Após 3 Anos de Atraso, Brasil Lança Satélite na China
Olá
leitor!
Segue abaixo uma
matéria postada ontem (01/12) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando
que após 3 anos de atraso o Brasil lançará dia 09/12 um satélite na China.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Após 3 Anos de Atraso,
Brasil Lança Satélite na China
Equipamento foi
construído em parceria com país asiático e
vai entrar em
órbita no dia 9; projeto custou US$ 250 milhões
HERTON ESCOBAR
O Estado de
S.Paulo
01 de dezembro
de 2013 | 2h 09
Dia 9 de
dezembro, 11h26 no horário de Pequim, 1h26 em Brasília. Enquanto a maioria dos
brasileiros estiver dormindo, um seleto grupo de engenheiros, cientistas,
empresários e autoridades estará atento a uma contagem regressiva no Centro de
Lançamento de Taiyuan, na China, sonhando acordado com o futuro do programa
espacial brasileiro.
Se tudo correr bem, e a meteorologia colaborar, um
foguete de 45 metros, modelo Chang Zheng 4B, deverá subir aos céus no horário
indicado, levando a bordo o novo Satélite Sino-brasileiro de Recursos
Terrestres, conhecido como CBERS-3. Metade construído no Brasil, metade na
China.
As expectativas são as maiores possíveis. Um
fracasso na missão poderá significar um golpe quase que fatal para o já
fragilizado programa espacial brasileiro, que luta para se manter vivo e
relevante em meio a uma série de limitações financeiras, tecnológicas e
estruturais.
O programa CBERS (pronuncia-se "sibers")
é uma das poucas coisas que já deram certo para o Brasil na área espacial.
Apesar do número 3 no sobrenome, este será o quarto satélite da série, depois
dos CBERS-1, 2 e 2B - o último dos quais parou de funcionar em maio de 2010, o
que significa que o País está há 3,5 anos cego no espaço, dependendo
exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros para observar seu próprio
território.
O plano original acertado com a China era lançar o
CBERS-3 até 2010, no máximo, mas uma série de problemas levou a sucessivos
adiamentos. O último deles, de ordem tecnológica, envolveu a detecção de falhas
nos conversores elétricos usados na metade brasileira do projeto, quando o
satélite já estava quase pronto para ser lançado, no final de 2012.
As peças defeituosas foram retiradas e agora, após
mais um ano de testes e revisões, o CBERS-3 parece estar finalmente pronto para
entrar em órbita. Posicionado a 778 quilômetros de altitude, ele terá quatro
câmeras para observar a superfície do planeta: duas construídas pelo Brasil e
duas pela China, com diferentes resoluções e características espectrais.
"São câmeras extremamente sofisticadas, que
representam um salto tecnológico significativo em relação aos satélites
anteriores", disse ao Estado o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), Leonel Perondi. "É o projeto espacial mais sofisticado
que já produzimos."
Uma das câmeras brasileiras, chamada MuxCam, vai
observar uma faixa de terra de 120 quilômetros de largura, permitindo escanear
toda a superfície do planeta a cada 26 dias, com 20 metros de resolução. A
outra, chamada WFI, terá uma resolução menor (de 64 m), mas enxergará uma faixa
muito maior (de 866 km), o que permitirá observar qualquer ponto da Terra
repetidamente a cada cinco dias.
"É como se tivéssemos um supermercado de
imagens", diz o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa CBERS no
INPE, José Carlos Epiphanio. "Poderemos optar por uma câmera ou outra, dependendo
do tipo de fenômeno que queremos observar, em maior ou menor grau de
detalhe."
Apesar de trabalhar com satélites, Epiphanio é
engenheiro agrônomo por formação, o que serve como um bom exemplo da variedade
de empregos que se pode dar ao CBERS. A aplicação mais famosa é a de
monitoramento de florestas, principalmente na Amazônia, mas há muitas outras,
incluindo o monitoramento de atividades agrícolas e ocupações urbanas,
processos de erosão, uso de recursos hídricos, desastres naturais e até vazamentos
de petróleo.
As imagens produzidas pelo CBERS-2B, por exemplo,
foram baixadas por mais de 50 mil usuários, de mais de 5 mil instituições, em
mais de 50 países. "Não tem uma universidade, um órgão de governo no
Brasil que não seja usuário do CBERS", destaca Epiphanio. Todas as imagens
geradas pelo programa são distribuídas gratuitamente na internet pelo INPE desde 2004.
Ainda que as imagens de satélites estrangeiros
também estejam disponíveis gratuitamente, Epiphanio diz que o País não pode
abrir mão de ter seu próprio equipamento no espaço. "Vale a pena investir
em satélites? Sem dúvida nenhuma. O Brasil não pode ficar sem isso."
A fabricação do CBERS-3 custou cerca de US$ 125
milhões para cada país.
Fonte: Site do
jornal O Estado de São Paulo - 01/12/2013
Comentário: Bom leitor, pelo que sei são bem mais de 3
anos de atraso, mas enfim... está aí a matéria do Estadão.
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