empenho", destaca Godoy.
Em 2003, o Brasil já havia firmado um acordo de
cooperação com a Ucrânia, no qual se previa o lançamento comercial de satélites
através de foguetes de classe média Cyclon. Contudo, os atrasos nos prazos e
as capacidades tecnológicas insuficientes fizeram com que o Governo
brasileiro interrompesse a parceria com a Ucrânia em 2015.
Agora, o acordo proposto pela Rússia poderá ajudar a
impulsionar o desenvolvimento aeroespacial brasileiro.
Fonte: Site
Sputniknews - http://br.sputniknews.com/
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