Pela Primeira Vez Astrônomos Descobrem 'Disco Planetário' em Torno de Estrela de Outra Galáxia
Olá leitores e leitoras do BS!
Segue abaixo uma notícia publicada ontem (29/11) no site “CNN Brasil”, destacando que pela
primeira vez, astrônomos descobriram
um disco planetário ao redor de uma
estrela de outra galáxia, a Grande Nuvem
de Magalhães. Entendam melhor essa história pela matéria abaixo.
Brazilian Space
ASTRONOMIA - UNIVERSO
Astrônomos Descobrem Disco ao Redor de Estrela em
Outra Galáxia; Veja Foto
É a primeira vez que um sinal de acumulação de matéria
desse tipo é encontrado fora da Via Láctea
Por Marina
Toledo da CNN em São Paulo
29/11/2023 às
13:00
Atualizado
29/11/2023 às 13:05
Fonte: Site CNN Brasil - https://www.cnnbrasil.com.br
Imagem: ESO/M. Kornmesser
Representação artística mostra o sistema HH 1177, que está localizado na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da nossa. |
Astrônomos encontraram um disco em torno de uma estrela
do sistema HH 1177, na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da Via
Láctea. É a primeira vez que um disco desse tipo é encontrado fora da nossa
galáxia.
As novas observações revelam uma estrela jovem massiva,
crescendo e acumulando matéria no seu entorno, formando um disco rotativo. Ela
foi detectada por meio do rádio-observatório Atacama Large Millimeter Array
(ALMA), no Chile.
“Quando vi pela primeira vez evidências de uma estrutura
rotativa nos dados do Alma, não pude acreditar que havíamos detectado o
primeiro disco de acreção extragaláctica, foi um momento especial,” disse Anna
McLeod, professora associada na Universidade de Durham, no Reino Unido, e
autora líder do estudo publicado nesta quarta-feira (29) na Nature.
“Sabemos que os discos são vitais para a formação de
estrelas e planetas na nossa galáxia, e, pela primeira vez, estamos vendo
evidências diretas disso noutra galáxia”, acrescentou.
O estudo dá seguimento a observações realizadas pelo Observatório
Europeu do Sul, que detectou um jato vindo de uma estrela em formação nas
profundezas de uma nuvem de gás na Grande Nuvem de Magalhães.
“Descobrimos um jato sendo lançado a partir de uma jovem
estrela massiva e a sua presença é um sinal para a acumulação contínua de
disco,” disse McLeod.
Para confirmar a presença do disco, a equipe precisava
medir o movimento do gás denso em torno da estrela.
À medida que a matéria é puxada em direção a uma estrela
em crescimento, ela não pode cair diretamente sobre ela; em vez disso, ele se
achata em um disco giratório ao redor da estrela. Mais perto do centro, o disco
gira mais rápido, e essa diferença de velocidade é a prova fumegante que mostra
aos astrônomos que um disco de acreção está presente.
“A frequência da luz muda dependendo da rapidez com que o
gás que emite a luz se aproxima ou se afasta de nós”, explicou Jonathan
Henshaw, investigador da Universidade John Moores de Liverpool, no Reino
Unido, e co-autor do estudo.
“Esse é o mesmo fenômeno que ocorre quando o tom da
sirene de uma ambulância muda à medida que ela passa por você e a frequência do
som vai de mais alta para mais baixa”, acrescentou.
As medições detalhadas de frequência do Alma permitiram a
distinção da rotação característica de um disco, confirmando presença dele em
torno de uma jovem estrela extragaláctica.
Estrelas
massivas formam-se muito mais rápido e vivem vidas muito mais curtas do que
estrelas de massa baixa como o nosso Sol.
Na nossa
galáxia, essas estrelas massivas são difíceis de observar e são, muitas vezes,
obscurecidas pela matéria empoeirada a partir da qual se formam.
Já na Grande
Nuvem de Magalhães, a 160.000 anos-luz de distância da Via Láctea, o material a
partir do qual nascem novas estrelas é diferente. Graças ao menor teor de
poeira, o sistema HH 1177 já não está envolto no seu casulo natal, oferecendo
aos astrônomos uma visão desobstruída, embora distante, da formação de estrelas
e planetas.
“Estamos numa
era de rápido avanço tecnológico no que diz respeito a instalações
astronômicas”, disse McLeod. “Ser capaz de estudar como as estrelas se formam a
distâncias tão incríveis e numa galáxia diferente é bem emocionante.”
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