Pesquisadores do Observatório Nacional Descobrem a Radiogaláxia Mais Distante do Universo
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada dia (10/08) no site do
“Observatório Nacional (ON)” destacando que pesquisadores deste observatório descobriram a Radiogaláxia mais distante do universo.
Duda Falcão
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Pesquisadores do Observatório Nacional
Descobrem a
Radiogaláxia Mais
Distante do Universo
Publicado: Sexta, 10 de Agosto de 2018, 19h10
Última atualização em Sexta, 10 de Agosto de 2018, 19h17
Pesquisadores do Observatório Nacional descobriram a
radiogaláxia mais distante do universo, a 12 bilhões anos-luz da Terra. A essa
distância, os pesquisadores podem observar como esta galáxia era há 12 bilhões
de anos atrás, quando o Universo era ainda muito jovem.
Radiogaláxias são objetos nos quais existe um buraco
negro de grande massa e em rotação rápida que emite radiação intensa
principalmente nos comprimentos de onda de rádio. A busca desse tipo de galáxia
a grandes distâncias é importante porque contribui para a compreensão dos
processos de formação das galáxias e seus buracos negros logo após o Big Bang.
Embora existam outras galáxias ainda mais distantes, esta é a mais longínqua
das radiogaláxias detectadas até o momento, superando o último recorde
estabelecido em 1999.
O estudo foi publicado na revista inglesa Monthly
Notices of the Royal Astronomical Society, no último dia 6 de agosto. O
trabalho foi realizado por Aayush Saxena, aluno de doutorado do Observatório de
Leiden, na Holanda, e Murilo Marinello, aluno de doutorado do Observatório
Nacional, supervisionado pelo pesquisador Roderik Overzier, da Coordenação de
Astronomia e Astrofísica do ON. A pesquisa teve apoio do programa Jovem
Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, que possibilitou ao doutorando brasileiro
a realização de um estágio na Holanda, no âmbito de um convênio firmado entre o
ON e o observatório holandês. O desenvolvimento do trabalho só foi possível
devido à associação do Brasil com o Observatório Gemini, onde as medidas foram
realizadas.
A radiogaláxia foi pré-selecionada com base em
observações feitas em diferentes comprimentos de onda de rádio, que indicavam
que ela teria um espectro típico de objetos distantes. Entretanto, devido à sua
longa distância, a galáxia não havia sido detectada ainda em comprimentos de
onda ótico nem infravermelho. A observação nestes comprimentos de onda exigiu a
utilização do espectrógrafo GMOS do telescópio Gemini Norte, no Havaí/EUA, que
permitiu detectar uma linha de emissão de hidrogênio da radiogaláxia,
estabelecendo, assim, a sua distância com alta precisão.
A busca por essas radiogaláxias distantes é importante
porque, no futuro, radiotelescópios como o Low-frequency Array (LOFAR) e o
Square Kilometer Array (SKA) serão capazes de analisar seus espectros. Isso
permitirá estudar como a luz ionizante produzida pelas primeiras estrelas e
galáxias do universo afetou as propriedades do espaço durante a denominada
"época da reionização", um período muito importante da história do
Universo, ainda não bem compreendido.
O estudo faz parte da tese de doutorado do aluno Murilo
Marinello, que estuda a física de galáxias ativas. Galáxias ativas se
distinguem das galáxias normais por apresentarem um brilho intenso em sua
região central, o qual não pode ser atribuído apenas à densidade das estrelas
ali localizadas. No centro destas galáxias existe um buraco negro circundado
por um disco de gás, e a matéria inserida neste disco libera energia na forma
de uma radiação brilhante, o que não é observado em galáxias normais. Esta
radiação e as partículas energéticas expelidas pelo sistema se apresentam na
forma de jatos ou lóbulos, que são detectados em comprimentos de onda de rádio,
sendo as radiogaláxias um exemplo deste fenômeno. A defesa da sua tese está
prevista para fevereiro de 2019, no Observatório Nacional.
Fonte: Site do Observatório Nacional (ON)
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